terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Prazeres orientais

O cliché comem-cães-serpente-cabeça-de-macaco-e-insecto resume os hábitos alimentares dos orientais, com principal enfoque para os chineses. O que muitos não sabem é que os orientais seguem o principio dos cinco sabores (doce, ácido, apimentado, margo e salgado) e dos cinco métodos de preparo dos alimentos (cru, fervido, grelhado, frito e cozido à vapor).

Assim, por exemplo, da cozinha japonesa se conhece o sushi (bolinhos de arroz temperado) e talvez o sashimi (carne ou peixe cru). Nos conhecimentos desta cozinha poderão ficar de fora agemono (frituras), yakimono (grelhados) e nabemono (cozidos à vapor) que ao contrário do que muitos pensavam não são nomes de pratos, mas a forma como são elaborados.

As iguarias karaaza, karokke, tempura, gyoza, kushiyaki, yakisoba, shabushabu, feng choc, serão conhecidas? E o chau chau, o chau min, a sopa ninho de pássaro, os bolinhos de arroz, os rolinhos de primavera, o serão? Tendo em conta a franca expansão da rede de restaurantes orientais na capital, os últimos pratos são talvez de conhecimento de muitos.

De benwa ou ben-wa já ouviu falar? As famosas bolas tailandesas? Então, massagem tailandesa, massagem japonesa, pompoarismo, tantrismo, breve, algumas páginas do kamasutra poderão ser defolhadas e postas em prática, ao vivo e a cores, muito mais perto do que se imagina: andam “gueixas” à solta nas ruas de Maputo!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Xicalavithu

Todos os anos a estoria se repete: enchentes se intalam à porta dos Conservatorias dos Serviços de Registo e Notariado. A intenção é unica: registar cidadãos nacionais muitos deles com 6 anos de idade. Esta avalanche supera a capacidade de compreensão de qualquer um, ainda que as razões para tal possam ser justificadas apesar de por isso perderem o sentido, e das entidades de tutela da area de registo.

Ha um tempo relativamente curto, o Ministério da Justiça ensaiou a possibilidade de registar os récem-nascidos à porta da maternidade. Esta opção, com as suas vantagens para o sistema, chumbou no campo das tradições pois antes de se dar um nome a alguém, moçambicano que preza as tradições familiares deve consultar as entidades do Além sobre o nome a dar ao seu filho.

Se até ao momento de se precisar do comprovativo de registro para a matricula de crianças estes não figuram na estatistica nacional e nem tem uma identidade, como são chamados os miudos? Em casa e na vizinhança, havendo necessidade de o designar nominalmente é Paizinho/Papaito, Mãezinha, Fofa/o, Maninho/a, Avô/Avo, Pucucho/a, etc, etc. E, algumas pessoas, à guisa de gozação, chamam a criança de "xicalavithu" (inonimado/a).

Esta situação, para além de mostrar o descaso de muitos pais revela outra situação triste pois ha casos de crianças que, infelizmente, perdem a vida e que, e que são registadas "à beira da cova", excepto os récem-nascidos, para que figure um nome na sua certidão de obito enquanto que ter um nome é um direito de todo o cidadão.

Com as modernices, Internet incluida, muitos pessoas, sobretudo os jovens, mal a gravidez é visivel a olho nu, mas porque as tecnologias médicas permitem identificar o sexo do bebé, "txulam" (dão um nome) a sua criança. No entanto, este baptismo nem sempre cai bem aos ouvidos dos guardiões das tradições familiares e se volta ao circulo vicioso.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A criança d'hoje (2)

Lazer versus tarefas domésticas

No passado, era comum que as crianças ajudassem pai e mãe, sobretudo esta última, nas tarefas domésticas. No campo, eram funções dos meninos e meninas cartar agua, procurar lenha na mata, pastorear o gado, cuidar das capoeiras, apanhar, assar e partir castanhas varrer o quintal, pilar amendoim, moer milho, cuidar dos mais novos e outros pequenos serviços.

Nas cidades, meninos e meninas lavavam a loiça, limpavam o mosaico da cozinha, arrumavam os quartos, compravam pão e o jornal ao domingo, levavam o lixo a rua, cuidavam dos mais novos, ajudavam a mexer a panela para hungular o caril de amendoim e outras pequenas actividades domésticas que em tempos de crise incluiam idas aos jardins a procura de água!

Hoje, muitos meninos têm muito tempo de lazer com o agravante de não ser supervisionado: os pais apenas pagam pelos serviços e pouquissimas vezes dão o ar da sua graça para ver como as coisas estão a andar, se o dinheiro está a ser empregue e acima de tudo se a actividade é fundamental para a educação da criança.

Por outro lado, porque têm empregados domésticos em casa, os meninos de hoje não fazem nenhuma das actividades acima descritas e se as fazem é porque a familia não tem possibilidades de pagar um empregado ou porque pai ou mãe exigem, mas fazem-no de forma insignificante e, geralmente, sob protesto e a contragosto.

O mundo comercial, onde tempo é dinheiro, não perde a oportunidade de lucrar mais algum a custa da ingenuidade dos pais: preenche esse tempo com uma infinidade de escolhas a começar por algumas escolas que oferecem actividades extra-currilares para “ocupar o tempo livre das crianças” que muitas vezes não tem resultados palpavéis.

Outras actividades são promovidas pelas próprias crianças, com a anuência dos pais: jogos infindáveis, actividades desportivas, arte e simples brincadeiras, que devem sem dúvida complementar a sua educação. O resultado disso, é visivel: os miúdos desenvacilam-se muito bem, por exemplo, em informática, mas muitos jovens de hoje não sabem sequer lavar um copo quanto mais fazer um ovo estrelado!

Quanto mais pequenas foram as crianças, nós, no nosso novo papel de pais, somos muito permissivos. Não iniciamos os nossos filhos em tarefas tão simples quanto arrumar os seus próprios brinquedos numa caixa, e, olhem que não estamos a exigir a excelência! Esse trabalho, como nós mesmos fazemos questão de incutir nas nossas crianças “são tarefas para o empregado que nós pagamos”.

Diz o ditado “é de pequeno que se torce o pepino”mas é evidente que devemos ter o necessário cuidado com o tipo de actividade a desenvolver pelos petizes como a idade e a estrutura fisica. Outro cuidado que devemos ter, é fugirmos daquela ideia machista de que “isto é trabalho de meninas e aquilo, que exige força e inteligência, é para os rapazes”.

Criar hábitos simples como tirar e pôr a mesa, lavar a loiça, arrumar o seu próprio espaço privado, o quarto, serão exercicios tão dificieis que as nossas crianças não o podem fazer? Estamos tão revoltados com as “ardúas tarefas” impingidas, no passado, pelos nossos progenitores que não queremos que os nossos filhinhos passem por isso? Que crianças estamos a formar? O Homem do amanhã, forma-se hoje e não amanhã!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Show de estrelas mirins

O ultimo programa televisivo Quem te conhece, não te esquece jamais Moçambique em Concerto, brindou-nos com uma sessão sui generis: os artistas convidados (cantores, humoristas, instrumentista e apresentadora mirim) foram crianças (adolescentes e jovens) que foram apadrinhados por artistas de renome como Ancha, Sizaquiel Matlombe e Adérito Gomate.

Para além das potentes e belas vozes em bruto, que esperam lapidação por parte de artistas mais experientes e/ou de instituições apropriadas, como a escola de Música, o show foi ao vivo, no verdadeiro sentido da palavra, e não do já habitual, por estas paradas, play back.

A intrumentação de todo o show esteve a cargo do talentoso baterista, teclista e vocalista Sofixo, que mereceu, com pleno direito, uma vénia do professor e músico Adérito Gomate e foi sem dúvida a mais brilhante das estrelas do programa.

Este show, foi uma montra de que há talentos inatos precisando de orientação e de espaço para se fazerem valer ao contrário do que se vê nos dias de hoje pelos cantarinos. Aliás, espero sinceramente que muitos tenham aprendido alguma coisa das estrelas mirins, afinal nunca é tarde para aprender.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Oportunidades de “bizni”

A vaga de chuva que abateu a cidade de Maputo, durante o fim-de-semana, criou o caos em algumas zonas de Maputo, com especial enfoque para as zonas periféricas. Os jovens, incentivados, talvez, pelo último espirito que abala a mente nacional, aproveitaram a oportunidade para “empreender”.

Por exemplo, na fronteira dos bairros da Munhuana e do Chamanculo, tendo em conta que muitos citadinos dedicam o dia dominical para louvar o Senhor, os jovens ficaram de tocaia nas imediações das igrejas para “socorrer” os fiéis. A sua atitude “patriótica” tinha como finalidade única lucrar algum na desgraça dos outros.

O gesto consistia em carregar os fiéis de um ponto para o outro, para evitar o aprumado mergulho em vestes de gala nas intermináveis e extensas lagoas criadas pelo fim-de-semana diluviano, pela modesta quantia de 2 a 5Mt consoante o porte do cliente calculado a olho.

Caso o “cliente” optasse pelo “mergulho condicionado”, os prestáveis rapazes não deixavam os seus créditos em mãos alheias: aconselhavam o cliente a dobrar as calças ou a erguer a saia e indicavam pedras estratégicamente colocadas, por estes mesmos, para uma travessia semi-tranquila.

No entanto, esta opção pagava-se caro pois as pedras eram previamente dispostas uma cada vez mais distante da outra, o que obrigava a caricatos malabarismos e, a meio do percurso, no lugar de pedras, os “clientes convencidos”, pisavam uma esponja e ... imagine-se o fim da comédia!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A criança d'hoje (1)

"Não sou criança!"

Criança! A quem se refere esta designação? Quantos pseudo-adultos recusam esta apelação? Porquê criança se as meninas já têm os seios empinados e as ancas arredondadas? Porquê criança se os meninos têm barba incipiente e voz grossa? Criança é todo o ser humano com menos de dezoito anos, diz a Convenção sobre os Direitos da Criança, excepto se a lei nacional convecionar o contrário.

A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.

Os pais possuem um papel fundamental no desenvolvimento psicológico da criança, além de serem os responsáveis pela sustentação dela. Uma das principais preocupações dos pais é ajudar a criança em desenvolvimento a crescer normalmente ou seja com a ausência de anormalidades físicas e/ou psicológicas, que são consideradas anormais em toda sociedade e cultura. A outra preocupação é com as habilidades ou traços, como escrever e saber ler, que são essenciais para a vida de uma pessoa dentro de uma sociedade.

Todas as crianças possuem algumas necessidades físico-psicológicas que precisam ser cumpridas e atendidas para que a criança cresça normalmente. As necessidades psicológicas da criança são determinadas pelas habilidades e pelos traços de personalidade que os pais esperam que seu filho desenvolva. Algumas destas são incentivadas em toda sociedade, outras apenas em certas culturas. Todas as crianças possuem certas necessidades psicológicas - como sentir-se amadas e queridas pelos pais.

Espera-se mais responsabilidade e maturidade da criança quando esta passa a ir à escola regularmente a partir dos seis ou sete anos de idade. As crianças passam a frequentar regularmente um lugar onde regras existem, que devem ser cumpridas e onde os padrões de comportamento não mudam de um dia para o outro.

A principal necessidade física da criança é a alimentação, da qual as crianças são totalmente dependentes dos adultos nos primeiros anos de vida. Outras necessidades físicas importantes são limpeza e higiene, vestuário adequado e um abrigo. Espaço também é importante para o exercício de jogos e brincadeiras. Além disso, a criança também depende dos adultos quanto ao aprendizado de bons hábitos de comportamento, tanto à sociedade que o cerca quanto a si mesma - mantendo uma higiene adequada, por exemplo, lavando as mãos antes de comer, não comer nada que tenha caído no chão, escovar os dentes diariamente, etc.

Hoje, mais do que nunca, fala-se da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores educados, compassivos, responsáveis para esse mesmo planeta. Por um lado, reporta-se muitos casos de pedofilia, de rapto e de roubos, perpetrados por ou contra a crianças. Por outro lado, dentro de casa, há situações conflituosas e não só a gerir sobre o uso do telemóvel, o lazer, a mesada, a forma de vestir e de comer, as amizades, entre outros. Como agir? Proponho uma série de temas que nos levarão a reflectir na criança de hoje, os adultos do amanhã!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Boas Entradas 2009!

O ano velho ja se foi.

A babalaza tortura alguns que não mediram as consequências das merecidas festividades, os enjoos pelos excessos gastronómicos a outros, mas, enfim, estamos todos no novo ano.

Depois do tchim tchim da meia-noite, dos beijos e abraços e votos de Boas Entradas, com familiares e amigos próximos, eis-nos pois, assim espero, no novissimo ano de 2009.

Boas Entradas para todos
De coraçao, Ximbitane