sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Alerta vermelho
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Estórias em Maputo (34)
As metamorfoses que correm na Grande Town, mesmo as de natural ou provocada degradação, parecem ocorrer com intuitos claramente definidos. Talvez pela dinâmica da economia do mercado, quando menos se espera, um espaço dedicado a determinada função sem aviso prévio muda de actividade, com todos os prejuízos que isso acarreta.
O mais agravante, dessas inesperadas mudanças, é que muitas vezes, já que quase todo tipo de compras, do mercado formal, se faz a base de depósitos, esses valores são perdidos dado que frequentemente os clientes não são previamente avisados e o negócio não é reposto noutro local (se o é, raramente há indicações de onde o procurar).
Algumas dessas metamorfoses, pertinentes reconheça-se, passam despercebidas. Contudo, há mudanças de magnitude tal que deixam em estado de choque os habitués dum espaço que, quando entram porta adentro, encontram outro cenário e outro leque de serviços completamente diferentes do procurado.
Por exemplo, as raízes duma das mais médiaticas flores de Maputo foram arrancadas a favor de mais um mealheiro, bem nas barbas de outros tantos. Onde foi replantada ? Para bom entendedor, meia palavra basta. Afinal, em Maputo, as coisas são assim mesmo, mudam "daqui pra qui"!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Estórias em Maputo (33)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Estórias em Maputo (32): Manifs et al.
É de conhecimento geral o momento de tensão que a Grande Town e seus arredores vivem nas últimas horas. Caracterizada por cenas de puro vandalismo da coisa pública e privada, barricadas nas vias públicas de maior circulação, destruição de bens alheios, corre-corre em fuga às balas de borracha disparadas por AK47, que resultaram em inúmeros feridos e mortos, Maputo literalmente parou.
No comércio formal as portas mantiveram-se fechadas e a ausência das bancas, do comércio informal, incaracterizaram ainda mais o fuzué habitual que é Maputo. Como consequência, há falta do básico pão, um dos motes da pseudo greve, e, naturalmente, de todos outros produtos de primeira necessidade.
As imagens trazidas pelos media e retratadas nas redes sociais e blogs, mostram o quão caótica é a situação em todas as dimensões. Muitos, como que a aproveitar o momento, para rechear a sua despensa até a crise passar, são vistos na posse de sacos de arroz, caixas de frango ou carapau, e outros bens de consumo. Engane-se quem assim pensa !
Há "manifestantes" que não perdem oportunidade e alargam os cordões da bolsa. Aproveitando-se da confusão, pilham bebidas e de produtos alimentares dos contentores-loja, que florescem nesses locais e revendem-nos a metade do preço ou muito menos, seguramente, ao preço no qual gostariam de ser eles mesmo a comprar. Afinal não é essa a razão da confusão ?