quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Garotos de programa

A primeira vez que ouvi a expressão garoto de programa, que até foi na vertente feminina para se referir as Damas da rua vulgo prostitutas, foi numa das múltiplas novelas brasileiras de que há algum tempo atrás era admiradora. Actualmente, a expressão invadiu o nosso espaço.

A invasão dos chats na TV, pela via do SMS, abriu espaço para a publicitação da prestação de variados serviços sendo que alguns especialmente direccionados para a mulher e engana-se quem pensa em cursos de culinária ou bordado pois há uma inovação: os garotos de programa.

Os garotos de programa, que florescem como mosquitos depois da chuva, ao contrário das Damas da rua, agem discretamente pois apenas anunciam, na telinha, que prestam esse tipo de serviços e deixam número para contacto, sem qualquer outro detalhe.

Aparentemente, este tipo de serviço tem tido sucesso se levarmos em conta que há muita mulher que procura a todo o custo alcançar o desconhecido, mágico e misterioso orgasmo que nem em casa, para as casadas, ou com o namorado, para as solteiras, o adquirem.

No caso de homens que apreciam outros homens, este é um meio para haver apenas contacto sexual sem que para tal haja necessidade de haver sentimentos a permeio ou de exposição à sociedade por serem figuras ou pessoas com cargos de chefia.

Como ouvir dizer não se escreve, coragem reunida e.. dedilhei um dos números anunciados. Do outro lado da linha, voz máscula e forte responde: _ Alô! O papo começa a rolar. Cumprimentos ultrapassados, e a palpitante curiosidade, de minha parte, em saber mais…

_ E aí, é verdade essa história de garoto de programa?
_ É sim! Não foi por isso que ligou?
_ Poderia ser gozo, não é?
_ Podia sim, mas não é! É assunto sério!
_ OK! E que tipo de serviços presta?
_ Todos relacionados com sexo.
_ Sério?
_ Sim.
_ Tudinho mesmo?
_ Tudo. Está interessada?
_ Humm… na verdade tenho mais curiosidade que vontade… Mas quem sabe?
_ Isso é normal e não é a primeira que acontece. Pode ser em sua casa ou se preferir num hotel. Sou discreto e muito carinhoso, você vai gostar.
_ Você atende homens também?
_ Eu não, mas o meu companheiro de quarto sim. Pretende algo com seu marido ou namorado?
_ Não, nada disso, apenas curiosidade. Me diga, porque você faz programas?
_ Bom sou estudante universitário, bolseiro… A bolsa não chega, a alimentação é uma seca… Fazendo isto posso alimentar-me bem, ter mola para as cópias, roupas e até mando algum para a família lá na província (…)

8 comentários:

Jonathan McCharty disse...

A Ximbi esta' a virar uma grande reporter investigativa. Adorei a tua ousadia, hehe! Precisas continuar esta postagem, hehe!

Jonathan McCharty disse...

E' assunto para analise, o facto de termos jovens universitarios em todas as frentes pouco convencionais. Uns organizam sequestros, outros viram garotos de programa, etc! O que tenho estado a advogar e' este grupo (nao sei se nao seria melhor dizer, "grupelho") precisa a ter iniciativa para o empreendedorismo. Producao! Temos que comecar a produzir! Esta pais precisa mais disso e acho que "gigolos" so' vem exacerbar o problema!

Ximbitane disse...

Continuar a postagem, Jonathan? Lê-se nas entrelinhas que...

Sobre esta questão dos universitários já se alertou aquando da explosão do assunto na Beira.

Sendo a universidade a chave para abertura de mentes, estes estão demonstrando o quanto se tornam criativos e ousados para embolsarem algum.

Isto é reflexo do quão estamos fragilizados. Enquanto que uns preferem dar explicaçoes ou leccionar, outros optam pelo marginalismo e crime.

JOSÉ disse...

Fico esperando pelo proximo episodio!

Anónimo disse...

Yes Ximbita!

olha eu já havia acompanhado num filme americano, sobre estudantes universitários que optam por esta via para responderem as necessidades da vida e também por parte feminina.

Mas nunca tinha acompanhado que o lado masculino também ve rentabilidade neste negócio! Jonathan McCharty tem razão o empreendedorismo deve ser insentivado.

Abraços

Ximbitane disse...

José, meu amigo, estas a incentivar-me à...? Não quero crer! Nem pretendo dar seguimento ao post sendo eu a testa de ferro, uma amiga já se predispos a narrar a experiencia. Será que voces vão acreditar?

Ximbitane disse...

Também concordo com o que diz o Jonathan, Chacate. Mas para empreender é necessario ter como começar e os jovens estao a usar o seu bem mais precioso (o corpo) para fazerem as suas vidas. Ou não é assim?

Unknown disse...

Olá Ximbita!

Olha gostei do seu nível de pesquisa mas ficou uma questão! no caso de clientes que querem banana sem casca como é que o fornecedor se arranja? ahahahahahahahahahahah


Empreender, uma pessoa com um nível acima do Liceu é muito bem capaz de vender jornal, one cell, crédito se o problema são cópias na faculdade! não encontro razão para optar por essa via!... mesmo para o consumidor, essa de escassez de orgasmo para o caso de Damas casas! se é infeliz devorcia cwè?!

Uma coisa é ter amizades extra conjugais por caprixo nada de encontrar razões esfarapadas.

Abraços soldado