Quando alguns vendedores de rua se deram conta que estáticos não lucravam nada por serem numerosos, começaram a percorrer as artérias da cidade indo ao encontro dos clientes. Não raras vezes a abordagem ao potencial cliente era grosseira o que contribuia para o pouco caso destes. Assim, “psiu”, “hei”, “tu” eram algumas das tipícas formas usadas e até a policia, que também são cidadãos, o fazia.
Vendo que as coisas não andavam a contento, e talvez aconselhados por alguém, as estratégias de marketing de rua mudaram e estes passaram a chamar, por exemplo, as mulheres de senhoras. Algumas mulheres, jovens ou não, ofendidas por esta designação, sobretudo na rua e no mercado, simplesmente respondiam com désdem ou ignoravam o vendedor ambulante e as vendedeiras.
Como segredo e marketing são a alma e o espirito do negócio, os criativos vendedores criaram “laços de familiaridade” e passaram a chamar as donzelas de maninha, mana, mana moça ou amiga: “Maninha, maninha, tenho boas tissagens aqui”, “Mana moça, tenho ceroulas”, “Mana, chinelos aqui”, “Compra lá aqui mana”, “Amiga, compra lá na minha banca”, etc.
No que se refere aos homens, também foram criados “laços de familiaridade”: “Mais velho, não vai nada aqui?”, “Mano, tenho novidades!”, “Aprecia lá aqui, mais velho!”, “ Mano, é Antoninho que vai guardar o carro”, “Olha lá estes CD’s, mano”, etc. Parece também que esta apelação não caiu bem nos “manos” que não se queriam ver “mais velhos” dos vendedores.
Mas, como a necessidade de vender é a mais importante, estes vendedores, fizeram os “manos” subir de categoria e assim garantir o negócio ou um pouco de atenção: “Chefe, compra lá este CD”, “Chefe, sou eu Joaquim que vai guardar o carro!”, “Comé chefe? Passou no vermelho”, Chefe, estou a pedir refresco!”, “Chefe, a cena já está nice”, etc..
Quantas vezes foi/é abordado desta forma na rua por inúmeras e desconhecidas pessoas, autoridade policial incluida, por um serviço ou favor prestado ou a prestar? Porque a palavra “chefe” abre portas e permite acções que de outra forma não ocorreriam? E porque alguém tem que o chamar chefe para possa responder a uma solicitação ou simplesmente lançar um olhar para o produto à venda?
Vendo que as coisas não andavam a contento, e talvez aconselhados por alguém, as estratégias de marketing de rua mudaram e estes passaram a chamar, por exemplo, as mulheres de senhoras. Algumas mulheres, jovens ou não, ofendidas por esta designação, sobretudo na rua e no mercado, simplesmente respondiam com désdem ou ignoravam o vendedor ambulante e as vendedeiras.
Como segredo e marketing são a alma e o espirito do negócio, os criativos vendedores criaram “laços de familiaridade” e passaram a chamar as donzelas de maninha, mana, mana moça ou amiga: “Maninha, maninha, tenho boas tissagens aqui”, “Mana moça, tenho ceroulas”, “Mana, chinelos aqui”, “Compra lá aqui mana”, “Amiga, compra lá na minha banca”, etc.
No que se refere aos homens, também foram criados “laços de familiaridade”: “Mais velho, não vai nada aqui?”, “Mano, tenho novidades!”, “Aprecia lá aqui, mais velho!”, “ Mano, é Antoninho que vai guardar o carro”, “Olha lá estes CD’s, mano”, etc. Parece também que esta apelação não caiu bem nos “manos” que não se queriam ver “mais velhos” dos vendedores.
Mas, como a necessidade de vender é a mais importante, estes vendedores, fizeram os “manos” subir de categoria e assim garantir o negócio ou um pouco de atenção: “Chefe, compra lá este CD”, “Chefe, sou eu Joaquim que vai guardar o carro!”, “Comé chefe? Passou no vermelho”, Chefe, estou a pedir refresco!”, “Chefe, a cena já está nice”, etc..
Quantas vezes foi/é abordado desta forma na rua por inúmeras e desconhecidas pessoas, autoridade policial incluida, por um serviço ou favor prestado ou a prestar? Porque a palavra “chefe” abre portas e permite acções que de outra forma não ocorreriam? E porque alguém tem que o chamar chefe para possa responder a uma solicitação ou simplesmente lançar um olhar para o produto à venda?
15 comentários:
Nada tenho contra. O marketing e alma do negocio, mas o que me indigna e o facto de ultimamente alguns vendedores ambulantes manipularem criancas para verem o seu produto comprado. Nao raras vezes, tenho visto esses comerciantes a mostrarem doces ou brinquedos a criancas que por sua vez choram desesperdamente para fazer com que seus pais comprem o tao almejado produto. Acho feio, uma vez que expoe o pai ou mae ao ridiculo, principalmente quando nao esta em condicoes de satisfazer o desejo do seu filho ou filha.
Fui abordado assim, 2 vezes em pelo menos 35 minutos...
Boa tirada irmã, eu não aguento com “mana moça” não sei o que isso quer dizer.
Haa esqueceste dos cobradores de chapa, os tipos com o carro cheio, cheio, cheio ainda chamam “maensinha buia ni ku finara” pode? Afinar uma pessoa para caber no chapa?
O que a Nyikiwa diz é real, outros até entregam o bem a criança e logo a seguir exigem pagamento ao adulto que a acompanha. Eu ja passei por isso algumas vezes, ultimamente não passo por isso porque já consigo ter uma conversa com meu filho e ele começa a perceber que nem sempre posso, sendo até o primeiro a dizer aos vendedores “eu não quero isso”
E ainda ha essa, Nyikiwa! Nao imaginas o quao furibunda fico quando fazem isso diante dos teus sobrinhos. Felizmente ja consegui domar a "chantagem emocional"
E olha que nao foi um score, Mutisse
Epa, bem que me esqueci dessa dos "afinanços", Yndoh. Outra barbaridade, nao é, "mana moça"?
Hehehehe... minha gente! E nos que temos algum nivel de escolaridade pensamos que somos os unicos a mobilizar estrategias de sobrevivencia! Nos enganamos, os informais tambem buscam e a prova disso e a reaccao da minha mana as suas "inovacoes". Ca entre nos detesto quando me chamam de mana-moca e maezinha!
Realmente, de certo modo, eles nao deixam de ser "empreendedores", Nyikiwa, mas ca entre nos, boas maneiras nao fazem mal a ninguém!
o que veio primeiro? mais velho ou chefe? acho que foi chefe. mais velho representa apenas a sofisticação da linguagem. a mim ressalta-me à vista a criatividade linguística dos moçambicanos. esse é o informal que alimenta muitas famílias, e é preciso desenrascar. acho que isso devia ser fruto de um estudo porque parece enraizado nos modos comerciais do nosso povo. semana antepassada foi por mim em casa e todas as manhãs era obrigado a ouvir o fulano a gritar coooocô ou coooooouve, entre outros, dependendo apenas da mercadoria. ainda se lembram de a magumba haleni?
Hehehe... hehehe...hehehe... kkkkk!... é mesmo para partir sabes nesse dia cheguei a conclusão de que se fosse os instrumentos inibidores todos praticariamos actos desviantes. o que me espanta é como é que o vendedor ambulante chegou a conclusão de que se eu vender algo mostrando um sinal de algo roubado ou que saiu das suas origens a porta do cavalo o cliente não vacila, paga sem se importar com a sua qualidade?! sobre tudo quando se trata de objectos de ouro, cosméticos e não só! hehehe tenho um amigo que já comprou um par de brincos de bronze a pensar que é ouro só que 5 minutos depois de ter dobrado a esquina na tentativa de perder o seu aroma aos caçadores da legalidade, depara comigo é quando mostrame o ditos, antes de terminar de contar me as circunstâncias enque adquiriu os mesmo nem mais, perderam a côr eram falsos apesar do custo baixo da aquisição para um par igual e verdadeiro.
Na verdade esses gajos são inocentes porque como nos suge Bayano, nenhum deles pode nos explicar com racionalidade e objectividade, analiticamente, exatidão e clareza o que fazem é obra do acaso. I love this site. Bjs
onde vem se fosse le-se se não fosse os instrumentos... sorry
Todo mundo quer ser chefe, ninguém quer ser empregado, apesar de sermos. é por isso que o titulo de chefe deixou de ser encarado com "sinonimo" de muita responsabilidade e trabalho, passou a ser prestigio.
Felizmente ou infelizmente, os comerciantes ou seja quem for ja descobriu que as pessoas, principalmente os moçambicanos, adoram ser chefes mesmo se ganhar nada com isso.
Agora isso de usar criança para "meter" a mão nos bolsos dos pais é um golpe baixo de marketing.
Voltando a costumeira polemica sobre o que surgiu primeiro entre ovo e a galinha, Bayano?
Realmente as formas de expressao dos moçambicanos sao dignas de registo e poderao, sem sombra de duvida, ser objecto de estudos cientificos interessantes.
Os "gritos" que exemplificas sao tipicos de algumas zonas de Maputo e nao estao longe de baptizar um novo tipo de comercio por ca: comercio a domicilio
Nao é, Chacate? Aindam nos enganam com a mercadoria...
Heheheheh, Shir, vai ver que é por isso que os chefes querem ser chamados patroes!!!
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