terça-feira, 19 de abril de 2011

"Preguntar", não ofende

O slogan Produza, Consuma, Exporte produto moçambicano é sem dúvida uma manifesta vontade de valorizar o que é produzido no país. Tal facto é notório não só nas campanhas publicitárias como também na apresentação dos produtos para comercialização. Ademais, o produto nacional, pelo seu preço, é preferencial cá na terra.

Por exemplo, em pacotes de açucar ou de massas, estão estampadas receitas de cozinha de fácil seguimento e, o mais importante, de custo acessível para a maioria dos bolsos. No entanto, em alguns casos, para não generalizar, o sonhado produto nacional nada mais é do que um produto embalado com o selo nacional. Será isso valorizar o que é nacional?

Por outro lado, as denominações dos referidos produtos obrigam muitas vezes, aos incautos e não só, a tirar ilações que talvez não sejam o que se pretende. Veja-se o caso do arroz “Mama Africa”. Pretendia-se assim o fazer ou o acento til ficou em falta? Escrever e dizer são duas coisas diferentes! Em vocabulário de rua, "mama" tem conotação pejorativa… Quanto mais a todo um continente!

Como se ouve dizer: “dalisença, preguntar não ofende”!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Estórias em Maputo (40)

Que não reste mais nenhum espaço para dúvida : o transporte na Grande Town é um dos casos mais bicudos de que se tem memória ! Já não se distingue hora de ponta de hora morta ! Em muitas paragens e a todo o momento, meter o pé num meio de transporte, público ou privado, é um episódio para uma longa metragem cujos capítulos finais ainda não figuram no roteiro de quem de direito !



Como se não bastasse, é absurdamente notório o grau de degradação das viaturas que transportam a grande maioria de cidadãos de suas casas para os postos de trabalho e vice-versa. Ninguém se importa ou manifesta qualquer interesse até que a tragédia, que sempre anda a espreita, ocorra. Aquele ditado que diz "prevenir é remediar" foi substituído por "deixa andar" e a fila assim anda.



Ainda por cima, numa tentativa desesperada de agarrar a primeira tábua que passa(va), optou-se por admitir que os que não têm licença para transporte de passageiros passassem a fazê-lo em períodos pré-determinados. Penso rápido na ferida, se se levar em conta que alguns dos piratas já circulavam na praça, contudo, neste caso também não foram acautelados os critérios de segurança.



Verdade é que alguns desses "piratas" dispõe de viaturas em muito bom estado, tão bom, que até mete dó vê-las a circular só "em certas horas". Mas, por outro lado, há viaturas também em bom estado criadas para o transporte de carga e que hoje transportam pessoas lembrando tempos já idos. Porém, ao contrário de suas ancestrais, as carrinhas de hoje não dispõe de lona nem de ferragem alguma que permita que os transportados se segurem a algo na viatura que não os demais passageiros, companheiros de viagem.