quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Estórias em Maputo (32): Manifs et al.

É de conhecimento geral o momento de tensão que a Grande Town e seus arredores vivem nas últimas horas. Caracterizada por cenas de puro vandalismo da coisa pública e privada, barricadas nas vias públicas de maior circulação, destruição de bens alheios, corre-corre em fuga às balas de borracha disparadas por AK47, que resultaram em inúmeros feridos e mortos, Maputo literalmente parou.

No comércio formal as portas mantiveram-se fechadas e a ausência das bancas, do comércio informal, incaracterizaram ainda mais o fuzué habitual que é Maputo. Como consequência, há falta do básico pão, um dos motes da pseudo greve, e, naturalmente, de todos outros produtos de primeira necessidade.

As imagens trazidas pelos media e retratadas nas redes sociais e blogs, mostram o quão caótica é a situação em todas as dimensões. Muitos, como que a aproveitar o momento, para rechear a sua despensa até a crise passar, são vistos na posse de sacos de arroz, caixas de frango ou carapau, e outros bens de consumo. Engane-se quem assim pensa !

Há "manifestantes" que não perdem oportunidade e alargam os cordões da bolsa. Aproveitando-se da confusão, pilham bebidas e de produtos alimentares dos contentores-loja, que florescem nesses locais e revendem-nos a metade do preço ou muito menos, seguramente, ao preço no qual gostariam de ser eles mesmo a comprar. Afinal não é essa a razão da confusão ?

2 comentários:

Anónimo disse...

Ao que chegamos, minha irmã!!!
O governo não parece interessado em dialogar. Eles sabem qual é o cancro causador desta revolta, mas preferem fazer 'ouvidos de mercador'.
Se as eleições estivessem à porta, o cenário seria outro...
Mas não há mal que dure eternamente.
O que me preocupa é o facto de não ver uma oposição credível em Moçambique, ou seja, com uma estrutura organizada e um plano governativo, e onde o interesse da maioria fosse uma prioridade vital.
No meio de toda esta confusão, existem muitos oportunistas que vão pilhando quanto podem.
Maria Helena

Ximbitane disse...

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