Diz, quem está atento, que tudo se complicou quando Moçambique foi abalado pela guerra civil (?) que em nome da democracia (?) devastou todo o país. Com essa guerra, a procura de locais seguros levou a que muita gente se preocupasse em procurar segurança em casa de familiares que viviam nas grandes cidades.
As consequências dessa procura, não se fizeram tardar: superpovoada a cidade rebentou as costuras! Ao saltarem as linhas dessa costura, rebentaram-se fossas e as casas, preparadas para acolher determinado número de habitantes, começaram a acolher o dobro, o triplo e até o quadrúplo de habitantes no mesmo espaço.
Algumas pessoas, que não tinham familiares ou cujos familiares não os podiam acolher, construíram casas "à rasca" em locais inadequados para a contrução e habitação por não reunirem condições adequadas de saneamento como, por exemplo, nas duas margens do troço entre a antiga Maquinag (hoje ISDB) e a portagem de Maputo.
Na cidade de pedra, posto que algumas casas dispunham de cómodos extras para arrumos (dependências e caves) estes serviram de local de habitação. Felizmente, com o advento da paz, criaram-se condições para que cada um retornasse ao seu local de origem e alguns assim o fizeram mas, um número significativo persistiu e insistiu em viver na town.
Alguns, mais moralizados com a paz, enveredaram pela auto-construção e com isso nasceram novos bairros residenciais, alargando o território da Grande Maputo. Outros houve também que, com espirito empreendedor, enveredaram pelo mesmo caminho, deixando as suas casas da town arrendadas ou fazendo o inverso.
Na town, a bulha por um tecto continua. Visto que muitas dependências, conhecidas como "depes", são microscópicas, pois albergam famílias inteiras, os citadinos começaram a transformá-las aumentando cómodos. Mesmo em terraços, onde as depes formam-se pelo caimento do tecto, sob risco de desabarem, ocorrem transformações que as tornam flats e as valorizam no mercado imobiliário.
Também nos bairros da periferia, as depes são um negócio em alta! Se antigamente casas com quintais enormes eram admirados, hoje admiram-se as casas com maior número de dependências nos seus fundos. Bem feitas as contas, depe ou flat, humanamente modificada, o mais importante mesmo é viver na Grande town!
As consequências dessa procura, não se fizeram tardar: superpovoada a cidade rebentou as costuras! Ao saltarem as linhas dessa costura, rebentaram-se fossas e as casas, preparadas para acolher determinado número de habitantes, começaram a acolher o dobro, o triplo e até o quadrúplo de habitantes no mesmo espaço.
Algumas pessoas, que não tinham familiares ou cujos familiares não os podiam acolher, construíram casas "à rasca" em locais inadequados para a contrução e habitação por não reunirem condições adequadas de saneamento como, por exemplo, nas duas margens do troço entre a antiga Maquinag (hoje ISDB) e a portagem de Maputo.
Na cidade de pedra, posto que algumas casas dispunham de cómodos extras para arrumos (dependências e caves) estes serviram de local de habitação. Felizmente, com o advento da paz, criaram-se condições para que cada um retornasse ao seu local de origem e alguns assim o fizeram mas, um número significativo persistiu e insistiu em viver na town.
Alguns, mais moralizados com a paz, enveredaram pela auto-construção e com isso nasceram novos bairros residenciais, alargando o território da Grande Maputo. Outros houve também que, com espirito empreendedor, enveredaram pelo mesmo caminho, deixando as suas casas da town arrendadas ou fazendo o inverso.
Na town, a bulha por um tecto continua. Visto que muitas dependências, conhecidas como "depes", são microscópicas, pois albergam famílias inteiras, os citadinos começaram a transformá-las aumentando cómodos. Mesmo em terraços, onde as depes formam-se pelo caimento do tecto, sob risco de desabarem, ocorrem transformações que as tornam flats e as valorizam no mercado imobiliário.
Também nos bairros da periferia, as depes são um negócio em alta! Se antigamente casas com quintais enormes eram admirados, hoje admiram-se as casas com maior número de dependências nos seus fundos. Bem feitas as contas, depe ou flat, humanamente modificada, o mais importante mesmo é viver na Grande town!
7 comentários:
Quando a Frelimo tomou o poder oficial, a 25 de Junho de 1975, ninguem votou nem se realizaram eleicoes em Mocambique. Havia muita gente descontente, eu fazia parte desse grupo, mas sempre nos foi negado o direito ao voto... Nao concordo com nenhum tipo de guerras ou violencia, mas se hoje existe a democracia em Mocambique, em parte, podemos agradecer a Renamo, que lutou para isso, atraves de uma guerra civil que devastou o pais. No tempo de S. Machel vivia-se uma verdadeira opressao, uma ditadura que nao tinha limites, um clima de medo e tristeza. Quem nasceu na decada de 60 e mesmo principios de 70, deve recordar-se. Monopartidarismo nao tem funcionado em Africa. Apesar de ser simpatizante do MDM, agradeco a Renamo o facto de hoje podermos votar.
Depois da guerra terminar, o ideal seria as pessoas terem voltado as suas origens, o que nao aconteceu. Lembro-me de que as casas estavam ruindo pelas costuras, devido ao numero exagerado de habitantes, nem sequer entrarei em pormenores sobre o que acontecia em muitos predios.
Maria Helena
Obrigada pelo seu contributo, Maria Helena e bem hajam os que nos deram a ferramenta do voto.
Volte sempre
no próximo dia 29 de Setembro passará o 26º ano que deixei Maputo. Não totalmente porque um pouco do meu coração ficou por lá, bem como amigos e amor ao meu trabalho. Ensinei na Escola Secundária da Maxaquene, no Josina Machel e depois fui para as Nações Unidas (FAO) porque línguas era a minha carreira e assim fui chamada a colaborar com o Ministério da Agricultura para apoiar os cooperantes de várias línguas.
Entre 82 e Set.83 estive na OMS com funções semelhantes. Adorei.
Por razões de organização familiar vim para Portugal, minha terra natal. Não voltei a Maputo porque nada proporcionou que assim acontecesse, mas tive pena, porque quando ingressei no voluntariado como prof. numa Universidade Sénior, fui abordada para dar o meu contributo em Maputo, o que faria de alma e coração, mas desabrochou no pulmão direito um carcinoma das células pequenas... e os projectos foram-se. Tratado que ficou este, apareceu outro na supra-renal direita e uma vez mais os projectos adiados...
O texto apresentado mostra o que se começava a verificar quando vim. Gostei muito de o ler e levou-me até lá.
Deixo-te um beijo.
sem querer repeti, por isso apaguei um comentário. Bjsss
Quando a FRELIMO chegou ao Poder havia gente descontente? Certamente que sim mas, creio ,que havia muito mais gente desagradada antes da independência de Moçambique,não será?
Depois, a democracia é algo de que todos falamos e poucos sabemos do que estamos a falar.
Se falarmos de justiça social e de melhor distribuição da riqueza talvez possamos começar a entender o verdadeiro significado de democracia. Um homem com fome não é um homem livre!
Oh, Joaninha! Creio que umas ferias por estas paragens fariam bem a essas celulas doi-doi...
Bjinhos
Belas questoes, Agry! Infelizmente nao tenho resposta, era tao pequenina, do tamanho de um botao...
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