A cada dia os modos de lucrar com os bens alheios ganham contornos extraordinários dignos de menção em algum prémio em que a performance e originalidade são avaliadas. Por exemplo, falar ao telemóvel na rua é um risco tremendo. Incorre-se ao risco de se levar uma tareia porque se está a falar muito tempo ou porque afinal o télélé não tem valor comercial.
Se recuarmos no tempo, verificamos que passamos por algumas crises: a do ouro (brincos, fios, anéis, mascotes) que causou alguns traumas pois até crianças eram vitimas de sequestros relampagos só para que lhes roubassem os brincos. Num outro cenário, indo ao mercado, por exemplo, as mamanas da banca para além de lucrarem com a sua compra, também tinham as suas jóias de bacela.
Com o advento do télélé, as coisas complicaram-se ainda mais. Posto que meio mundo, sobretudo o chamado sexo fraco, tem pavor de fazer uso do mesmo em plena rua, estes passaram a usar lâminas para cortar as bolsas e levar os telemóveis. Nos chapas, após alguns amansos indecentes e apapadelas discretas à bolsa, pelos mais ousados gatunos, estes atrevem-se a meter a mão sacola adentro e zás... já era!
Estas e outras ocurrências, que muitos vivemos na pele ou testemunhamos todos os dias, obrigaram a que muita mulher guardasse, na mala do xiguiane (objecto que acompanha as récem-casadas ao novo lar), as suas preciosidades (jóias e capulanas) juntamente com o enxoval ou peças de valor monetário e emocional (vestido de noiva, lençol da primeira noite, etc.).
Diz uma máxima, sem usar as justas palavras, “se a montanha não vai ao nosso encontro, vamos nós ao encontro desta”. Arrombar portas em muitos lugares é um risco que pode custar o coiro dos bandidos e disso eles sabem muito e bem. Para contornar potenciais situações perigosas e ainda assim lucrar os gatunos adoptaram outra estratégia e até mulheres entram na jogada.
Tal como acontece à porta dos cemitérios, em que há pessoas prestativas para com a familia enlutada, e que depois vão as casas para tomar o “chá do defunto” sem preguiça, agora há pessoas que aproveitam o momento de nojo para lucrar e nada escapa aos olhares atentos e a gatunagem que está no sangue dessas pessoas que já comprovaram que de sentimentos nada têm.
Logo que é anunciada a morte de alguém, vizinhos, familiares e amigos aproximam-se da familia/casa enlutada para ajudar na organização das exéquias funebres ou só para dar apoio moral. Tradicionalmente, os idosos da familia instalam-se na casa em luto desde a primeira hora. Posto que as estadias são relativamente prolongadas, levam com eles bens pessoais como roupa, capulanas e mukhumes.
Nessa hora, dificilmente são controladas as entradas e saidas das pessoas pois nem todos são conhecidos e apenas se quer o amparo destes e todas as mãos estendidas são bem acolhidas, ademais esta ocasião é o único evento social que não requer convite! É pois nestas ocasiões que os gatunos demonstram a sua genica e maldade.
Quando se trata de uma mulher, esta ao chegar a casa enlutada, é de uma dinâmica extraordinária: sempre prestável, é a tal que varre a casa, está na cozinha, serve as refeições, cuida das crianças, é solicitada por todos e ninguém a conhece. Paira no ar a sensação de ser a dama do filho do finado ou amiga da filha, talvez vizinha, ou prima afastada filha daquele tio que veio da terra... uma desconhecida.
Os moços, gatunos, ajudam a carregar as cadeiras, as tendas. São prestáveis no serviço braçal, com ar sentido, falam muito pouco e fazem muito. Alguns tios da familia até os levam as suas casas para buscar algo, incrivel. Tal como a jovem acima, ninguém o conhece, apenas é um dos mais prestativos e frescos elementos na casa, pelo que não se hesita em solicitar os seus préstimos.
O golpe final realiza-se, muitas vezes, no dia do funeral: a moça apressa-se em oferecer-se para ficar com as crianças e com a casa enquanto “as manas” vão ao cemitério e, enquanto os adultos estão ausentes, esta fica a lapidar tudo quanto é possivel (roupas, sapatos, capulanas, mukhumes e bens alimentares) sem distinção de pertence de visitas, dos donos da casa e do finado.
O mesmo acontece com os moços: fingem qualquer coisa, como um mal-estar, ou prestam-se a fazer um serviço que não foi previamente feito, devido a emoção do momento, e objectos de fácil e discreto transporte, como leitores de DVD, telemóveis, roupas e sapatos são tranquilamente surripiados, também sem distinçao de propriedade. Vale tudo!
Se recuarmos no tempo, verificamos que passamos por algumas crises: a do ouro (brincos, fios, anéis, mascotes) que causou alguns traumas pois até crianças eram vitimas de sequestros relampagos só para que lhes roubassem os brincos. Num outro cenário, indo ao mercado, por exemplo, as mamanas da banca para além de lucrarem com a sua compra, também tinham as suas jóias de bacela.
Com o advento do télélé, as coisas complicaram-se ainda mais. Posto que meio mundo, sobretudo o chamado sexo fraco, tem pavor de fazer uso do mesmo em plena rua, estes passaram a usar lâminas para cortar as bolsas e levar os telemóveis. Nos chapas, após alguns amansos indecentes e apapadelas discretas à bolsa, pelos mais ousados gatunos, estes atrevem-se a meter a mão sacola adentro e zás... já era!
Estas e outras ocurrências, que muitos vivemos na pele ou testemunhamos todos os dias, obrigaram a que muita mulher guardasse, na mala do xiguiane (objecto que acompanha as récem-casadas ao novo lar), as suas preciosidades (jóias e capulanas) juntamente com o enxoval ou peças de valor monetário e emocional (vestido de noiva, lençol da primeira noite, etc.).
Diz uma máxima, sem usar as justas palavras, “se a montanha não vai ao nosso encontro, vamos nós ao encontro desta”. Arrombar portas em muitos lugares é um risco que pode custar o coiro dos bandidos e disso eles sabem muito e bem. Para contornar potenciais situações perigosas e ainda assim lucrar os gatunos adoptaram outra estratégia e até mulheres entram na jogada.
Tal como acontece à porta dos cemitérios, em que há pessoas prestativas para com a familia enlutada, e que depois vão as casas para tomar o “chá do defunto” sem preguiça, agora há pessoas que aproveitam o momento de nojo para lucrar e nada escapa aos olhares atentos e a gatunagem que está no sangue dessas pessoas que já comprovaram que de sentimentos nada têm.
Logo que é anunciada a morte de alguém, vizinhos, familiares e amigos aproximam-se da familia/casa enlutada para ajudar na organização das exéquias funebres ou só para dar apoio moral. Tradicionalmente, os idosos da familia instalam-se na casa em luto desde a primeira hora. Posto que as estadias são relativamente prolongadas, levam com eles bens pessoais como roupa, capulanas e mukhumes.
Nessa hora, dificilmente são controladas as entradas e saidas das pessoas pois nem todos são conhecidos e apenas se quer o amparo destes e todas as mãos estendidas são bem acolhidas, ademais esta ocasião é o único evento social que não requer convite! É pois nestas ocasiões que os gatunos demonstram a sua genica e maldade.
Quando se trata de uma mulher, esta ao chegar a casa enlutada, é de uma dinâmica extraordinária: sempre prestável, é a tal que varre a casa, está na cozinha, serve as refeições, cuida das crianças, é solicitada por todos e ninguém a conhece. Paira no ar a sensação de ser a dama do filho do finado ou amiga da filha, talvez vizinha, ou prima afastada filha daquele tio que veio da terra... uma desconhecida.
Os moços, gatunos, ajudam a carregar as cadeiras, as tendas. São prestáveis no serviço braçal, com ar sentido, falam muito pouco e fazem muito. Alguns tios da familia até os levam as suas casas para buscar algo, incrivel. Tal como a jovem acima, ninguém o conhece, apenas é um dos mais prestativos e frescos elementos na casa, pelo que não se hesita em solicitar os seus préstimos.
O golpe final realiza-se, muitas vezes, no dia do funeral: a moça apressa-se em oferecer-se para ficar com as crianças e com a casa enquanto “as manas” vão ao cemitério e, enquanto os adultos estão ausentes, esta fica a lapidar tudo quanto é possivel (roupas, sapatos, capulanas, mukhumes e bens alimentares) sem distinção de pertence de visitas, dos donos da casa e do finado.
O mesmo acontece com os moços: fingem qualquer coisa, como um mal-estar, ou prestam-se a fazer um serviço que não foi previamente feito, devido a emoção do momento, e objectos de fácil e discreto transporte, como leitores de DVD, telemóveis, roupas e sapatos são tranquilamente surripiados, também sem distinçao de propriedade. Vale tudo!
6 comentários:
Caramba! Infelizmente já se vai esperando tudo de algumas mentes mais distorcidas, mas isto....
Mal vai o mundo quando nem os mortos se respeita.
Eish..!Com andar do tempo parece que as pessoas vão ficando insensiveis...ninguem se preocupa com a dor do outro...os tipos vão adoptando nos estrategias para apoderarem-se dos bens alheios. E usa-se como desculpa, o desemprego e a pobreza, enquanto na verdade eh falta de caracter.
Não fosse pelos ditos direitos humanos, para alguns crimes deviamos adoptar a pena capital. Como é que alguem pode roubar numa familia enlutada?
Oh, Micas! Mentes distorcidas e perversas, isso sim
Desculpas esfarrapadas, como se nao bastasse, Shirangano
Roubando, assim diriamos, Saiete. Roubando descaradamente e sem escrupulos!
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