A segurança nas escolas é, a par da preocupação com a qualidade e com as condições de ensino-aprendizagem, um dos maiores calcanhares de Aquiles do sistema nacional de educação, com particular enfase para os primeiros anos de escolarização. Como forma de, entre outros, colmatar esse problema, foi instituído o uso do fardamento e, tendo-se este revelado insuficiente procurou-se, e ainda procura-se, por soluções urgentes.
Face a tantas dificuldades e conscientes de que sozinhas não as conseguiriam resolver, as direcções da escola apelaram ao contributo dos pais e encarregados de educação. Dessa relação, resultaram os Conselhos de Escola que, entre outras decisões, apostaram na contratação de guardas de vigilância, meio humano não assegurado por "quem de direito".
Para o pagamento dos salários dos referidos guardas, no acto de matrícula passou-se a pagar uma taxa, muito contestada por não ser gerida com transparência e que, feitas bem as contas, não trouxe a tão almejada segurança dentro e nas imediações dos recintos escolares. Importa referir que para os valores pagos pelos encarregados de educação, durante as aulas poderiam estar de serviço pelo menos 4 guardas e à noite outros 2.
Muito recentemente, com a ajuda dos conselheiros de serviço, "quem de direito" decidiu-se pela adopção do Número Único do Aluno (NUA) que figurará no bolso da camisa do aluno (a comprar) e no seu processo académico. A primeira vista, este sistema visa controlar(?) os movimentos entrada e saída da escola. Poderá também contribuir para uma base de dados, tão urgente quanto necessária, para o cálculo de médias e consequente emissão rápida de certificados.
Mas a grande questão não se cala é: sabendo que moçambicano é, por "naturezização", um desenrasca, a ponto de alugar fardamento e arma de policia para extorquir seus semelhantes, que segurança trará um bolso enumerado a quem os porta?