quinta-feira, 24 de abril de 2008

Mulheres d'armas (1)

No distrito do Dondo, província de Sofala, mulheres vulneraveis e viúvas da associação FOTINE, procuram mercado para escoar a sua produção de mandioca. Produzida em 6 hectares, a associação apoiada pelo INAS e pela direcção distrital da agricultura, prevê colher 50 toneladas deste tubérculo, resistente à seca e de alto valor nutritivo.

Numa altura em que se olha para a mandioca como a alternativa para o elevado custo do trigo, essencial para a produção do pão, é de estranhar que tanta produção ainda não tenha mercado garantido nas panificadoras nacionais desde o momento em que ainda são estacas.

Fonte: TVM

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Tráfico em "Roda Viva"

O programa Roda Viva, da TVM, direccionado para um público infanto-juvenil, abordou, sábado último, a questão do tráfico de crianças. É de louvar a iniciativa da direcção deste canal por levar ao seu público alvo uma questão que a todos toca e que muitas vezes as potenciais vitimas não são ouvidas ou não tem campo de expressão,as crianças e os adolescentes.

O debate foi interessante na medida em que as crianças (citadinas) mostraram estar a par da situação. Eis alguns dos depoimentos de reportagens efectuadas nas ruas da capital de Maputo:

Vagner, 13 anos, estudante da Francisco Manyanga: “as crianças aceitam ser aliciadas por terem falta de algo na família ou porque a família esta em crise ou porque preferem ter a vida fácil. A solução é obedecer aos pais”. Sonho do futuro? “Não sei”. Se um titio aparecer e prometer Mercedes, aceitas ou não? “Não”! E se quiser te dar muitas pitas bonitas? “Também não, porque acho que posso conquistar tudo isso sozinho estudando”.

Lenice, 10 anos: “Já ouvi falar de tráfico de menores, é quando levam as crianças para sítios, não sei para quê”.

Bianca, “tráfico de crianças é quando levam as crianças sem o consentimento dos pais para outros fins”. Medida de prevenção: “Não devemos falar com estranhos”.

Hanifa, 9 anos: Medida de prevenção: “Não devemos falar com estranhos”.

Samuel, 12 anos: “Para melhor combater o tráfico de crianças, não devemos aceitar rebuçados e nem falar com estranhos”.

E as crianças do meio rural? E as crianças que mesmo sendo citadinas passam por carências e não tem acesso a informação? Como prevenir-se-ão elas de tal crime?

No estúdio, a titia Nelly, convidada a debruçar-se sobre o assunto, duma organização que combate o tráfico de pessoas e que deu acompanhamento as meninas traficadas do caso Diana, chamou a atenção das crianças para o facto de que “ existem redes de tráfico e que quem recruta pode não ser a mesma pessoa que transporta e explora as crianças”.

Sobre as propostas de emprego que muitas vezes são usadas como meio de aliciamento, a titia Nelly disse que “as crianças nem sequer devem aceitar propostas/promessas de emprego pois não tem idade para trabalhar mas sim estudar”.

Para finalizar a sua alocução, a convidada disse que “quando uma vitima de tráfico é identificada, por exemplo, na Africa do Sul, procuramos pela família em Moçambique. Apoiamos o regresso da vitima e a sua reinserção na família e temos ajudado a muitas crianças”. Este comentário faz-me repor a questão da existência ou não de pedofilia em Moçambique ou com crianças moçambicanas que se pode ver no artigo Inocência roubada.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Sexo fragilizado

Mulher é sexo fraco ! Quantas vezes já ouvimos esta expressão? Ou até a utilizamos?

Pode até ser, pessoalmente discordo. A mulher não é um sexo fraco e muito menos tem um sexo fraco! Se o tivesse ou se o fosse, não seria ela quem poria no mundo crianças pela via do tal sexo fraco ou então não receberia nele muitos homens, no caso, em referência as prostitutas. Evidentemente a questão não passa pelo sexo entanto que órgão, mas pela percepção da figura da mulher na nossa sociedade.

Estereótipos deste género perseguirão a mulher por longo tempo sobretudo se mentes retrógradas não perceberem que a mulher é um ser igual ao homem em termos de capacidade e competências e isto se pode testemunhar no relato poetizado de Mamana Josina, uma mulher moçambicana.

Grande parte de homens, moçambicanos, porque não a maioria, precisa perceber que a mulher não é tão fraca como pensa. A sua fragilidade reside, em muitos casos, na falta de poder de negociação. Um exemplo concreto disso, é quando um homem regressa das minas da RAS e diante do pedido de sua mulher em fazer o teste do HIV, recusa-se em faze-lo ou em usar o preservativo alegando infindáveis desculpas e motivações que passam pela suspeita de infidelidade por parte da mulher. Diante duma atitude deste tipo, a mulher tem que se sujeitar a tal marido com os riscos evidentes de que tal acto pode causar.

Por outro lado, os ensinamentos adquiridos ao longo da infância e juventude, pela via dos ritos de iniciação e outros meios de transmissão de tradições que ensinam a mulher a submeter-se ao homem sem o questionar, são alguns dos factores que fazem com que a mulher seja considerada sexo fraco.

Este facto, é repisado por Olívia Massango que num trecho do artigo Incógnita social refere que “as pessoas do sexo feminino são orientadas para uma determinada postura social, diferente das do sexo masculino. Assim, sem poder de escolha, são ensinadas a gostar de bonecas, a brincar de cozinhar, de arrumar a casa, etc., tudo num claro propósito de logo cedo aprenderem a ser mulheres. Sim, porque, no meio em que vivemos, ostenta o título de mulher aquela pessoa do sexo feminino que sabe cuidar da casa, da família e, acima de tudo, que reconhece a autoridade do homem no lar, seja ele marido, tio, avô, irmão ou filho”.

Felizmente, sem bem que em número reduzido, a mulher tem pautado ultimamente pela sua auto-formação e formação, e como consequência disso, aprendem a brigar pelo que dignifica e faz bem, tanto para si como para seus filhos e toda a família. Esta afirmação da mulher, muitas vezes, é vista como uma atitude de desrespeito e até de humilhação por alguns homens que não vêem de bons olhos o crescimento da sua própria mulher/esposa. Como resultado, entre os outros factos, lares aparentemente sólidos são desfeitos e as mulheres ficam a mercê de si próprias na incansável luta pela sobrevivência.

Violador

Empregado doméstico (selvagem, assim deveria ser designado), de 25 anos de idade, violou, por tempo indeterminado, duas crianças de 4 e 8 anos de idade, durante a ausência dos progenitores. Segundo Inocência Nhapimbe, chefe do Gabinete da Mulher e Criança vitimas de violência domestica na PRM, em Chimoio, este jovem-confesso justificou os seus actos alegando que "precisava satisfazer as suas necessidades biológicas".

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Inocência roubada

No nosso país, diariamente são amiúde reportados casos de violação sexual e estupro, ainda que esses números não figurem nas estatísticas policiais dai, creio, que a conclusão de que em Moçambique não há pedofilia, porque apenas um caso foi reportado e isto em 2007, não é justa. Alias, é justo sublinhar que muitas vezes esses casos não são dados a conhecer pois são geridos a nível da família, circulos, bairros e por ai, afinal o violador é quase sempre próximo da sua vitima.

Há dias, no Bairro Ferroviário, em Maputo, um grupo de populares constituído por mulheres e crianças (sempre elas) revoltou-se contra um suposto violador de crianças encarcerado, na altura, na Esquadra de Laulane.

Incrível, que ainda o chamassem suposto, por falta de provas ou apenas porque não o apanharam com a boca na botija, ou melhor, com o coiso na... pois o depoimento duma das crianças a quem foi roubada a virtude é de arrepiar mentes sãs.

“... O tio tirou a calcinha… depois, depois, meteu o dedo... depois, depois... chupou o dedo… depois, depois meteu na barriga… doeu minha barriga... depois, depois...me deu bolacha …”

Maria Soupinho, responsável na Policia pela área da mulher e criança, disse de boca cheia, em declarações à STV, no programa Opinião Publica que “em Moçambique não existe pedofilia”! Saberá esta senhora o que é pedofilia?

Em termos simples, o sociólogo Lopes, também convidado a fazer parte do painel, disse que pedofilia “é um desvio sexual, uma atracção sexual por crianças”. Logo, na óptica desta policia, só quando há violação sexual ou estupro inúmeras vezes é que se fala de pedofilia? O mesmo não se passará nas mentes cobertas daqueles que devem velar pelo bem-estar da criança?
Aceito e acredito que pais e encarregados de educação tem a sua quota parte, mas como fazemos parte dum todo/sociedade é necessário que esta vele pelas crianças e acima de tudo que os orgãos de Justiça se façam presentes!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Divas da Bang

A Bang Entertainement, liderada pelo jovem do charuto apagado (se bem que ultimamente tem aparecido aceso) artisticamente conhecido por Bang, é uma label com alguns anos de existência e agrupa em si um naipe de artistas de renome na praça entre os quais: Doppas, DRP, Yara da Silva, Marlen(e), Valdemiro José, Denny OG, o polémico Ziqo, Dama do Bling e Liza James, sendo as duas últimas, as jóias da coroa.


Enfant terrible Yara da Silva

Desaparecida dos palcos de espectáculo, dos programas da tv e mesmo das ondas hertzianas da rádio, esta jovem que saiu da label do Dinho XS (que tem como Diva a artista Neyma Alfredo) aos gritos dizendo “eu só quero cantar”, muito pouco tem dignificado a label, se é que dela ainda faz parte.


Sensual Marlen(e)

Batalhadora inata, transpirando sensualidade por todos os poros, brindou-nos recentemente com um vídeo no qual está descoberta da cintura para cima, procura o seu espaço sem fugir do seu estilo característico, marrabenta mixado à outros ritmos (pandza-dzukuta, ritmos latinos e samba (segundo a própria). Muito persistente, tendo em conta a “luta” que deve caracterizar a label, está jovem promete, se continuar a enveredar por esta linha e pelo conteúdo de suas musicas!


Doutora Dama do Bling

Muito conhecida na praça, alvo de acessos debates em tempos passados, a Dama do Bling, quer queiramos, quer não, é um caso de sucesso na praça: tem na prateleira dois galões que a põe num patamar elevado e fazem inveja a muito músico/cantor, nacional ou estrangeiro.

Após o lançamento recente do seu vídeo-clip Ups (Cai na tua teia), com imagens espectaculares do Palácio dos Casamentos, cenários de glamour, muito bling (ou não é ela a DDB), muita cor, predominando o branco que é bem representado por crianças (uma inovação na nova geração de músicos moçambicanos) e até um anjo (representado pela colega de armas Liza James), este vídeo, tem tudo para mais uma estatueta na prateleira da DDB e da cultura moçambicana.

Irreverente e ousada, DDB é uma mulher com garra e energia inesgotável na incansável luta pela conquista dos seus objectivos pessoais, aceitemo-los ou não. Tem um web site onde ela prima em separar a sua vida artística da vida de cantora, afinal tal no passado recente causou-lhe dissabores…

Ousadia quanto baste não fa(z)rá da DDB uma versão moçambicana da américa Lil Kim?

Rainha Liza James

Namorada do mananger da Bang, o que em nada acrescenta ao seu sucesso crescente, Liza James, também galardoada, dois anos consecutivos, pelo canal televisivo Channel O, é um caso de sucesso absoluto, como o seu mais que tudo faz questão de brandir.

Rosto e voz duma das operadoras de telefonia móvel moçambicana, Liza lançou recentemente um vídeo clip de sonhos (diz-se nos bastidores que os custos ultrapassaram em muito os 100 mil meticais!!!): deserto, pirâmides ao fundo, “escravos” negros musculados, fruta para que te quero, bling, glamour, rebolado q.b. … Outro vídeo candidato a mais um prémio!
Liza, tem cara de anjo, voz melodiosa que encanta, presença em palco, estaremos perante uma Beyocé moçambicana?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mamana Josina

Sou Josina, heroína do dia-a-dia
Cedo desperto da esteira aconchegante
Mal rompeu o dia, busco a capulana estirada no ralador
Silenciosamente, abro a porta da minha cubata
Pego na lata e vou ao fontanário da zona
Carto agua, uma, duas, três vezes
Putz, perco a conta das idas e vindas
No canto do quintal, junto a lenha
Sopro as cinzas do lume, reavivo a chama da esperança
Puxo pela xicandarinha queimada e encho-a de água
São cinco horas! O galo canta!
Apressadamente varro o quintal
Recolho a roupa suja e ponho de molho no balde
Oiço o arrastar dos chinelos do meu homem
Corro pra latrina, pego no balde e deito a água fumegante
_ Papai, papaye! Já tem água di banho.
Procuro um xiguema de pão para o chá madrugador
Na tigela de plástico arrumo o xiquento do jantar
Embrulho tudo delicadamente, com muito amor
_ Antoninho? Antoninhou? Acorda, mane, vais trazar na scola!
_ Maria? Mariazinha?
_ Mamã!


Ouve-se a voz melosa da minha pequena
_ Pega na mbenga, vamos moer timbawene pra mabadjias!
Feito barata tonta, corro dum lado para o outro
O tempo, esse corre velozmente
Cedo tenho que chegar a contrução onde vendo pão com badjia
Antes passo pela padaria para gwevar o pão
As sete e picos, quando os portões da obra fecham, volto a casa
Minha filha pila o amendoim
Panelas pra que te quero
Faço xima, frito o carapau 10, hungelo o amendoim
Doze em ponto tenho que estar de volta a construção
Num cesto arrumo as panelas, as tigelas e colheres
Uff! A sirene toca, estou diante da obra
Trabalhadores suados e famintos aproximam-se
_ Mamane, tem o qué hoje?
_ Xima com caril de mandoinha com peixe, papaye.
_ Dá lá uma doze!
E recomeça a correria, tigela pra aqui tigela pra lá
É assim que ganho o pão!
Felizmente hoje consegui vender toda comida
Faço as compras do dia seguinte no dumba nengue
Cansada, retorno a casa a meio da tarde
_ Estou com fome, mamã.


Queixa-se o Antoninho, meu filho traquina
_ Come aquele xiquento que guardei debaixo do armário.
Pego no balde de roupa e começo a lavar
Corto a nhangana fresca e preparo a refeição da família
Enquanto isso, engomo a roupa do homem
Não tenho dia de descanso e nem feriado
Sábado vou ao canto coral e no domingo à igreja
E a noite tenho que estar quente e disposta
Sou ou não sou uma heroína?
Eu sou Josina, heroína do dia-a-dia!

Órfãs da OMM

Em Março passado, foram celebrados os 35 anos da OMM e, pelo que se pode entender, tanto pela forma de ser como pelos discursos, a OMM é uma organização de mulheres camaradas.

O 7 de Abril, dia consagrado a Mulher Moçambicana, é amplamente festejado sendo até um feriado o que permite que a sua celebração seja condigna. É de conhecimento geral, pelo menos no seio do Povo moçambicano, que a celebração desta data é devida a morte de Josina Machel, heroína da luta de Libertação Nacional.

No entanto, apesar de a OMM brandir aos ventos que é pela emancipação da Mulher moçambicana, nós, mulheres moçambicanas, não filiadas ao Partido Frelimo ou a qualquer outro Partido, sentimo-nos excluídas dessa organização que se diz ser de toda mulher moçambicana. Consciente de que em algum momento da jovem história do país foram de grande valia para um punhado de mulheres, no campo da alfabetização, por exemplo, não pomos em causa a vossa anterior causa.

Nós, mulheres moçambicanas, queremos ser livres de expor o que pensamos, de dar a mão onde ela se mostra útil, de unir forças com outras mulheres (porque não com todas as mulheres, se é pela mesma causa?), para que a nossa voz se faça ouvir. No entanto, no seio da OMM, não temos esse espaço, aliás as mentes “veteranas” que orientam essa organização tudo fazem para manter os galões a brilhar.

Basta! Rebaptizem a vossa Organização de impulsionadoras de submissão politica no feminino. Deixem essa designação para mulheres que tem como objectivo único responder aos anseios da Mulher moçambicana sem olhar para a cor da bandeira politica, vosso critério principal para designar mulher moçambicana à Mulher tão moçambicana quanto vocês.

Tal como quando compramos uma capulana, queremos ter a opção de escolha e não a obrigação de ter um cartão de Camarada, que ainda nos subjuga, limitando a nossa forma de pensar à aquilo que vocês acham ser justo. Não nos roubem o orgulho de sermos verdadeiras Mulheres moçambicanas, verdadeiras guerreiras na luta pela melhoria de condições de vida, essa pobreza absoluta que tanto brandem e nada fazem.

Não será este um momento impar para reflectirem sobre a designação da vossa organização? E que tal acrescentarem um "F" a vossa designação (Organização de Mulheres Moçambicanas da Frelimo)?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Nurin Jazlin

MURDERED. 9 YEARS OLD. WHY? ARE WE HUMAN?
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TO AVOID SUCH A TRAGEDY HAPPENING AGAIN, AND FOR THE SALVATION OF OUR CHILDREN, WE ARE DOING A WORLDWIDE CAMPAIGN, DISPLAYING THE IMAGE OF NURIN JAZLIN JAZIMIN IN BLOGS ALL OVER THE WORLD ON 25TH APRIL 2008. LET'S NOT FORGET NURIN JAZLIN.
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UNTUK MENGELAK TRAGEDI SAMA BERULANG KEMBALI, DAN DEMI KESELAMATAN ANAK-ANAK KITA, KAMI SEDANG MENGANJURKAN KEMPEN KE SELURUH DUNIA, MEMAPARKAN GAMBAR NURIN JAZLIN JAZIMIN DI BLOG-BLOG DI SELURUH DUNIA PADA 25 APRIL 2008. JANGANLAH KITA MELUPAKAN NURIN JAZLIN.

QUE MUNDO, MEU DEUS, QUE MUNDO!

Porquê?

Porque me pontapeias, esbofeteias e pisas assim?
Porque tenho menos força física do que tu?
Porque não reajo as tuas demonstrações selvagens de força?
Porque tenho menos valor como ser humano?
Porquê? Porque sou apenas mulher?

Porque já não sou a mulher esbelta do passado?
Porque sou um farrapo de jogar na sarjeta?
Porque hoje, no teu ponto de vista, já de nada sirvo?
Porque usaste, abusaste e cansaste?
Porquê? Porque apenas sou apenas mulher?

Porque não me libertas?
Porque não me deixas andar com minhas próprias pernas?
Porque achas que não sou capaz?
Porque tens medo do meu triunfo?
Porquê? Porque somente sou apenas mulher?

Porque insistes em magoar-me, humilhar-me e insultar-me?
Porque me despes do meu ser mulher?
Porque me feres e cada vez mais fundo?
Porque só assim te sentes macho?
Porquê? Porque simplesmente sou apenas mulher?

Porque me tratas como uma cadela sarnenta?
Porque trago no corpo as marcas dos últimos bofetões?
Porque não respondes às minhas interrogações?
Porque não me deves satisfações por seres homem?
Porquê? Porque unicamente sou apenas mulher?