segunda-feira, 25 de maio de 2009

O preço da pedofilia

“Ele chamou me pelo portão e deise me para entra na casa dele para me dar chá. Estavamos na sala só nós dois, ele tirou as calças e mandou me chupar o pénis dele. Eu estava sentado e ele deitado. Ele gritou comigo para eu chupar rapidamente o pénis dele. Depois mandou-me embora e deu me 10 meticais para eu comprar coisas para comer”, refere o menor na primeira pessoa.

10 miseros meticais! Um valor tao irrisorio que mesmo os mendigos o recebem com désdem. 10 meticais, uma pechincha que os guardadores de carro recebem amuados e a contragosto. 10 meticias foi o preço pago a uma criança, pelo seu vil abusador para pagar e matar a fome de uma inocente criança.10 meticais!

PS: Não me entendam mal, não estou contra a pechincha em causa, é uma métafora contra o acto vil desse cidadao e sabe-se la quantos outros mais!!!

Chefe , sim senhor!

Já não é anormal pessoas de determinada área estarem a labutar em outras diferentes das de sua formação. Os sonhos da geração pós-independência eram ser enfermeiro, médico, professor, engenheiro, chôfero (chauffeur), veterinário, agricultor e, hoje, por contigência da conjuntura que vivemos muitos desses sonhos mudaram e se quer ser, entre outros, engenheiro em informática, jornalista, escritor e, acima de tudo, chefe.

Chefe, sim senhor! Muitos confundem o estatuto de chefe com a profissão. Todos querem ser chefes, não importa de quê muito menos onde. O mais importante e o expoente máximo da carreira profissional é ter um cargo de chefia! Crescer profissionalmente numa empresa ou instituição pública ou privada e acima de tudo na mente das pessoas é deter o poder e ser-se chefe.

Talvez impulsionados pelo ambiente domiciliar, onde há chefe da familia, chefe das 10 casas, chefe do quarteirão, chefe (secretário) do bairro e ainda há chefe de turma, logo que se começa a socialização na escola. No trabalho, chefe de grupo, chefe da comissão, chefe de secção, chefe de departamento, chefe de... Como não alimentar o sonho de ser chefe?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sô guarda!

A estória dos agentes de segurança pública é muito conhecida por razões evidentes pois tem um sindicato que os acolhe(?) e por consequência disso a sua triste estória é conhecida e amplamente divulgada nos órgãos de comunicação social: salários baixos, atrasos no pagamento dos mesmos, inexistência de subsidios pelas horas extras e pela precaridade do exercicio de suas tarefas entre outras.

Nos seus postos de trabalho, residências, empresas e escritórios, espaços de venda e de prestação de serviços, estes homens desempenham muitas outras funções que não a que para a qual foram contratados: organizador de bichas, estafeta, servente, etc., e passam praticamente todo o dia em pé sendo “mimados”, por algumas empresas, com um pão simples para um exercicio laboral de 24 horas.

A estória menos conhecida é certamente a dos guardas de prédios e residências que não estão filiados a nenhum sindicato ou entidade que salvaguarde seus direitos. Verdadeiramente escravizados, os guardas ultrapassam as suas normais incumbências mas, ainda assim, raramente lhes é dado, pelo patrão, uma refeição quente ou uma manta ou sobretudo para se cobrirem das noites frescas.

Sempre à disposição, os guardas tudo fazem para não perder o seu magro e sacrificado pão: lavam os carros, passeiam o cão, compram o pão, vão a casa do irmão do patrão deixar ou levar alguma encomenda, sobem e descem andares com as compras da madame... Infelizmente não podem faltar porque estão doentes ou tem um familiar a deles precisar.

Sô guardaaaaaaaaaa!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Comida à kg

O serviço Comida à quilo, que já começa a ter barba na nossa cidade, surge como alternativa a tradicionalizada dose/metade ou inteira porção do prato frango grelhado com porções de batata frita e um “projecto de salada” que figura invariavelmente no menu de todos estabelecimentos que preparam e vende alimentos prontos a comer.

Comida à quilo, é portanto uma possibilidade diferente oferecida por alguns estabelecimentos comerciais da área de restauração e não só (os supermercados também entram no negócio) que oferecem refeições preparadas em que o cliente se serve ou é servido a seu bel prazer, num vasto leque de opções, pagando pelo seu peso.

Geralmente, nos locais onde se serve Comida à quilo, existe uma enorme preocupação com a variação de oferta no menu: vegetais, carnes (brancas e vermelhas) e também se procura aproximar os apetites aos hábitos caseiros moçambicanos com a confecção de pratos tipicos como a matapa, mboa, macofo e xima. Aceita 1Kg?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Putizacao da juventude maputense*

Prostitutas sempre houve na nossa cidade. Era uma grupo relativamente pequeno, de moças e mulheres de parcos rendimentos, de familias pobres, que usavam o que Deus lhes deu e a ganância dos homens, para sobreviver economicamente. Ocupavam certos passeios, zonas de certos bairros e bares de certas ruas.
Mais recentemente, o grupo vem alargando-se, em número, em motivações, em métodos e em extractos sociais. E em género. As moças já não se prostituem só para não passarem fome. Prostituem-se para pagar a universidade. Para poderem comprar na Loja das Damas. Para poderem ir ao Coco´s. Já não trabalham só nas ruas, nos bairros da periferia ou nos bares da Rua de Bagamoyo. Passaram a ocupar mesas no Sheikh, no Mundo´s, no Lounge. Já não são pobres moças do subúrbio, são filhas da “classe média” que vivem em apartamentos pagos pelos Srs. Directores, conduzem carros pelos Srs. Directores, viajam à custa dos Srs. Directores.
Director aqui representa toda essa classe de homens bem-posicionados, para quem a prova de masculinidade passa pelo número de moças que vivem à sua custa. O facto de serem um bando de otários que acaba por sustentar não só a moça, a família da moça, mas também o namorado da moça, escapa-lhes, de tanto estarem deslumbrados pela sua recém-adquirida nova-macheza, irmã gémea da sua nova-riqueza.
Ao grupo das moças, juntou-se o grupo dos moços. São os que “servem” as kotas. As mulheres dos tais Directores. Abandonadas no lar familiar - os maridos estão sempre nas sextas-feiras do homens, bebem tanto que já são impotentes, e gastam o Viagra e o Enzoy apenas para provar às suas mocinhas que ainda são homens, e com extra cash com que os maridos compram a sua permanência no lar, saiem em busca dos moçoilos jovens, altos, fortes e sempre sedentos de cash para sustentar os vícios, as namoradas, os fins-de-semana, as roupas, os celulares da moda, etc. A kota paga cash, mas também paga o ginásio, os cursinhos, etc. Em troca, recebe a ilusão de satisfação e prazer. Uma minoria, mas crescente, desses moços já recebe carros, apartamentos e viagens ao estrangeiro.
Um fenómeno mais recente são os jovens que se vendem a sectores da comunidade gay. Este é o grupo mais prostituto. Pode argumentar-se que os outros fazem por dinheiro e benefícios materiais o que regularmente fariam na sua vida do dia-a-dia: sexo com o sexo oposto. A maioria dos jovens que se vende a membros da comunidade gay não tem apetências sexuais por homens.. Mas, hoje em dia, por dinheiro, pela quantia certa de dinheiro, vale tudo. If the price is right...
Alguns tentam manter uma risível aparência de dignidade masculina, dizendo: “eh, pá, eu só dou, não levo!”. Outros, pela quantia certa, entregam a boca e o c... e tudo o mais que o master quiser comprar. If the price is right... E até trazem outros bradas para a jaula do leão, se for preciso. Viram recrutadores. A troco de comissão. Viram os cafetinos de estimação. Têm direito a whisky, onde os outros só bebem cerveja. Têm direito a emprego, onde os os outros só recebem envelopes de dinheiro. Têm direito a cursinho, onde os outros só levam dinheiro para o fim-de-semana no Coco´s.
Infelizmente, esta minoria da comunidade gay que usa o poder do livro de cheques para adquirir a satisfação que é incapaz de conquistar por mérito próprio, essa busca interminável e inatingível do garanhão perfeito, está a criar não só um ambiente insustentável para o resto da comunidade, como emporca-lha a reputação da comunidade. Hoje em dia já é comum para qualquer caça-centavos desgraçado, qualquer aspirante a menino bem, chegar perto de alguém que ouviu dizer ser gay e perguntar: “ouve lá, pá, quanto é que me pagas para eu te f...?”! “És gay? Quanto pagas?”! Pagar o quê, para quê? Como se fosse a coisa mais óbvia que (1) todo o gay está tão desesperado por homem que f.. com qualquer um que lhe apareça à frente e (2) todo o gay paga dinheiro por sexo e só consegue sexo por dinheiro.
A situação está de tal modo, que até gays de condição económica inferior já começaram a fazer por dinheiro aquilo que sempre fizeram só por prazer. Basta que o outro gay tenha aparência de melhor posição sócio-económica. É a reprodução do modelo prostituto hetero dentro da comunidade gay. E assim vai a putização da nossa juventude!
*Autor desconhecido (artigo propagado por email)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sonhos do Navegador

Descobri no jornal impresso @ Verdade, o nosso companheiro de trincheira na blogsfera, lutador incansavel das causas dos injustiçados, o Navegador Solidario Agry White.

Num grito que se quer de todos exilados, inspirado na sua veia poetica, Agry fala da saudade da nossa terra. Dos seus cheiros e sabores, de suas gentes, anonimas e famosas.

Faça o download da edição de 1 de Maio e veja, na pagina 4, Sonhos de desterro.