As jovens empreendedoras, algumas mal sucedidas em negócios na terra do samba; outras cansadas de se degladiarem com os porteiros de Ressano Garcia, Goba e do aeroporto [haja fôlego !] ; algumas com boutiques e salões de beleza, mas com outros horizontes mais na mente ; outras ainda, com pose de boneca em escritórios da praça, procuram, como todo moza que se preze, formas de aumentar o seu budget.
Ora, visto que o negócio inesgotável e de lucro imediato, após o ramo alimenticio, é o do vestuário, acessórios e cosméticos, as manas dia-a-dia empenham-se mais. Infelizmente, como muitas vezes os valores demandados para muitos desses produtos estão aquém do bolso de muita gente, e as manas, inspiradas pelo advento do empreendedorismo, avançaram para outras modalidades.
Em grupos de 2, 3 ou 4, as manas juntam-se e compram igual número de fardos de roupa (blusas, calças, camisas, saias, etc.) e dividem entre si contribuindo, desse modo, para que possam vender as peças de roupa aos pares. Assim, ao invés de venderem só blusas, combinam blusas com calças, camisas com calças, saias com blusas, vestidos com casacos, por aí em diante.
As manas que não dispõem de muito dinheiro para compras em grupo, vão ao dzudza, no Xipamanine ou Compone. Estas, tal como as manas em grupo, facilitam a vida de muita dondoca, pois para gaúdio das últimas, que afirmam que não txuna da xicalamidade, as manas vasculham e sacodem ; seleccionam e escolhem ; discutem e pechincham. No final das compras, ainda lavam, softam e engomam os txunes.
Passado que é este estágio, as manas pegam no télélé e fazem contactos para a lista VIP, geralmente de pessoas com dívida, pois quanto maior fôr melhor, informando que “já tenho uma blusa verde que combina com aquelas calças que ainda não pagaste". Mediante resposta da cliente devedora ou não, afinal tako só no fim do mês, pacientemente as manas chamam acabam chamando toda a lista de clientes de A à Z.
De seguida, sem stress, ou a paciência não é a chave da alegria, as manas metem-se no chapa, sobem e descem prédios (com ou sem elevador), adentram casas, escritórios, ministérios, centros de saúde, barracas, etc. Até a ausência do boss é aproveitada para transformar o place em passarele… Ah, é verdade, algumas funcionárias, públicas ou privadas, que aproveitam o fim-de-semana para fazer um tour nos dumbas, também entraram no negócio. E ainda dizem que turbismo é bizni de professores, ah !