domingo, 21 de março de 2010

Estórias em Maputo (18)

Encurtamento de rotas, chapas a cairem de podre, autocarros insuficientes e constantemente atrasados, vias rodoviárias em estado deplorável, sobretudo após a queda de precipitação, que têm como consequência filas longas de carros, nas primeiras horas da manhã, são alguns dos contrangimentos que marcam o dia-a-dia de muitos compatriotas que, saídos das zonas suburbanas, todos os dias se deslocam à grande town.

A procura de alternativas, por parte de uns e outros, acaba trazendo de volta a primeira geração de chapas. Aquela das carrinhas de caixa aberta sem ou com cobertura em lona ! Se essas «alternativas», até bem pouco tempo se cingiam às zonas periféricas da Grande Maputo, hoje elas entram cidade adentro sob olhar impávido de quem( ?) de direito( ?) para gaúdio dos proprietários de tais carrinhas.

Verdade é que muitos nem sequer estão no ramo dos transportes semi-colectivos de passageiros. Trata-se sim, muitas vezes, de cidadãos particulares que na posse de uma carrinha acabam dando uma mão à vizinhança. O lado bom dessa mãozinha, é que muita gente já não precisa estar fora de casa na hora do primeiro raiar do sol e o transbordo se faz à porta do serviço. O lado mau, evidentemente, são as precárias condições em que os pacatos cidadãos se fazem transportar, mas "fazer mais como"?

Para o proprietário da viatura, tudo são mares de rosas: posto que o negócio se faz no período da manhã e no fim do dia, em que há tráfego intenso, e assim escapa quase "ileso" dos "tipoliças" do preto e branco. O pessoal transportado, das duas uma, ou paga na hora ou no final do mês paga o previamente combinado. O bom de tudo, é que esta novo modalidade não requer a presença do cobrador mal-criado, afinal a malta é da zona e a fila anda pois afinal uma mão sempre lava a outra...

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