sexta-feira, 2 de maio de 2008

Carta d'alforria

Por mero acaso, veio parar-me às mãos a brochura Samora Machel e a Mulher Moçambicana (Abril - 2008), cujo prefácio é assinado pelo punho da Secretária-Geral da OMM, Paulina Mateus N’Kunda. Da referida brochura, na pagina 46 do capitulo 5, sob o titulo Samora Machel sobre a emancipação da mulher, na qual pode-se ter a seguinte visão:

“Há camaradas que decoram grandes palavras sobre a emancipação da mulher, mas na prática recusam-se a promover a mulher e criam toda uma série de obstáculos para impedir que a mulher ocupe um posto de responsabilidade. Há ainda ideias confusas no seio. Há quem fale de emancipação e simultaneamente defende a poligamia, uma das manifestações mais arcaicas da dominação feudal. Os capitalistas têm o hábito de dizer que a mulher é um animal de cabelos compridos e ideias curtas, alimentando e reforçando assim os complexos que herdamos do feudalismo.”

Emancipação, emancipação! Nós queremos ser emancipadas! Há décadas que se usa essa palavra. Está certo que hoje em dia aparentemente a palavra emancipação está caindo em desuso, pelo menos no seio das mulheres mais novas ou da era pós-independência pois sobre esta pouco se ouve dizer. Mas duma ou de outra forma, talvez até com uma outra designação, a palavra emancipação volta sempre à baila, sobretudo na época das festividades de qualquer ocasião em que a Mulher é objecto fulcral.

Mas, uma questão pertinente se impõe: saberemos nós, mulheres moçambicanas, o que é ser emancipada? Saberão os homens moçambicanos o que é uma mulher emancipada? Será a emancipação a nossa carta d’alforria do jugo masculino?

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