Em 2008, mais do que nunca, as nossas televisões, apostaram em propiciar aos seus telespectadores programas de lazer pela via de concursos. E de tudo, houve um pouco em todos os canais nacionais: música, dança,
reality show, humor, poesia, canto coral, foram as fórmulas escolhidas e que encantaram os apreciadores deste tipo de espectáculo ao vivo ou na tranquilidade do sofá de suas casas.
Vimos de novo, por exemplo, a magia do canto coral, fora do seu habitual palco, as igrejas, desfilarem com muito professionalismo e criatividade no
Festcoros. O júri deste concurso foi um trio de 2 categorizados músicos da praça e uma professora de música de categoria indiscutivel mas o critério de avaliação predominante foi o SMS.
Veio o
Show de Talentos, uma verdadeira salada de diferentes formas de expressão artistica, numa tipica "fórmula 10 em 1", e que nos deu a conhecer a dupla
La's que saiu do armário em grande estilo. Este concurso, teve como júri um músico, cujos créditos desconheço, uma professora de dança renomada e um actor de teatro conhecido. Critério de avaliação predominante: SMS.
Veio o
Estrela Pop, que nas suas galas ensaiou combinar várias vozes, afinal o seu objectivo era formar um quarteto pop que teria, entre outros, como premiação uma ida à Portugal para gravar um CD e uma
tournée garantida por todo o país para divulgar o trabalho. Desconheço o estágio de tal projecto. O júri foi composto por 1 músico e professor de música de créditos indiscutiveis e 1 actriz, apesar da subjectividade de seus comentários, também de renome. O maior júri foi o SMS popular.
O
Remexe, apresentado pela cantora Liloca e alvo de alguma
polémica, também fez a sua
entrée pela via da televisão. O objectivo era premiar o casal que durante o concurso mostrou os seus dotes em vários estilos de danças. O júri, composto por 3 professoras de dança que algumas vezes revezaram com alguns convidados, tinha o papel de criticar e elogiar os aspectos bons e maus da performance dos concorrentes. Mas, no final de contas, venceu a ditadura do voto pela via do SMS!
Agua vai, água vem, entrou na baila da telinha o já bem e muito conhecido
Fama Show, aliás o mais antigo de todos os shows de género. O júri, 2 músicos conceituados e 1 professora de dança de calibre, apesar de alguns comentários bem picantes em nada contribuiram para a justeza do veredicto final. O pior candidato foi premiado pela justiça do SMS dito voto popular.
Ainda nas portas, antes do fecho deste ano, ao estilo do
Big Brother pelo mundo, um canal privado de televisão fez-nos ver como vive um grupo de pessoas que tem como ambição ganhar única ganhar o maior bolo jamais visto na TV, a
Kasa Kool. Apesar de haver nomeações, entre os habitantes da kk, o maestro da banda foi o SMS sendo que para este caso parece que vingou! Este concurso, ao contrário dos outros, foi mais transparente.
Se se fizer uma sondagem, pode-se facilmente concluir que muitos (tel)espectadores ficaram descontentes com os vencedores de tais concursos e que, na opinião de alguns, o júri deveria dar o seu contributo no resultado final (apesar deste também ser muitas vezes contestado). Este sentimento, levou-me a questionar-me sobre alguns aspectos:
1. Sendo que por detras destes concursos há empresas de auditoria a monitorarem os concursos, porque nunca se dá a conhecer a tendência de voto? Qual é o nivel de transparência?
2. Para que serve o juri se nao têm nenhuma implicação na decisão final?
3. Sem ter em conta o numero de votos, que desconhecemos, a representativa amostra que esteve na final do presente no Fama Show e que sempre vaiou a candidata, não é um indicador de injustiça para com os verdadeiros talentos?
4. Porque, ainda no Fama Show, tudo se faz para "provincializar" os vencedores do concurso? O que importa é a rotatividade da unidade nacional ou premiar o justo vencedor?
5. ...
Seja como for, cá entre nós
SMS é que manda!