Audaz, destemido e cara-de-pau, é assim que se pode caracterizar o jovem Nelson Bata, mecânico de profissão (com passado criminal, no seu próprio local de trabalho, na Beira, onde é acusado de ter roubado o motor de um autocarro que deveria “tratar”) que até à ultima 2ª feira exercia a função de médico ginecologista no Hospital Geral José Macamo e no hospital Central, por sinal o de maior referência em Moçambique.
Denunciado por uma presumível paciente, Nelson Bata, protagoniza assim uma façanha de arrepiar os cabelos de qualquer um que recorre aos serviços públicos de saúde e não só. Bata, que confessa o exercício ilegal de Medicina ginecológica, disse que para as suas actividades contou com a ajuda de funcionários das unidades sanitárias que lhe facultaram, entre outros, a bata, o carimbo e a prerrogativa de constar na escala de médicos, nas unidades sanitárias acima referidas.
Desconhecido pela direcção do hospital, que pede tempo para investigar o caso mas que estranhamente enviou-lhe uma nota de culpa por excesso de faltas; repudiado pela classe médica, pela voz da sua presidente, pelo acto abominável e pelo ministro da Saúde, que apenas reconhece a existência de redes de venda de material cirúrgico e de medicamentos, o caso do jovem Nelson é a demonstração clara da vulnerabilidade do nosso sistema publico de saúde.
Recentemente, foi denunciado um enfermeiro por tentativa de violação de pacientes no centro de saúde do Porto. O caso ainda não esfriou, como se costuma dizer, e somos brindandos com mais esta "bomba". Nesta altura dos acontecimentos, apenas nos interrogamos:
Denunciado por uma presumível paciente, Nelson Bata, protagoniza assim uma façanha de arrepiar os cabelos de qualquer um que recorre aos serviços públicos de saúde e não só. Bata, que confessa o exercício ilegal de Medicina ginecológica, disse que para as suas actividades contou com a ajuda de funcionários das unidades sanitárias que lhe facultaram, entre outros, a bata, o carimbo e a prerrogativa de constar na escala de médicos, nas unidades sanitárias acima referidas.
Desconhecido pela direcção do hospital, que pede tempo para investigar o caso mas que estranhamente enviou-lhe uma nota de culpa por excesso de faltas; repudiado pela classe médica, pela voz da sua presidente, pelo acto abominável e pelo ministro da Saúde, que apenas reconhece a existência de redes de venda de material cirúrgico e de medicamentos, o caso do jovem Nelson é a demonstração clara da vulnerabilidade do nosso sistema publico de saúde.
Recentemente, foi denunciado um enfermeiro por tentativa de violação de pacientes no centro de saúde do Porto. O caso ainda não esfriou, como se costuma dizer, e somos brindandos com mais esta "bomba". Nesta altura dos acontecimentos, apenas nos interrogamos:
- Quantos mais médicos serao falsarios?
- Por onde anda a inspecçao médica?
- O que sera feito as pacientes atendidas pelo mecanico?
- Quem as ressarcira pelos possiveis danos e sequelas causados pela mão do mecanico?
- ...
22 comentários:
cara amiga,
o engraçado é notar que os últimos dois casos envolvem mulheres, e os homens acusados tinham algum acesso às partes mais íntimas das mulheres. estás a ver? há aqui matéria de sobra para um freud examinar.
falando sério: o último caso vem por a nú a fragilidade de muitas das nossas instituições. 3 anos? fragilidade e cumplicidade.
é, Freud teria muito que estudar. mas na verdade estamos perante um acto macabro e desprezivel
É, amigo Bayano, parece que as fantasias e fetiches das pessoas sairam da intimidade das paredes do lar/quarto ou quartinhos rascas para o nosso sistema de saúde.
Esse jovem, não me cansa de surpreender pelas suas peripecias. Sim senhor,o tipo é um Ás no abuso de confiança!
Sem duvida, Saiete! É um tipico caso não só de prisão, como também de tratamento psiquiatrico. O Nelson tem uma mente tenebrosa!
5. Onde estamos
6. Quem somos
Resposta
1. Metade de medicos sao falsarios
2. A inspeccao esta nos dinheiros
Que tragicomédia, Ponto e Virgula! Imagine só quantas mais coisas ocorrem e por não terem sido mediatizadas encontram-se escondidas aos nossos olhos?!
A pergunta q eu faco e': onde andavam os responsaveis desse sector, departamento e em ultima instancia, do proprio hospital? Como e' q um novo medico e' admitido? Ele cai de para-quedas directamente para a escala de servico? Nao triagem, acompanhamento, supervisao dos "caloiros" pelos mais velhos? Nao ha reunioes de programacao do trabalho e discussao dos "casos" observados e em tratamento?
Se existe alguem para condenar aqui, sera em primeiro lugar, a direccao desses hospitais, seguindo gradualmente (por peso de responsabilidades) aos responsaveis dos departamentos e aos medicos afectos a esses sectores especificos!
Lol... nao me canso de surpreender com o meu pais!!! As vezes aptece mandar tudo p m... vamos de mal a pior...
Bjs meus
Jonathan, muito bom o questionamento que fazes. Esses são os outros pontos do vasto rol de questões que poderemos e queremos ver respondidos.
A quem diga que não devemos criticar as chefias e eu nesse aspecto discordo. Devem sim ser chamados a responder e responsabilizados. Afinal para que querem ser chefes? Apenas para ter um bom salario? E insisto, onde anda a supervisão médica? A manifestação de repudio pela classe médica é insufieciente para nos tranquilizar.
Achei interessante quando falas dos colectivos, encontros, planificações, etc, etc. Essa lição, se é que existe e parece que não existe, dever-se-ia aprender com os professores que fazem planos de aulas, testes, projectos, trabalhos de grupo, formações especificas, estagios por ai.
Diva, minha linda, imagina se todos os moçambicanos decidem-se por um "bénix" a terra amada? Que calamidade sanitaria!
Eu sei que existem (ou existiam) esses colectivos de trabalho na classe medica, onde tenho muitos amigos!
Este caso permite-nos avaliar ate que ponto vai o "biscatismo" entre os nossos medicos! O facto e' que todos eles (incluindo os chefes), estao preocupados apenas em terminar a sua hora e pisgar para a clinica seguinte! Que tempo de supervisao e' que ele tera? Prontos, apareceu um novo "medico"....todos ficam felizes porque e' mais que vai "segurar a barra" durante as suas gazetas e nem sequer ha tempo de apurar as suas credenciais e competencias! Nada me explica melhor a possibilidade de ocorrencia desse evento insolito que, o "biscate" que trepou a cabeca dos nossos medicos!
Jonathan, quero acreditar que esses colectivos existem, mas a realidade tendem a demonstrar-nos o contrario, não concordas?
Lembro-me que aquando do meu parto, que foi por cesariana marcada e que devia acontecer as 8h, tal não aconteceu na hora prevista porque o anestesista que me devia dopar tinha feito noite e estava em repouso. O meu obstetra, não vendo urgencia e porque o meu caso já tinha sido discutido pelos dois, decidiu que esperassemos pelo anestesista em questão.
Esta atitude demonstra claramente profissionalismo e cuidado de alguns médicos visto que uns e outros optam por ser "médicos-bombeiros", logo se pode depreender que nessa classe há trigo e joio.
Amiga Ximbitane!
Nao quis em momento algum referir que todos os medicos sejam "farinha do mesmo saco"! Aqui esta' em questao, as possibilidades de ocorrencia desse fenomeno por 3 anos! Noto nao ter havido mao pesada e punho de alguem!
O hospital e' diferente de escritorio e se alguem tem que fazer a supervisao dos trabalhos sao os responsaveis pelos sectores e nao propriamente o medico que aparece para cumprir a sua escala e segue o seu caminho! Destes o q se pode esperar e' denuncia (no caso de faltas sistematicas, como parece ter sido o caso), mas tudo isso nao passa de "caule" dessa arvore que queremos entender! Para mim, o cerne da questao, esta' no processo de admissao e subsequente elaboracao da escala!
(mudando de assunto):Alguns sectores tem vindo a referir que os nascimentos por cesariana tem vindo a tornar-se um "negocio" muito lucrativo para os medicos e seus assistentes (parteiras) e que mesmo nos casos em que se pode esperar pela "dilatacao" eles se apressam a mandar as pessoas para a sala de operacoes! Podes comentar?
caro jonathan,
por acaso tenho ouvido muitas vozes a falarem sobre o aumento das cesarianas nos nossos hospitais. pensei que tivesse a ver com a mania das brasileiras não quererem que as suas partes mais íntimas fiquem dilatadas, e ajudadas pelo facto de que agora a cesariana mal se vê. acho que seria interessante saber quantas são feitas por dia ou mês.
voltando à vaca fria, algo deve ser feito sob o ponto de vista de responsabilização. não me parece simpático que alguém "trabalhe" três anos num sítio sem as referidas qualificações, a ainda por cima num local tão sensível quanto um hospital, e depois alguém apareça a dizer que não sabia. afinal o que significa chefia? o director do hospital não é um administrador? o que faz o administrador? mais e mais penso que devemos ter inspecção intra-mural nos órgãos públicos.
A falta de responsabilizacão da chefia deve-se muitas vezes à proteccão que ela goza das mais altas. Não há dúvidas que os chefes do local onde o mecânico trabalhou deviam ter se apercebido do falso médico formado na Franca. Esse local então não competência social?!!?!? Nao há conversas entre os funcionários? Não há planificacão, não há nada mesmo que permita que o pessoal se conheca????
Jonathan, de modo algum digo que juntas no mesmo saco trigo e joio ! Eu apenas disse que há trigo e que há joio. A mim também revolta-me que um mecânico tenha estado a “arranjar” mulheres durante tanto tempo sem que ninguém se tenha dado conta.
Se fores a reparar, no artigo que aqui comentamos, uma das questões que coloco é justamente sobre a ausência da inspecção médica ou hospitalar ou de qualquer chefe para se responsabilizar por este cenário. Concordo plenamente que o hospital não é um escritório, alias, a nível de cuidados, o hospital deve(ria) estar no top das estruturas mais supervisionadas seguido-se a educação.
Quanto ao negócio das cesarianas, também já ouvi falar. O meu caso, apesar de ter sido uma cesariana marcada, de nenhuma forma foi por razões de estética mas sim porque já tinha tido complicações, com risco de vida, no primeiro parto. Mas quem lá sabe?
Pelo que sei, desse assunto, as parteiras tudo têm feito para que o parto ocorra normalmente pois só assim poderão “kuxar”. Se formos pela lógica, como elas também o fazem, enviar uma parturiente à sala de operações é deitar a perder os Mt’s. Mas francamente falando, as parteiras não são as únicas responsáveis por este circulo vicioso, as parturientes também o são.
O parto é sempre antecedido pela dor (excepto raras excepções) e a dilatação é um processo que varia de mulher para mulher, podendo ser longo, moroso e penoso. Mas muitas mulheres enganam-se pensando que estão a sofrer (enquanto que é um processo natural) e as enfermeiras-parteiras, que disso tem conhecimento aproveitando-se da ingenuidade das parturientes e lucram algum.
Bayano, reconheço que há mulheres que optam pela cesariana mas, a meu ver, não é pela estética mas sim pela possibilidade de ter um parto sem dor que é possível graças a aplicação de uma epidural. Aliás, essa ideia de que as partes baixas ficam deformadas ou dilatadas devido a um parto é uma ideia completamente errada. O corpo feminino tem uma capacidade de transformação impressionante nesse aspecto.
Pela minha experiência, eu não aconselharia a tal prática pois até hoje tenho sequelas na zona onde me foi aplicada a anestesia algo que é manifestado principalmente quando o tempo muda. Também o período pós-parto é muito complicado, penoso e moroso.
Infelizmente, baseio-me apenas no meu ver e viver, creio que os números de que falas seriam a prova irrefutável do que tanto se ouve dizer.
Indo à vaca fria, realmente não é só a cabeça do Nelson Bata e de seus comparsas que deve rolar. As chefias que assumam a sua quota parte desde os Recursos Humanos passando pela área cientifica, se que assim se pode chamar ou existe.
Pois, Reflectindo é justamente isso, proteccionismo o quanto baste dos que comem o mesmo caviar. A meu ver, nesta altura do campeonato, devem é estar a eliminar as provas de que o Bata auferia salários do Estado com direito a bónus e tudo.
Obrigado pela tua longa explanacao a cerca das "cesarianas"! Realmente muitas mulheres se enganam pensam que fogem a dor ou dilatacao (irreversivel) das suas partes sagradas! Se tu tens um acompanhamento dito "especial", tu pagas pelo parto assistido e em caso de cesariana, a tua conta aumento. Lembro-me q no caso da minha esposa, tivemos q pagar pouco mais de 2,5 "kilobytes"! Por isso nao percebi qndo referes q as parteiras perdem dinheiro se a parturiente vai a "faca"! Sera por elas a partir dai nao darem continuidade ao processo??
Vi ha cerca de 2 meses, uma investigacao recente na Dinamarca que descobriu que os bebes q nascem por "cesariana" sao propensos a problemas no sistema respiratorio durante os primeiros 2 anos de vida, pq uma hormona desse sistema nao e' "activada" qndo o parto ocorre dessa forma e e' necessario q o seu organismo volte a produzi-la, processo q leva tempo. Por acaso observei 3 criancas nascidas por cesariana e durante esse periodo elas andavam sempre constipadas!!
É, Jonathan, é assim que as coisas acontecem. Se há o acompanhamento de um obstetra durante a gravidez, é lógico que ardes uns bytes por cada consulta, exame ou queixinha (pés inchados, desejos de grávida, pele seca, toda essa treta que um futuro pai atento pode ajudar a resolver).
Quando refiro que as enfermeiras saem a perder, quando mandam uma parturiente à faca, é porque no andar térreo elas são autónomas. Se porventura a parturiente não pare na escala da enfermeira que a “acompanha”, os kilobytes passam para uma do time a seguir, depois não sei como procedem.
O médico em serviço passa mais tempo no último piso, alias são estes que determinam se as parturientes devem ou não subir sob observação das parteiras, excepto as cesarianas marcadas. Outra observação, é que as cesarianas de urgência não se pagam, apenas as de marcação.
Quando a parturiente muda de andar, passa a ser observada pelas enfermeiras do andar em que está. Pode até ser que pague por uma especial atenção, como um analgésico para as dores pós-parto, agua quente ou banho ao bebé, mas para o parto, apenas gasta dinheiro.
PS: esse estudo da Dinamarca é verdadeiro, prova disso são os meus petizes que são asmaticos
Estimada Ximbitane!
Aceite a minha solidariedade para com os seus petizes! Devias matricula-los numa escola de natacao....isso ajuda imenso! Minha esposa nasceu asmatica, mas deixou de se-lo algum tempo depois de ter comecado a praticar natacao rigorosamente!
Um abraco e tenha uma optima semana.
Obrigada pelo conselho, Jonathan! Os petizes ja enveredam por essa pratica mas como de piscinas de agua temos promessas, estao em stand by!
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