A demência e outros males, muitas vezes genéticos, leva a que familias tomem medidas extremas para, segundo elas, salvaguardar a integridade fisica(?) dos doentes. Casos de crianças e adultos que são acorrentados por seus proprios progenitores/familiares so chocam pelas imagens deploraveis que são mostradas nos jornais televisivos mas são uma crua realidade na nossa sociedade.
Algumas vezes, pretendo acautelar-se de maus espiritos que se apossessam dessas pessoas, para além de acorrentados, alguns portadores de deficiência mental ou congénita são enclausurados em locais de dimensões reduzidas, como se de animais se tratassem, onde não raras vezes fazem as necessidades fisiologicas e são alimentados.
Mas de quem é a culpa? Desses pais/familiares que acreditam no sobrenatural ou do Estado que não oferece condições para que pessoas com tais problemas possam ter uma vida aceitavel? Continuarão estas pessoas a ser acorrentadas e os acorrentadores presos temporariamente pelo seu acto "cheio de boas intenções"?
Algumas vezes, pretendo acautelar-se de maus espiritos que se apossessam dessas pessoas, para além de acorrentados, alguns portadores de deficiência mental ou congénita são enclausurados em locais de dimensões reduzidas, como se de animais se tratassem, onde não raras vezes fazem as necessidades fisiologicas e são alimentados.
Mas de quem é a culpa? Desses pais/familiares que acreditam no sobrenatural ou do Estado que não oferece condições para que pessoas com tais problemas possam ter uma vida aceitavel? Continuarão estas pessoas a ser acorrentadas e os acorrentadores presos temporariamente pelo seu acto "cheio de boas intenções"?
11 comentários:
Bom reparo Ximbit@ne!
Vi na televisão que um pai na Catembe acorrentou o filho, com ajuda de vizinhos, porque ele sempre tenta violar mulheres (quiçá homens), nestas inclusa a sua progenitora (mãe). De quem é a culpa?
Do acorrentado? Dos acorrentadores? Do Estado? Da família? Das vítimas dos actos do acorrentado? A culpa é de todos nós que vivemos neste país, assistimos a este tipo de actos e não nos preocupamos em fazer algo para corrigir a situação.
Este país é um barco no alto mar. Se o barco afundar, vai afundar com todos nós. Por isso, se repararmos que há um buraco no barco e através dele entra água, não vale a pena esperarmos pelo Capitão ou pelos marujos.
Estes podem estar mais preocupados em contar o dinheiro que pagamos para fazermos a viagem. Temos que correr e tapar o buraco. Assim, salvamos a nós e aos outros. Se não formos compensados pelos homens, seremos compensados por Deus.
Encontraremos um culpado pelos acorrentamentos. Mas podemos perder muito tempo procurando-os. Mais tempo do que gastaríamos se procurássemos a sloução.
Lá estou eu, sempre armado em moralista e dono do conhecimento. Vais me desculpar Ximbitane. Se eu concordar com tudo o que se diz aqui na blogosfera matarei o debate. O conhecimento produto da luta de contrários. Espero que percebas.
Ximbi,
Realmente é uma problemática muito delicada e nos últimos tempos tem sido muito recorrente. Concordo com o Nero. Este é um assunto para todos nós, claro que com maior percentagem para o Estado, que na minha opinião deve criar serviços para suportar a condição de demente.
Boa Nyikiwa!!
Gostei da tua construção! Sempre profunda! Começo a perceber que Nyikiwa é um nome com que a cada passo me irei deparar nestas grandes encruzilhadas blogosféricas. Ainda agora cruzei-me contigo nos blogs do PC Mapengo, do Júlio Mutisse, no meu, e em mais um que não me lembro. Neste momento me esbarro contigo no bunker da Ximbit@ne! Sua vadiosa (para não dizer vadia cibernauta), ahahahah, eu também…. Nào tenho respeito mesmo, arri!!!
Nero, trazes uma grande solução ao problema... que continua problema. Como devemos nos tapar o buraco? Acorrentar nao estara a ser o tal tampão?
PS: A minha caçula não é vadia!
Nyikiwa, concordando com o concordado, creio que o que realmente esta a falhar é a responsabilização da quota parte do Governo. O que devem fazer as familias com esse "pepino" na mão?
Hehehehe... Isso mana! O Nero perdeu a compostura!!! Manda vir com ele! Eu que tenho mana, sai em minha defesa antes mesmo que eu fale!
Esse miúdo Nero é muito atrevido! Não tem respeito! Vou lhe puxar as orelhas… Arri!!!...
O Governo tem 80% da responsabilidade por 80% dos problemas do país. Que não haja dúvidas acerca disso. Concordo com a concórdia do concordado.
Ximbit@ne. Acorrentar é uma alternativa para tapar o buraco criado pelo perigo do demente. Mas creio que o problema aqui levantado é o próprio acorrentamento e não a demência. Isto é, para te ser franco: há dois problemas:
1 – A demência (e o perigo dela resultante);
2 – A solução encontrada (o acorrentamento;)
Quem é o responsável por qual destes dois problemas? Pela demência e o perigo que dela resulta, ninguém pode ser responsabilizado. Mas o Estado tem um dever de criar manicómios. Aqui reside a responsabilidade do Estado.
Quem é o responsável pelo acorrentamento? A família? O Estado? A Sociedade? Nós? Eu creio que todos são responsáveis. A sociedade que não exige à Senhora Virgília Matabele (que é o Estado) o cumprimento do seu dever. Nós e a família fazemos parte da sociedade. Logo, somos todos culpados.
Nero, estamos quase a chegar a polemica questao do ovo e da galinha. Realmente os dementes podem ser um perigo tanto para si mesmos como para com os que lhe sao proximos.
Tenho por mim que um doente cronico, desde que a sua vida nao esteja em perigo, deve ficar no seu da familia. Se o Estado nao consegue criar condiçoes minimas de acomodaçao e terapia, devia ao menos formar as pessoas para os cuidados basicos para este tipo de enfermidades.
Sei que ha muitos dementes amarrados, sim senhor, mas nao o sao com correntes, caramba. Até um boi acorrentado me faz impressao, quanto mais um ser humano!!!
Creio que é nisso que as familias faltam: não sabem como lidar com o problema.
Gostei deste teu raciocinio descartiano (Rene Descartes). Desmontar o todo e analisa-lo parte por parte, para depois construir a conclusao. Isso eh que eu gosto! Adoro ver cerebros a jorrarem ciencia pura. Para tanto, temos que agir como Socrates. Contrariar a ideia inicial para legitimar a conclusao. Agora estamos juntos. Viva Ximbitane... Viva. A luta continua... Continua.
Vamos pois, Nero, puzzles sao sempre interessantes
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