terça-feira, 30 de março de 2010

Quem de direito?!

Entope a fossa do prédio, à porta da casa do senhor Venâncio. Intranquilo com o aspecto que isso dá e, sobretudo com a sua integridade fisica e de sua familia, o senhor Venâncio solicita a colaboração de todos os vizinhos do prédo, afinal a fossa é geral, apenas a tampa saltou em frente de sua casa. Porém, todos fazem ouvidos de mercador e aconselham o azarado vizinho a procurar quem de direito.

Noutro cenário, os guardas das casas da zona, varrem os quintais, os passeios em frente às casas para as quais prestam serviço. O lixo resultante dessa limpeza é jogado na sarjeta bem a berma da estrada. Passado algum tempo, chove que se farta. A pressão das aguas sobre as sarjetas entupidas obrigam a que estas façam um desvio e se espalhem quintal adentro, e, no máximo dos azares, dentro da própria casa. O que fazer ? Que venham daí quem de direito !

Os vasculha-lixo, na sua incursão aos contentores, espalham o lixo todo. Os homens da recolha de lixo, com a função de recolher lixo acondicionado nos recepientes apropriados, muitas vezes sem intrumentos para varrer e recolher o lixo, espalhado fora do contentor, apenas recolhem o existente dentro dos recepientes apropriados. Indignados, todos reclamam o mau serviço prestado pelos outros. Que venha quem de direito recolher esse lixo !

Mas afinal, quem é quem de direito ? Quando é que nós mesmos vamos fazer alguma coisa para o nosso próprio benefício ou para o benefício da colectividade ou grupo sem esperar que venha esse tal de quem de direito ? Esse quem de direito dele só nos pode ser útil quando passamos por aflições ? No final de contas, de que direitos quem de direito deve velar e salvaguardar?

domingo, 21 de março de 2010

Estórias em Maputo (18)

Encurtamento de rotas, chapas a cairem de podre, autocarros insuficientes e constantemente atrasados, vias rodoviárias em estado deplorável, sobretudo após a queda de precipitação, que têm como consequência filas longas de carros, nas primeiras horas da manhã, são alguns dos contrangimentos que marcam o dia-a-dia de muitos compatriotas que, saídos das zonas suburbanas, todos os dias se deslocam à grande town.

A procura de alternativas, por parte de uns e outros, acaba trazendo de volta a primeira geração de chapas. Aquela das carrinhas de caixa aberta sem ou com cobertura em lona ! Se essas «alternativas», até bem pouco tempo se cingiam às zonas periféricas da Grande Maputo, hoje elas entram cidade adentro sob olhar impávido de quem( ?) de direito( ?) para gaúdio dos proprietários de tais carrinhas.

Verdade é que muitos nem sequer estão no ramo dos transportes semi-colectivos de passageiros. Trata-se sim, muitas vezes, de cidadãos particulares que na posse de uma carrinha acabam dando uma mão à vizinhança. O lado bom dessa mãozinha, é que muita gente já não precisa estar fora de casa na hora do primeiro raiar do sol e o transbordo se faz à porta do serviço. O lado mau, evidentemente, são as precárias condições em que os pacatos cidadãos se fazem transportar, mas "fazer mais como"?

Para o proprietário da viatura, tudo são mares de rosas: posto que o negócio se faz no período da manhã e no fim do dia, em que há tráfego intenso, e assim escapa quase "ileso" dos "tipoliças" do preto e branco. O pessoal transportado, das duas uma, ou paga na hora ou no final do mês paga o previamente combinado. O bom de tudo, é que esta novo modalidade não requer a presença do cobrador mal-criado, afinal a malta é da zona e a fila anda pois afinal uma mão sempre lava a outra...

quarta-feira, 17 de março de 2010

Estórias em Maputo (17)

Desconhecendo sua origem e localização, equipe de escavadores, acessorados por experts na matéria, procuram afincadamente por um tesouro em Maputo. Pois é, só isso pode justificar as inúmeras e profundas escavações que se desenvolvem nos passeios e faixas de rodagem da cidade das acácias amarelecidas em nome sabe-se lá de o quê

Sem aviso prévio ou desvio antecipadamente sinalizado, do nada, surgem longas filas de trânsito que, evidentemente, pelos profundos transtornos, agastam a tudo e todos e até ao mais paciente dos mortais. A pé coxinho, a gatinhar ou arrastados, quando finalmente ultrapassam a boca do problema, é que condutores e passageiros se dão conta que a raíz do problema é uma team de escavadores em serviço.

Essa pesquisa, que não olha a meios para atingir fins, ocorre até as barbas de unidades hospitalares. Imagine-se o sufoco de qualquer ser humano com compaixão por outrém ao ouvir a sirene de uma ambulância e não poder nem mungir nem tungir porque o gargalo do engarrafamento é/está tão apertado que nem se aventa a hipótese de haver uma lei de prioridades nas vias públicas.

Mas não é só ai ! Cidade adentro, as escavações estão na ordem do dia. As equipas são vistas no dia da abertura da obra-prima e depois desaparecem por longo periodo de tempo sem dar qualquer satisfação. Humanos que somos e conhecendo a realidade do país, começa-se a especular sobre as causas dos chefs d’oeuvre a céu aberto e só a falta de meios parece ser a razão.

Ora, na época em que se vive, das chuvas, o que numa hora é um buraquinho em pouco tempo se transforma em crateras de dimensão imensurável e perigosa. Veja-se o espécimen na avenida Guerra Popular! O mesmo ocorre debaixo no muro do hotel, com as pétalas viradas para o sol, perto da ciência e da tecnologia. Como os buracos crescem, sem aviso prévio, em dias de chuva, pobres incautos peões e automobilistas…

Ah, como se não bastasse, de muitas dessas últimas tendências paisagísticas, saiem cabos electricos, que depois são pendurados em arvóres ou pontos altos de muros. Que o Diabo seja surdo e mudo, mas com uma só faísca é… boum, em cima de tudo o que estiver abaixo!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dicionario feminino?

Chegou-me a inbox, enviado por mulheres para mulheres. Partilho convosco, sem distinção de sexo.
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Certo :
Esta é a palavra que as mulheres usam para encerrar uma discussão quando elas estão certas e você precisa se calar.

2 - 5 minutos :
Se ela está se arrumando significa meia hora. "5 minutos" só são cinco minutos se esse for o prazo que ela te deu para ver o futebol antes de ajudar nas tarefas domésticas.

Nada :
Esta é a calmaria antes da tempestade. Significa que ALGO está acontecendo e que você deve ficar atento. Discussões que começam em "Nada" normalmente terminam em "Certo".

Você que sabe :
É um desafio, não uma permissão. Ela está te desafiando, e nessa hora você tem que saber o que ela quer... e não diga que também não sabe!

Suspiro ALTO:
Não é realmente uma palavra, é uma declaração não-verbal que freqüentemente confunde os homens. Um suspiro alto significa que ela pensa que você é um idiota e que ela está imaginando porque ela está perdendo tempo parada ali discutindo com você sobre "Nada".

Tudo bem :
Uma das mais perigosas expressões ditas por uma mulher. "Tudo bem" significa que ela quer pensar muito bem antes de decidir como e quando você vai pagar por sua mancada.

Obrigada :
Uma mulher está agradecendo, não questione, nem desmaie. Apenas diga "por nada". (Uma colocação pessoal: é verdade, a menos que ela diga "MUITO obrigada" - isso é PURO SARCASMO e ela não está agradecendo por coisa nenhuma. Nesse caso, NÃO diga "por nada". Isso apenas provocará o "Esquece").
Esquece :
É uma mulher dizendo F…-SE !!

Deixa pra lá, EU resolvo:
Outra expressão perigosa, significando que uma mulher disse várias vezes para um homem fazer algo, mas agora está fazendo ela mesma. Isso resultará no homem perguntando "o que aconteceu?". Para a resposta da mulher, consulte o item 3.

Precisamos conversar!:
F..!!!, você está a 30 segundos de levar um pé na bunda.
Sabe, eu estive pensando...:
Esta expressão até parece inofensiva, mas usualmente precede os Quatro Cavaleiros do Apocalipse...