Dialogo imaginário:
- “O meu filho se vai chamar Dungaze Cossa. Assim querem os meus pais. Dungaze é nome do meu falecido avô.”
- “Deus me livre! Passar problemas de defunto ao meu filho? O meu se vai chamar Sandro Miguel.”
- “Poxa, que idéia, vocês não se cansam de ser colonizados? O meu se vai chamar Sidney Cossa.”
- “ Eu cá não quero chatices, é Júnior e pronto!”
É, dar nome a um filho não é tarefa fácil, é mesmo muito difícil, sobretudo se levarmos em conta que esse será o nome que o acompanhará por toda uma vida quer seja ela de glória, de inglória, de profunda indiferença ou conhecimento público.
Há nomes e nomes! E há nomes, putz, não sabemos como os “kotas” aceitaram tal barbaridade (a conjuntura histórica, talvez justifique) para eles e para nós: Máquina, Agulha, Feijão, Tesoura, etc., etc.? O seu tempo já era e a tradição que se lixe, mas o nome, esse ficou.
E, nós, favorecidos pelo ambiente de casa, tudo fazemos para deixá-lo a nosso gosto: Máquina abrevia-se em Mac, Amélia transforma-se em Melita ou Milú, José em Zé, Maria em Zinha, Roberto em Beto, nomes “mais simpáticos”, atraentes e (relativamente) na moda.
O meio em que trabalhamos, também dá o seu empurrãozinho, sobretudo o meio artístico. Daniel é Deny ou Dany, Elisa é Lizha, Domingas é Mingas, ... Alimentar o nosso ego não custa nada, é só querer.
Ninguém pede contas e a ninguém se deve justificar. É tão simples quanto dar nome a um récem nascido, depende apenas da vontade dos progenitores e no caso, quando já grandinhos, da vontade própria. Os parâmetros definidos, as instituições legitimadoras e a sociedade em geral, vergam-se sem dó a essa nova vontade.
Por exemplo, Fred Jossias, apresentador do programa de musica Atracções, da Miramar, auto intitula-se o puto mais fofo da SADC e ultimamente da Africa Austral (talvez porque por inerência da situação o Zimbabwe na comunidade já não fique bem identificar-se com a SADC). E verdade seja dita, fofo ele só é na fofoca e no que diz que diz sobre as “celebridades” moçambicanas.
MC Roger, Rogério Dinis de seu nome próprio, apresentador e músico (?) é o Patrão de Moçambique. Lizha James, cantora, é a Rainha do Ragga. Recentemente, Neyma Alfredo, cantora, passou a ser chamada Diva da Marrabenta e a Dama do Bling, cantora, d’Irreverente. Será isto uma manifesta aversão ao seu próprio nome? E, por favor, não me perguntem porque Ximbitane e não Amélia, afinal também sou filha desta sociedade.
Há momentos em que um (nome próprio) e outro (nome artístico) se misturam e há conflito de personalidades, como é o caso da DD que insiste em tentar separar uma da outra e o que nós vemos é uma advogada a bombalear-se escandalosamente no palco. Bom, como se frisou em algum lugar, cada um é livre de escolher o que bem lhe convém.
Entretanto, há coisas para as quais não podemos fechar os olhos, apesar de nos mantermos passivos. Só para ilustrar, alguns exemplos de factos incongruentes e que deixamos passar, veja-se:
• Diva da Marrabenta: esse estatuto não deveria ser a titulo postumo da Zaida Chongo?
• Patrão de Moçambique ou Big Boss: é ele quem nos paga os salários agora?
• Rainha do ragga: o ragga já é nosso?
Por este andar, não tarda muito que seja entregue ou estampado, em alguns indivíduos cá da praça, pelo originalidade do seu nome, o selo Made in Mozambique!
- “O meu filho se vai chamar Dungaze Cossa. Assim querem os meus pais. Dungaze é nome do meu falecido avô.”
- “Deus me livre! Passar problemas de defunto ao meu filho? O meu se vai chamar Sandro Miguel.”
- “Poxa, que idéia, vocês não se cansam de ser colonizados? O meu se vai chamar Sidney Cossa.”
- “ Eu cá não quero chatices, é Júnior e pronto!”
É, dar nome a um filho não é tarefa fácil, é mesmo muito difícil, sobretudo se levarmos em conta que esse será o nome que o acompanhará por toda uma vida quer seja ela de glória, de inglória, de profunda indiferença ou conhecimento público.
Há nomes e nomes! E há nomes, putz, não sabemos como os “kotas” aceitaram tal barbaridade (a conjuntura histórica, talvez justifique) para eles e para nós: Máquina, Agulha, Feijão, Tesoura, etc., etc.? O seu tempo já era e a tradição que se lixe, mas o nome, esse ficou.
E, nós, favorecidos pelo ambiente de casa, tudo fazemos para deixá-lo a nosso gosto: Máquina abrevia-se em Mac, Amélia transforma-se em Melita ou Milú, José em Zé, Maria em Zinha, Roberto em Beto, nomes “mais simpáticos”, atraentes e (relativamente) na moda.
O meio em que trabalhamos, também dá o seu empurrãozinho, sobretudo o meio artístico. Daniel é Deny ou Dany, Elisa é Lizha, Domingas é Mingas, ... Alimentar o nosso ego não custa nada, é só querer.
Ninguém pede contas e a ninguém se deve justificar. É tão simples quanto dar nome a um récem nascido, depende apenas da vontade dos progenitores e no caso, quando já grandinhos, da vontade própria. Os parâmetros definidos, as instituições legitimadoras e a sociedade em geral, vergam-se sem dó a essa nova vontade.
Por exemplo, Fred Jossias, apresentador do programa de musica Atracções, da Miramar, auto intitula-se o puto mais fofo da SADC e ultimamente da Africa Austral (talvez porque por inerência da situação o Zimbabwe na comunidade já não fique bem identificar-se com a SADC). E verdade seja dita, fofo ele só é na fofoca e no que diz que diz sobre as “celebridades” moçambicanas.
MC Roger, Rogério Dinis de seu nome próprio, apresentador e músico (?) é o Patrão de Moçambique. Lizha James, cantora, é a Rainha do Ragga. Recentemente, Neyma Alfredo, cantora, passou a ser chamada Diva da Marrabenta e a Dama do Bling, cantora, d’Irreverente. Será isto uma manifesta aversão ao seu próprio nome? E, por favor, não me perguntem porque Ximbitane e não Amélia, afinal também sou filha desta sociedade.
Há momentos em que um (nome próprio) e outro (nome artístico) se misturam e há conflito de personalidades, como é o caso da DD que insiste em tentar separar uma da outra e o que nós vemos é uma advogada a bombalear-se escandalosamente no palco. Bom, como se frisou em algum lugar, cada um é livre de escolher o que bem lhe convém.
Entretanto, há coisas para as quais não podemos fechar os olhos, apesar de nos mantermos passivos. Só para ilustrar, alguns exemplos de factos incongruentes e que deixamos passar, veja-se:
• Diva da Marrabenta: esse estatuto não deveria ser a titulo postumo da Zaida Chongo?
• Patrão de Moçambique ou Big Boss: é ele quem nos paga os salários agora?
• Rainha do ragga: o ragga já é nosso?
Por este andar, não tarda muito que seja entregue ou estampado, em alguns indivíduos cá da praça, pelo originalidade do seu nome, o selo Made in Mozambique!
19 comentários:
Xim (yuh, já diminuí o teu nome...)
Levantas aqui três questões: nomes, "nicks" e tÍtulos.
Muitos de nós os pais achamos com direitos absolutos em sobre os filhos, esquecemo ‐nos que eles têm personalidade propria apesar de bebés. O mais alarmante é quando se chega a dar um nome conotado a um acontecimento (muitas vezes triste), das nossas vidas, do tipo minha filha vai se chamar Wanga, ou Tristeza porque o pai me abandonou, suportei a gravidez sozinha, foi uma temporada muito triste....
Eu compreendo a tendência dos nossos atristas adoptarem nomes artisticos, muitas vezes assumem ‐no pelo facto do seu próprio não ser atractivo, não ter aquele toque artístico, ou ainda para não serem "atrelados" pelo seu parentesco com nome da praça, ex Danny OG, filho de Zeca Tcheco.
Tens razão em relaçao aos que se intitulam reis disto ou patrões daquilo, infelizmente aqui basta querer, critérios não interessam , até mecânico virou doutor...
E já agora Xim, que dizer daqueles que acrescentam ao seu nome a sigla Dr.?!
Todos os dias vemos situações aberrantes, ao ponto de ir ao banco e pedir que se acrescente esse "pronome de tratamento " no livro de cheques!!! E se orgulham pois confere lhes um status ou um nivel de autoridade superior.
Bjos e bom fim de semana
Não passam meses, que vimos o nascer de uma candidatura, dentro da Frelimo, para a concorrência ao posto de edil do Município de Maputo. Este nome é do senhor David Simango. Como sabeis, este tem o mesmo valor facial e frasal ao edil da beira, Daviz (Deviz) Simango. Onde está o teor que faz a diferênça? O que se pretende atingir, ao trazer uma nome similar para a edilidade de Maputo? Há ganhos ou não há. De certaza que há, senão não tinha sentido a azáfama.
Eu sou daqueles que acredita que o nome acaba influenciando a personalidade do individuo. Pude notar certas similaridades entre individuos do mesmo nome. Dai que, antes de dar nome aos meus filhos, e independentemente da sua origem, me preocupe com o seu significado. Ha' nomes com significados terriveis. Por exemplo, "Ofelia" significa "cobra" e, as Ofelias que conheco sao um tanto quanto mazinhas!
Mas o que noto e' que a maior parte das pessoas nao se preocupa com o significado do nome. O elemento principal e' o "charme" do nome.
Abraco e bom weekend!
Nomes. Eu ganhei o meu da minha tia que era louca pelo musico brazileiro Nelson Ned. Cresci e aprendi a gostar do nome. Os Nelson's que conheco sao mais ou menos como eu. Nem me pergunte como.
Mana reflexao bem interessante essa que fize3ste.
Suspeito que estou apaixonado por este blog.Sim, eu sei, que o autor é a simpatiquíssima Xim!
Mas eu estava, por enquanto(?), a falar apenas do blog.
Gostei do estilo, da forma e do conteúdo desta excelente postagem.
Abraço
Pois pois, primosa. Lamentavelemente pensamos assim! Os nossos nomes sao dados em funcao do momento que se vive como bem exemplificas nesse caso da Wanga!
Hehehehe, Dede, grande jogada politica essa. As tantas eh pra confundir o eleitorado, hehehehe, eu la sei?
Hiiii, Jonathan, assustaste-me! o meu nome aproxima-se a Ofelia, serei eu uma mamba em vez de Diva?
Xiii, mano, mesmo famoso hein? Pelo menos eh no sentido positivo!
Agry, paixao pelo blog? Snif, snif, eu a pensar que... Bom, eh sempre um principio e vale alguma coisa! Fazer o que? ...
Agora fiquei na dúvida, é que já tinha planeado nomear a minha próxima neta de Ximbi!
Pobrezinha, Jose, pobrezinha!
Olá Xinbita!
olha, este teu blog é mesmo convidativo pela sua substância. só agora é que percebo porque é que meu irmão chamou me atenção quando ia dar nome da minha falecida avô "Amélia" e ele disse não se dá nome de mortos... ahahahahah...
Mas gostei desta
Abraços
Este post é muito interessante e nos conduz a muitas reflexões.
Essa coisa de nomes é complicada e será que o nome pode ter alguma influência no comportamento do indivíduo? Conheco um Contavida e ele é mesmo conta histórias.
E quanto aos nomes dos mortos, até é tradicão da minha terra. Lá quando morre um/a adulto/a, o nome dele passa para uma outra pessoa familiarmente muito próxima. Neste caso o nome da pessoa viva é geralmente que desaparece. Há actualmente uma resistência por parte dos jovens em fazer isso, pior ainda se não há interesses económicos ou mesmo sociais.
Ola, Chacate! Bons olhos te vejam. Essas ferias? Pelos vistos correram bem!
Agora essa da Amelia, parece que "txular" (dar nome) dos defuntos esta a sair da moda. Bom, cada qual sabe como vive nao eh? Essa eh uma das mensagens do artigo!
Pois, Reflectindo, ha muitas interpretacoes sobre as formas de dar nomes. Ha quem concorde que se perpetue um defundo num novo recem-nascido, ha outros que nao... Eh engracada esta historia!
Olá Ximbita!
dexei um comentário ha dias aqui nesta postagem mas não aparece não sei o que aconteceu. mas ok!
Em relação ao assunto que nos desperta defacto há um problema na definição dos atributos do músico. outra coisa é a questão de censura nas letras e presença dos músicos. quanto aos títulos auto atribuidos só tenho pena de quem assume...
Ximbita! sabes que na minha família há uma tradição de dar nome do Pai, tia, Mãe, avô etc. mas há dois anos o meu irmão gémio ligou me quando tivi a minha 1ª filha a dizer "nada de dar nome de uma falecida"! não me tinha dado as razões mas nesta sua postagem foi mais que claro
Congaratulo me com singo mais uma vez.
Chacate, espero sinceramente ter contribuido de alguma forma para a resoluçao de tal polemica. Bom fds
Hiii, Dede, a tua premoniçao quanto aos nomes nao é que aconteceu? Numa sondagem publica feita pela STV quando se perguntava em quem apostava para candidato a edil de Maputo, alguns, em vez de dizerem David Simango diziam Deviz!
Ei, esse nome ainda vai dar boleia a alguem... Nomafobias!
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