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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NUA

A segurança nas escolas é, a par da preocupação com a qualidade e com as condições de ensino-aprendizagem, um dos maiores calcanhares de Aquiles do sistema nacional de educação, com particular enfase para os primeiros anos de escolarização. Como forma de, entre outros, colmatar esse problema, foi instituído o uso do fardamento e, tendo-se este revelado insuficiente procurou-se, e ainda procura-se, por soluções urgentes.

Face a tantas dificuldades e conscientes de que sozinhas não as conseguiriam resolver, as direcções da escola apelaram ao contributo dos pais e encarregados de educação. Dessa relação, resultaram os Conselhos de Escola que, entre outras decisões, apostaram na contratação de guardas de vigilância, meio humano não assegurado por "quem de direito".

Para o pagamento dos salários dos referidos guardas, no acto de matrícula passou-se a pagar uma taxa, muito contestada por não ser gerida com transparência e que, feitas bem as contas, não trouxe a tão almejada segurança dentro e nas imediações dos recintos escolares. Importa referir que para os valores pagos pelos encarregados de educação, durante as aulas poderiam estar de serviço pelo menos 4 guardas e à noite outros 2.

Muito recentemente, com a ajuda dos conselheiros de serviço, "quem de direito" decidiu-se pela adopção do Número Único do Aluno (NUA) que figurará no bolso da camisa do aluno (a comprar) e no seu processo académico. A primeira vista, este sistema visa controlar(?) os movimentos entrada e saída da escola. Poderá também contribuir para uma base de dados, tão urgente quanto necessária, para o cálculo de médias e consequente emissão rápida de certificados.

Mas a grande questão não se cala é: sabendo que moçambicano é, por "naturezização", um desenrasca, a ponto de alugar fardamento e arma de policia para extorquir seus semelhantes, que segurança trará um bolso enumerado a quem os porta?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Alerta vermelho

Qualidade e segurança são preceitos que contam bastante na escolha da escola na qual as crianças, adolescentes e jovens se (vão) forma(r)m. Na concorrência com escolas públicas, frequentemente as escolas privadas são eleitas por apresentarem, a par de outros aspectos não negligenciáveis, perfis com altos padrões de contrôle na segurança e na qualidade de ensino.

Verdade é que essas escolas transmitem tanta segurança que muitos pais se limitam, em grande parte dos casos, em manter em dia as mensalidades com alguns laivos de participação em reuniões para as quais são convocados, quando não enviam o filho, empregada ou guarda para os substituirem.

Naturalmente, o facto de estudarem em tais escola, em alguns casos, faz parecer que esses meninos são filhos de pessoas com muitas posses, o que não pode de toda a forma ser generalizado. Contudo, o meio de transporte, os casacos, o calçado e as pastas de marca, os leitores de música e telemóveis top gama, deitam por terra qualquer argumento nesse sentido.

Como há gente que não está cega a "esses argumentos", os meninos bonitinhos passam a meninos-vitimas pois outros meninos, mais vividos e "empreendedores", aproveitam-se desses sinais para os aliciarem, com sua amizade e compreensão dos problemas que caracterizam essa faixa etária, para caminhos obscuros onde impera sobretudo a poeira e o fumo.

A principio em pequenas doses, "só para experimentar" e pouco depois, quando já começa a animar, no "se quiseres mais traz lá tako, tuas sapas, algo da tua casa ou cenas do teu kota, pra gente biznar e dividir", os argumentos que reflectem o modus vivendi dos meninos bonitos transforma-os em isco do que todos sabem que existe por aí e esperam que não exista entre os muros escolares.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Estórias em Maputo (29)

Policia-ladrão, neca, matocozana, saltar a corda ou elástico, dançar xitsuketa, pimpar, cochê, papa-mamã, futebol, zhoto, cheia, bi-johnson, rolamento, carinhos de arame, nomes-terra, xtrês, berlindes, xinguerenguere, fisgas ou n’diokas … foram intrumentos ou brincadeiras de criança que marcaram gerações que, com nostalgia e pesar, não vêem os putos de hoje a imitarem-lhes brincadeiras tão divertidas, intrutivas e… de crianças.

As crianças de hoje não podem jogar bola nas ruas ou calçadas de Maputo tal como era nos times. Verdade é que jogar a bola na rua é um risco, mas, nem nos passeios nem quintais lá dos bairros é possivel. Se não é porque os passeios estão levantados, é porque a fossa rebentou. Se não é por essa razão, é porque os carros tanto estão no asfalto, no passeio como nos quintais e em números assustadores.

Os campinhos de futebol transformaram-se em dumbas. Os jardins públicos perderam o encanto : os seus parques apresentam esqueletos de baloiços ou de escorregas e transformaram-se em covis de marginais. A Feira, outro espaço de lazer infantil, guardou brinquedos cujos valores tornam-nos acessiveis para meninos com parentes com alguma posse.

As salas de cinema, que não davam espaço para a pirataria, sofreram mutações : templos religiosos ou centros culturais, em nada relembram a época em que todos gritavam, ao som do ruidoso, ritmado e emotivo bater do soalho, "Rússia, Rússia, Rússia…" ou "artista, artista, artista…". Ah, e no intervalo os pirulitos e os noguetes, adoçavam a festa. Ainda há dúvidas ? Já não há crianças à moda antiga !

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Preso por ter cão ou por não ter?

Recentemente, um jovem, que pelas vestes se fazia passar por mulher foi preso acusado de tentativa de rapto de uma criança em Marracuene. Segundo o travesti, homossexual confesso, o que tera sucedido é que este se servira da criança para indicar o paradeiro de um tio que roubara, na noite anterior, da qual haviam passado juntos, determinado valor monetario.

O tio da criança, claramente "macho que se preze", e que, por conseguinte, não podia manchar a sua macheza, prontamente refutou a acusação segundo a qual teria surripiado os valores da pseudo-mulher tendo sublinhado que nem sequer conhecia o acusador.

Supostamente apanhado com a boca na botija, numa altura em que o assunto que rola de boca em boca é o roubo de crianças, devido ao evento que decorre na terra do rand, o individuo em causa prontamente foi levado às celas. Contudo, ao invés de se teimar em esclarecer as intenções do rapaz-menina, todas correntes, incluindo a da policia, focalizavam-se nas tendencias sexuais do primeiro.

Sem perca de tempo, algumas pessoas não se coibiram em associar o acto (tentativa de roubo) com "um mal" (doença) que apoquenta o individuo. E houve mesmo quem apelasse a pena de morte, não para ladrões de crianças, mas para homossexuais. Mas afinal qual é o problema? A tentativa de roubo ou a homossexualidade do individuo? Ser homossexual é crime ou agrava o crime?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O rugir do leão

Nas nossas televisões, há algum tempo, tem corrido uma saga publicitária, ao estilo « bonecos animados », interessante e cómica, marcadamente moçambicana, protagonizada por um grupo de petizes, no qual se destaca o potente e invencível Pepito, que visa, na verdade, promover os feitos de um arroz de produção ( ?) e marca nacional, geralmente acompanhado por um feijão « que só a minha mãe sabe fazer », com poderes comparáveis às performances do rei da selva.

Com episódios, muitas vezes, relacionados com eventos políticos e sociais, como feriados nacionais (dia da celebração da independência, dia da mulher moçambicana, etc.) e datas especiais (jogos olimpicos, celebração do natal, dia dos namorados, por exemplo), a saga do Pepito e de seus companheiros, entre eles o Mandinho, é afincadamente acompanhada pelos demais petizes. É só olhar para as atitudes e formas de expressar dos mesmos !

Ora sabido quais são os « poderes » do rei da selva, no início da saga, a palavra de ordem pressupunha que ao consumir tal arroz ganhava-se força e energia. Com o andar dos tempos, viu-se o Pepito, a princípio um magricela, a ganhar massa corporea e a despender muita energia, como nos episódios em que jogava uma partida de ténis, ganhava corridas (apesar de todos os obstáculos que lhe eram colocados) ou no concerto pelo Natal, que de tão electrizante, ao estilo hard rock, se esparramou no chão.

Com o andar dos tempos, outros slogans foram construídos. O episódio mais recente, com slogan Estamos mais fortes !, mostra o Pepito e seu companheiro de brincadeiras, o Mandinho, contra dois outros rapazes, num jogo, que a princípio parece « cochet/coché ou morto », mas com bolas, de dimensão menor que as do andebol e maiores que as do ténis, que com toda força e energia, as lançam uns contra os outros até, claro, ao derrube dorido da equipe adversária.
Conhecidas que são as manias das crianças, grupo mais atento a esta saga, de tudo imitar, especial atenção deveria dar-se ao tipo de brincadeiras promovidos e a linguagem usada, senão grrrrrrrrrrrrrrr...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Dia-a-dia na escola

Em nossas escolas, acontecem muitas coisas. Algumas delas testemunhamos quando o facto é narrado nos media ou então por alguém ou um familiar que vivenciou uma situação, geralmente triste. Verdade seja dita, dentro dos limites da escola vive-se muita coisa boa... má.

É de conhecimento geral que as escolas existentes, em particular na zona de pedra, foram construídas no tempo colonial. Também se sabe que essas escolas foram construídas para albergar determinado número de pessoas (estudantes, alunos e outros autores)... pois, aí a porca torce o rabo!

O superpovoamento da cidade de Maputo e consequentemente das escolas obriga a que sejam estabelecidos vários turnos para que todo mundo possa beber da fonte da sabedoria. Acrescenta-se a isso o facto de vários alunos não conseguirem lugar no período diurno o que cria condições para que existam 4 turnos.

A título de exemplo, uma escola pode englobar aproximadamente 3000 alunos, distribuídos em diferentes turnos. Entretanto, essa escola dispõe de 3 espaços sanitários: 1 para os professores (homens e mulheres), 1 para as meninas e outro para os meninos, havendo em cada um 4 cabines.

Fazendo as contas, por cada turno há uma média de 750 meninos e imaginemos que metade disso seja dividido igualmente pelos sexos. Dividindo esses meninos pelas 8 cabines, teremos uma média de 93.75 indivíduos a fazer uso das casas-de-banho em 4 horas (um turno).

Puxando de novo pela calculadora, num único dia, uma cabine sanitária recebe em média 375 alunos! Ah, sublinhe-se também que a distribuição da água, da rede geral, ocorre das 4h às 9h da manhã. Em que estado ficam os sanitários algumas horas depois? Evidentemente, por maiores e melhores que sejam as intenções, o factor higiene entra em crise.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Apelo urgente

Recebi por email o apelo que abaixo publico (sic):

Peço a colaboração de leitores e bloguistas para publicitarem amplamente a seguinte notícia que acabei de receber:

"O Instituto do Coração vai fazer cirurgias a coração aberto a 20 crianças de 11-18 de Julho de 2009. Cada criança precisa de 10 unidades de sangue para transfusão para poder ser operada. A equipa que vai operar estas crianças vem de França especialmente para fazer estas operações. A maioria das crianças são de fora de Maputo e não tem parentes cá para doar sangue. Sendo assim, peço-vos encarecidamente para irem ao banco de sangue doar sangue. Quando chegarem ao Banco de Sangue é só dizerem que vêm doar sangue para MISSÃO CIRÚRGICA NO ICOR.

Lembrem-se:

AO DOAREM SANGUE ESTÃO A SALVAR A VIDA DUMA CRIANÇA.
Mario Songane
Instituto do Coração".


PS: Pessoal, quantas vezes não recebemos emails pedindo dinheiro para ajudar crianças em recantos distantes do mundo? Este gesto não custa e nem doi nada, é em prol das nossas crianças e dignifica quem o faz. Avante bloggers!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bofetada de amor

Este mês é dedicado a criança, primeiro pelo Dia internacional da Criança, celebrado a 1 de Junho e pelo dia da Criança Africana celebrado a 16 de Junho. Este mês, tal como todos os outros, deve(ria) ser especialmente dedicado a demostração de afecto por todos que nutrem simpatias pelas "flores que nunca murcham".

Infelizmente, ao invés de se celebrar o mês com pompa e circunstância, so se ouvem relatos de pais que presentearam, os seus filhos com sopapos aplicados vilolentamente por razões diversas. A gestão de problemas pais-filhos é questionavel quando se aplica violência contra as crianças.

Ha quem diga que uma palmadinha não faz mal a ninguém, mas quando essas palmadinhas fazem com que as crianças tenham que ir ao hospital para ser tratadas das mazelas causadas e os seus pais a Esquadra para justificar seus actos, a coisa é muito feia.

Um miudo, sob pretexto banal, ficou na rua durante 15 dias porque seus familiares (tio e mãe) acharam que essa era a melhor solução para castigar o pretenso "pequeno gatuno". O bom do miudo é que nesse entretanto continuou a ir para a escola. Pena é que os vizinhos apesar de o alimentarem, deram uma esteira para que ele continuasse a dormir na rua...

Outro pai, com barba de impor respeito a qualquer um, espancou o seu filho porque supostamente "roubou" em uma loja. Outro pai ainda, fazendo uso da brutalidade de sua força fisica, maltratou a sua filha ao ponto de ser engessada porque "roubou" comida...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O preço da pedofilia

“Ele chamou me pelo portão e deise me para entra na casa dele para me dar chá. Estavamos na sala só nós dois, ele tirou as calças e mandou me chupar o pénis dele. Eu estava sentado e ele deitado. Ele gritou comigo para eu chupar rapidamente o pénis dele. Depois mandou-me embora e deu me 10 meticais para eu comprar coisas para comer”, refere o menor na primeira pessoa.

10 miseros meticais! Um valor tao irrisorio que mesmo os mendigos o recebem com désdem. 10 meticais, uma pechincha que os guardadores de carro recebem amuados e a contragosto. 10 meticias foi o preço pago a uma criança, pelo seu vil abusador para pagar e matar a fome de uma inocente criança.10 meticais!

PS: Não me entendam mal, não estou contra a pechincha em causa, é uma métafora contra o acto vil desse cidadao e sabe-se la quantos outros mais!!!

domingo, 26 de abril de 2009

As crianças de hoje (4)

Lidar com o dinheiro

No passado, na nossa fase de criancice, ter na mão uma reluzente moeda dada pelos papás era um grande tesouro. Essas moedas, que não raras vezes eram coleccionadas e recontadas até a exaustão, serviam para comprar o Kurika (revista de banda desenhada), postais, selos, uma ida ao cinema e depois ao Carrocel na feira, um refrigerante e um bolo no Scala ou no Continental.

E as crianças de hoje? Se até bem pouco tempo pediam dinheiro para comprar rebuçados com tatuagem, não tarda muito ou já estão a pedir mola para o seu crédito, para levar a Patricinha (menina rica e mimada) ou a Mariazinha (pobre Maria lá do bairro) ao teatro, depois para lanchar e ainda comprar crédito para esta, isto sem contar “naquelas sapas que toda malta tem menos eu”, etc.

Apesar de todas as adversidades, de uma ou de outra forma, pautamos sempre por poupar algum, pois nunca se sabe o que o futuro nos reserve e nada é eterno. Será que estamos a preparar os nossos filhos para a incerteza da vida? Decerto que sim, guardando sempre que podemos ou com regularidade possivel algum dinheiro para eles na “eventualidade de...”. E o hoje e agora: como gerir?

O nosso salário, infelizmente só é pago uma vez por mês, mas as despesas, essas não param nunca: a todo o momento estamos a pagar algo e até nós mesmos nos questionamos sobre a proveniência do dinheiro para cobrir tanta despesa. E os nossos filhos? Como reagem face ao dinheiro? Como fazê-los rentabilizar o pouco que podemos dar? Dar uma semanada, uma mesada ou sempre que eles dele precisarem?

Muitas vezes, sobretudo no meio escolar, vemos crianças com elevadas quantias em dinheiro vivo. Os pais alegam que é para a garantir a opção de escolha de seus filhos no menu escolar, outros nem sequer justificações apresentam: tem tanto que já não sabem o que fazer senão dá-los aos filhos/crianças com todas as consequeências que dai advém (inveja dos outros, logo furto na carteira dos pais). Preocupação legitima mas errada.

É de salutar pais que se preocupam com o futuro de seus filhos, não só lhes garantindo uma formação como também um pé de meia para a vida futura. Mas se, neste momento, não damos a esses filhos as ferramentas de gestão destes e de outros valores como achamos que eles se portarão face a um bolo relativamente maior e inesperado? Poucos serão os sábios a ponto de o usar da mesma forma que poupam.

A quem diga que quanto mais tardio for o contacto com o dinheiro melhor é para as crianças. Mas, as nossas crianças, desde muito cedo tem contacto com o dinheiro porque vendem ou compram produtos na rua: rebuçados para o “babar” (porque o pai quer sair e o miúdo está aos berros), pão na esquina, crédito (porque é um menino moderno e tem que estar on), alface (porque a menina já sabe preparar a salada), para o chapa, etc.

Dar as crianças um valor para que elas aprendam a geri-lo é saudável para a sua educação económica. No entanto, não podemos cair no erro de fazer parecer que estamos a efectuar um pagamento por serviços ou bom comportamento, essas actividades e postura são obrigações face a familia. Mas como proceder? Dar o dinheiro e deixar o miúdo gerir a seu gosto e vontade? Quando dar? Como dar e com que objectivo? Breve, como ensinar as crianças a lidar com a mola?

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

14zinha por encomenda

Varios orgãos da Comunicação Social audiovisual noticia(ra)m a detenção de uma jovem, entre 25 e 28 anos de idade, nos corredores da escola Secundaria Francisco Manyanga, em Maputo, como "angariadora de adolescentes para relacionamento com homens mais velhos".

Visando aliciar e levar logo consigo uma "menina de entre 14 e 17 anos, de preferência mulata, para um amigo de seu amigo, um cidadão português de 28 anos (e com as malas aviadas, ainda nesse dia, para destino desconhecido)", a jovem em questão confessou suas pretensões.

Dizem ainda, alguns orgãos, que a detida faz parte da vasta cadeia de aliciadoras de menores, para o circuito da exploração sexual de menores, da não menos famosa e em julgamento na RAS, Aldina dos Santos, a tal do caso Diana, com 65 acusações sobre a cabeça.

Assustadas e preocupadas, direcção da escola, familias e adolescentes abordadas, bem como toda uma sociedade, cada dia se torna dificil perceber até onde vai a perversão humana: mulheres que lucram vendendo outras mulheres e homens que satisfazem os seus instintos lascivos com crianças!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A criança d'hoje (2)

Lazer versus tarefas domésticas

No passado, era comum que as crianças ajudassem pai e mãe, sobretudo esta última, nas tarefas domésticas. No campo, eram funções dos meninos e meninas cartar agua, procurar lenha na mata, pastorear o gado, cuidar das capoeiras, apanhar, assar e partir castanhas varrer o quintal, pilar amendoim, moer milho, cuidar dos mais novos e outros pequenos serviços.

Nas cidades, meninos e meninas lavavam a loiça, limpavam o mosaico da cozinha, arrumavam os quartos, compravam pão e o jornal ao domingo, levavam o lixo a rua, cuidavam dos mais novos, ajudavam a mexer a panela para hungular o caril de amendoim e outras pequenas actividades domésticas que em tempos de crise incluiam idas aos jardins a procura de água!

Hoje, muitos meninos têm muito tempo de lazer com o agravante de não ser supervisionado: os pais apenas pagam pelos serviços e pouquissimas vezes dão o ar da sua graça para ver como as coisas estão a andar, se o dinheiro está a ser empregue e acima de tudo se a actividade é fundamental para a educação da criança.

Por outro lado, porque têm empregados domésticos em casa, os meninos de hoje não fazem nenhuma das actividades acima descritas e se as fazem é porque a familia não tem possibilidades de pagar um empregado ou porque pai ou mãe exigem, mas fazem-no de forma insignificante e, geralmente, sob protesto e a contragosto.

O mundo comercial, onde tempo é dinheiro, não perde a oportunidade de lucrar mais algum a custa da ingenuidade dos pais: preenche esse tempo com uma infinidade de escolhas a começar por algumas escolas que oferecem actividades extra-currilares para “ocupar o tempo livre das crianças” que muitas vezes não tem resultados palpavéis.

Outras actividades são promovidas pelas próprias crianças, com a anuência dos pais: jogos infindáveis, actividades desportivas, arte e simples brincadeiras, que devem sem dúvida complementar a sua educação. O resultado disso, é visivel: os miúdos desenvacilam-se muito bem, por exemplo, em informática, mas muitos jovens de hoje não sabem sequer lavar um copo quanto mais fazer um ovo estrelado!

Quanto mais pequenas foram as crianças, nós, no nosso novo papel de pais, somos muito permissivos. Não iniciamos os nossos filhos em tarefas tão simples quanto arrumar os seus próprios brinquedos numa caixa, e, olhem que não estamos a exigir a excelência! Esse trabalho, como nós mesmos fazemos questão de incutir nas nossas crianças “são tarefas para o empregado que nós pagamos”.

Diz o ditado “é de pequeno que se torce o pepino”mas é evidente que devemos ter o necessário cuidado com o tipo de actividade a desenvolver pelos petizes como a idade e a estrutura fisica. Outro cuidado que devemos ter, é fugirmos daquela ideia machista de que “isto é trabalho de meninas e aquilo, que exige força e inteligência, é para os rapazes”.

Criar hábitos simples como tirar e pôr a mesa, lavar a loiça, arrumar o seu próprio espaço privado, o quarto, serão exercicios tão dificieis que as nossas crianças não o podem fazer? Estamos tão revoltados com as “ardúas tarefas” impingidas, no passado, pelos nossos progenitores que não queremos que os nossos filhinhos passem por isso? Que crianças estamos a formar? O Homem do amanhã, forma-se hoje e não amanhã!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Show de estrelas mirins

O ultimo programa televisivo Quem te conhece, não te esquece jamais Moçambique em Concerto, brindou-nos com uma sessão sui generis: os artistas convidados (cantores, humoristas, instrumentista e apresentadora mirim) foram crianças (adolescentes e jovens) que foram apadrinhados por artistas de renome como Ancha, Sizaquiel Matlombe e Adérito Gomate.

Para além das potentes e belas vozes em bruto, que esperam lapidação por parte de artistas mais experientes e/ou de instituições apropriadas, como a escola de Música, o show foi ao vivo, no verdadeiro sentido da palavra, e não do já habitual, por estas paradas, play back.

A intrumentação de todo o show esteve a cargo do talentoso baterista, teclista e vocalista Sofixo, que mereceu, com pleno direito, uma vénia do professor e músico Adérito Gomate e foi sem dúvida a mais brilhante das estrelas do programa.

Este show, foi uma montra de que há talentos inatos precisando de orientação e de espaço para se fazerem valer ao contrário do que se vê nos dias de hoje pelos cantarinos. Aliás, espero sinceramente que muitos tenham aprendido alguma coisa das estrelas mirins, afinal nunca é tarde para aprender.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A criança d'hoje (1)

"Não sou criança!"

Criança! A quem se refere esta designação? Quantos pseudo-adultos recusam esta apelação? Porquê criança se as meninas já têm os seios empinados e as ancas arredondadas? Porquê criança se os meninos têm barba incipiente e voz grossa? Criança é todo o ser humano com menos de dezoito anos, diz a Convenção sobre os Direitos da Criança, excepto se a lei nacional convecionar o contrário.

A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.

Os pais possuem um papel fundamental no desenvolvimento psicológico da criança, além de serem os responsáveis pela sustentação dela. Uma das principais preocupações dos pais é ajudar a criança em desenvolvimento a crescer normalmente ou seja com a ausência de anormalidades físicas e/ou psicológicas, que são consideradas anormais em toda sociedade e cultura. A outra preocupação é com as habilidades ou traços, como escrever e saber ler, que são essenciais para a vida de uma pessoa dentro de uma sociedade.

Todas as crianças possuem algumas necessidades físico-psicológicas que precisam ser cumpridas e atendidas para que a criança cresça normalmente. As necessidades psicológicas da criança são determinadas pelas habilidades e pelos traços de personalidade que os pais esperam que seu filho desenvolva. Algumas destas são incentivadas em toda sociedade, outras apenas em certas culturas. Todas as crianças possuem certas necessidades psicológicas - como sentir-se amadas e queridas pelos pais.

Espera-se mais responsabilidade e maturidade da criança quando esta passa a ir à escola regularmente a partir dos seis ou sete anos de idade. As crianças passam a frequentar regularmente um lugar onde regras existem, que devem ser cumpridas e onde os padrões de comportamento não mudam de um dia para o outro.

A principal necessidade física da criança é a alimentação, da qual as crianças são totalmente dependentes dos adultos nos primeiros anos de vida. Outras necessidades físicas importantes são limpeza e higiene, vestuário adequado e um abrigo. Espaço também é importante para o exercício de jogos e brincadeiras. Além disso, a criança também depende dos adultos quanto ao aprendizado de bons hábitos de comportamento, tanto à sociedade que o cerca quanto a si mesma - mantendo uma higiene adequada, por exemplo, lavando as mãos antes de comer, não comer nada que tenha caído no chão, escovar os dentes diariamente, etc.

Hoje, mais do que nunca, fala-se da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores educados, compassivos, responsáveis para esse mesmo planeta. Por um lado, reporta-se muitos casos de pedofilia, de rapto e de roubos, perpetrados por ou contra a crianças. Por outro lado, dentro de casa, há situações conflituosas e não só a gerir sobre o uso do telemóvel, o lazer, a mesada, a forma de vestir e de comer, as amizades, entre outros. Como agir? Proponho uma série de temas que nos levarão a reflectir na criança de hoje, os adultos do amanhã!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Festas dos putos

Alguém se lembra de como eram as nossas festas infantis antigamente? Aquelas em casa, mesmo, em que os adultos ficavam conversando na sala, enquanto as crianças “se acabavam” a brincar por todos os cantos? Sozinhas ou entre si, sem bábás, sem brincadeiras pré-programadas com pula-pula, palhaços, pintadores de caras, carrocel, etc.?

Quando você, como convidado, chegava à porta, ninguém exigia um convite para depois procurar, na lista, o seu nome e de seguida indicar-lhe uma mesa. Na hora do “Parabéns a você”, não eramos obrigados a “play-backarmos” o jingle que o DJ toca: um coro ruidoso e destoado era entoado pelos convidados!

Lembra-se que o corte do bolo era no fim da tarde? Sim, um pretexto para que as luzes fossem apagadas e que na palidez das velas todos olhares se viravam para esse momento mágico. Você se lembra? Nessa altura, os mais corajosos faziam discursos e desejavam longa vida ao aniversariente e até se entoavam os cânticos habituais lá de casa sem receio de envergonhar os babados pápás que tinham convidado o chefe à festa?

Recorda-se? Os humildes, mas preciosos e apreciados, presentes eram entregues ao próprio aniversariante e não amontuados numa mesa preparada para o efeito e que depois fazem o aniversariente nem sequer saber quem lhos tinha ofertado, se você se esquece de lá pôr um cartão? E depois da festinha, não haviam lembracinhas ou brindes! No máximo, dava-se um pedaço de bolo ao mano mais velho que nos tinha vindo buscar?

Pois é, nada que se assemelhe às mega produções que vemos hoje em dia: tudo mudou! Também, até ocasiões que não devem, na minha modesta opinião, merecer tanto salamaleque são pretexto para eventos do calibre de um casamento (esses também ostentivos demais)! Veja-se que uma simples cerimónia de graduação, da creche, que mais não é do que uma despedida, é razão suficiente para merecer um buffet 5 estrelas!

Nós, pais, é que promovemos esses eventos e, o engraçado, é que os nossos filhos não acham a minima graça. Esta nossa atitude, talvez se possa justificar como sendo uma forma de os compensaremos pelas nossas frequentes faltas e, também, sejamos francos, rasgados elogios e palmadas nas costas, pelo sucesso da party, engordam o nosso ego.

Formúlas mais simples e eficazes podem surtir o mesmo efeito e, neste tempo de crise, até um bolo e uns refrigerantes levados à escola ou a creche, têm maior impacto do que festanças em que muitas vezes os miúdos nem sequer conhecem os convidados. Mas, as nossas festas, animavam ou não? Então que tal resgata-las?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Notas sexuais

Nossos professores deveriam estar aí para nos ensinar, não para nos tocar onde não queremos. Eu quero desaparecer do mundo se uma pessoa que deveira me proteger me destrói.”

Professores que tem relações sexuais com suas alunas, cuja consequência é a gravidez precoce e doenças de transmissao sexual, não é assunto novo, talvez não muito frequente ou então pouco divulgado. Talvez não seja frequente e completamente desconhecido que professores há que procuram alunos de sexo masculino para satisfazerem a sua libido. Parece estranho, mas é um assunto real em Africa e quiça em Moçambique.

Em todo o lado, se bem que ultimamente tende a diminuir, devido aos pagamentos por cima do quadro, a figura do professor é de muito respeito. Fazer um favor ao professor, é uma honra para quem o faz. No campo, frequentemente as crianças e adolescentes ajudam os seus professores em suas machambas, na construção da cabana e a carregar os livros de e para a escola que muitas vezes são distantes.

Nas cidades, já nada se faz gratuitamente e com o intuito de honrar o professor: a moeda de troca é o dinheiro, os bens materiais e o sexo. Aliás, honrar um professor pelos seus feitos, como pessoa que contribui para a formação do novo homem, só se faz quando este está a beira da última morada, a 7 palmos da terra, como se diz vulgarmente.

O pretexto usado por professores para justificar a sua atitude pode se encontrar, por exemplo, no seguinte: “as meninas vestem-se de forma provocante. Nem um santo aguenta tanta tentaçao”. Para além da exploração sexual de crianças, que tem como consequencia primeira o abandono escolar, há também os castigos corporais que visam “pôr as crianças na linha”.

Mas os professores, não jogam sozinhos este jogo: os estudantes (rapazes e raparigas) não raras vezes vendem-se ou dão algo em troca de notas para a passagem de classe. Muitas moças tornam-se amantes de professores e não raras vezes garantem a aprovação de muitos da sua turma ou circulo de amizades. Os rapazes, se não dispõe de meios financeiros, põe na berlinda as suas namoradas ou irmãs e a caravana passa.

Como em todos os momentos do exercicio de actividades as atitudes das pessoas não estão isentas de conotações ou apelidos, Notas sexualmente transmissíveis é uma expressão utilizada por crianças, em algumas regiões de Africa, para se referirem a frequente exploração sexual pelos seus próprios professores e resume em si o complexo (sub)mundo que são as relações entre professores e alunos.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A pub e as nossas crianças

Normalmente, não se pode ver televisão, ir às compras ou mesmo surfar na internet sem ser inundado com publicidade e nós, os adultos, não somos os únicos a estar exposto a anúncios publicitários: as nossas crianças também os vêem e não estão imunes a elas. Por exemplo, a publicidade feita por crianças, manifestando preferência por certo tipo de arroz tem sido um calcanhar de Aquiles na gestão do abastecimento familiar.

Há que reconhecer que as relações da televisão com os telespectadores mais pequenos inserem-se num problema mais vasto relacionados com sessões de violência, belicismo e sexismo que essa mesma programação assume frequentes vezes, designadamente na publicidade, na ficção televisiva, incluindo as novelas, e na informação.

Para além dos pontos acima retratados, há também que ter em atençao o outro lado ruim da publicidade na mente dos petizes: anúncios ligados a hábitos pouco saudáveis nas crianças como é o caso da alimentação compulsiva. Se prestarmos atenção à publicidade dirigida às crianças veremos que grande parte delas incentivam as crianças a comer produtos ricos em açucar e gorduras.

Recentemente dirigir-me a uma escola primária por motivos profissionais. Particular atenção tive no que está afixado nas paredes, onde pude notar que há, entre informações de caracter útil e pedagógico, cartazes e panfletos publicitários. Anúncios de shows, de locais onde promovem fotocópias a preço acessivel, de venda de material e de prestação de outro tipo de serviços pululam um pouco por toda a parte.

A colagem indiscriminada de panfletos publicitários em escola onde se aprende o primeiro BêaBá, deixou-me indignada pois, frequentes são, em todas as reuniões, apelos para que pais e encarregados de educação façam o trabalho do Ministério de Educação e Cultura pagando, e não contribuindo, para a pintura do estabelecimento.Todavia, este não foi o aspecto mais chocante.

Concentrei particular atenção a um panfleto que atiça as crianças a surripiarem moedas das nossas carteiras, com o objectivo de concurrer a um um video game devendo para tal anexar ao cupão invólucros de dois tipos de bolacha! Aliás, esta preocupação recente, faz-me lembrar um outro concurso promovido em escolas primárias nas quais os miúdos deviam levar determinado pacote de sabão em pó. Na altura, na sua infantil inocência, a minha filha mais não fez do que deitar fora todo o conteúdo para ter o invólucro!

Resumindo, a influência dos media nos miúdos é grande, e a gestão dos contudos das publicidades um bico de obra, mas a nossa influência como pais ou encarregados de educação é ainda maior. Utilizemos pois os media e o que eles trazem como um instrumento de aprendizagem e obtenhamos, com isso, ganhos na educação das nossas crianças.

domingo, 26 de outubro de 2008

De novo na rota da pedofilia?

Recentemente dois carros foram apreendidos com menores do sexo masculino provindos do norte com destino a Maputo, sob pretexto de serem escolarizados pelo/para o Islão.

Sendo a zona norte um local islâmico por excelencia porque sera que as criancas tem que ser deslocadas de uma ponta a outra do pais e, pior ainda, nas condições e formas como o processo é feito?

Sendo o nosso pais laico, qual e a importância de termos tantas criancas a serem formadas exclusivamente para essa orientacao religiosa?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Produção independente

Actualmente, muitas mulheres têm conseguido vingar na carreira profissional, sendo por isso bem sucedidas, e não estão apenas preocupadas com a sua aparência, mas preocupam-se sobretudo com o seu bem-estar material e psicológico. As mulheres descobriram que podem ter uma vida de qualidade se apostarem na sua própria escolarização, nos negócios pessoais, enfim, batalhando constantemente pelo que querem sem que para isso tenham de depender de um homem.

Construir uma carreira e conquistar a independência financeira, leva o seu tempo, sobretudo na selva de dificuldades que é a vida das mulheres moçambicanas. No entanto, por melhores e maiores que sejam as condições criadas, por si próprias, chega a hora em que o relógio biológico toca, a necessidade se transforma em urgência e tardiamente se percebam que não tem com quem dividir esse sonho.

Ter um filho, para a mulher, é o apogeu da sua realização pessoal. E para o terem, muitas não olham meios para atingir objectivos. Sendo que se torna difícil encontrar homens disponíveis na praça, em particular para com ele procriar, atitudes radicais são tomadas como o desejo de fazer uma produção independente.

A ausência de um marido ou parceiro deixou de ser impedimento para as mulheres que desejam ter filhos. Muitas optam por se envolver com homens casados apenas com o intuito de com este gerar um filho. Para estas mulheres, basta apenas “a semente e o certificado de origem” pois se o “produtor” recusa reconhecer a descendência pouco importa.

Há outras que não se importam, por exemplo, de envolver-se com um estrangeiro, com ou sem dividendos, com o firme propósito de engravidar e realizar as suas fantasias de mulher-mãe. Algumas engravidam de jovens universitários ou não, que são usados, como se de touros premiados se tratassem, para as cobrirem em troca de valores monetários. O mais importante é ter o seu filho!

Estas atitudes revelam algum egoísmo por parte destas mulheres pois o ideal é a criança nascer e crescer com mãe e pai ao lado. Viver em família, é salutar para a saúde psicológica da criança e acima de tudo há que pensar que apesar de tudo terem conquistado na vida, o filho não é o troféu que lhes falta na prateleira do sucesso.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Alerta: SRO com sabor são perigosos

A solução de rehidratação oral (SRO), vulgo mistura, tem sido, a forma frequente de tratar uma diarreia. Tais soluções eram /são ou podem ser preparadas em casa através da dissolução de uma colher de chá de sal e quatro colheres de chá de açúcar em 1 litro de água. No entanto, porque neste processo é importante que se tenha atenção que as medidas sejam exactas, porque o excesso de sal pode agravar a desidratação, soluções em pó já equilibradas são o ideal.

As nossas crianças, mal habituadas e mimadas, recusam-se a fazer esta terapia, sobretudo se for de longa duração, pois o medicamento tem um sabor que lhes é estranho. As industrias farmacêuticas, que não estão distraídas, encontram logo soluções para os dilemas da tomada de medicamentos: medicamentos com sabor que, no entanto, contêm substâncias perigosas para a nossa saúde, como é reportado no email transcrito abaixo.

Queridas mamãs ,

Há 2 meses atrás, em conversa com amigos, abordávamos a questão da renitência que algumas crianças têm de tomar a mistura quando estão com diarreia, o que dificulta a sua recuperação. Informaram-me que existem no mercado misturas com sabor (laranja, morango, etc.) e que as crianças gostam.


Um mês depois tive a infelicidade de ter a minha filha doente com diarreia. Fui então a farmácia e comprei a mistura de laranja. Comecei a ministrar a mistura. Durante três dias, a criança não registava melhorias. Pelo contrário. Além da diarreia estava também com vómitos e uma fraqueza gritante. Desesperada fui ao médico.


Questionada sobre qual a medicação que estava a dar, disse-lhe que mistura com sabor de laranja. A médica com ar triste, desolado até disse-me que estava a matar a minha criança. Que as misturas com sabor são feitas com químicos que irritam as células sensíveis do estômago e, por isso é que a criança, para além da diarreia, estava com vómitos.


Fiquei escandalizada, revoltada. E pensei : Porquê é que em nome do negócio matam as nossas crianças? Porque é que as associações de defesa do consumidor, o Ministério da Saúde não interditam a venda destes produtos no nosso mercado? Por isso resolvi, sem nenhuma certificação cientifica, mas apenas empiricamente, faço este apelo à todos os destinatários desta mensagem, que, podem até não ter filhos, mas de certeza terão uma criança a quem depositam o vosso carinho: Não dêem mistura de sabores às vossas crianças !