terça-feira, 13 de maio de 2008

Homicidio: o extremo da violência doméstica

De forma alguma pretendia fazer do presente espaço um "fait divers", mas não consigo ficar imune as barbaridades que ocorrem com a mulher, no seu todo, e com as moçambicanas, em particular. Diz um velho ditado, sobre a explosiva reacção amor e violência: “quanto mais me bates, mais te amo”. Não se sabe se por amor ou por ódio, mas a verdade manda dizer que um cidadão, não identificado publicamente, espancou até à morte, na madrugada último domingo, a sua amante, que visitava nos finais de semana.

A jovem rapariga, de 21 anos, que vivia num quarto alugado pelo seu assassino, na zona de Cumbeza, e sem o consentimento dos pais, encontrou a morte após uma rixa aquando do retorno do casal duma barraca onde estivera na noite de sábado.

Desconhece-se o motivo da briga, mas a esposa do homicida, Isabel Afonso, reconhece que “sabia da existência da tal amante” e que no regresso a casa (após consumar o acto) o seu marido lhe pedira uma corda para se enforcar.

Fonte: Jornal da noite STV

2 comentários:

Jorge Saiete disse...

é curioso que nós moçambicanos estamos a virar tão violentos nos últimos tempos. a questão que eu sempre me coloquei é, a que se deve este comportamento macabro de alguns concidadãos? Alguem, ligado as psicologias já estudou os factores psiquicos que estão por detrás? e os sociólogos e antropologos? e os outros cientistas, doutras áreas do saber?há estudos feitos? o que reportam?
Para mim, sem ter que me valer de nenhum estudo, acho que a violência estrutural a que todos estamos sujeitos, condiciona de algum modo a nossa forma de agir. olha, a convidada do jornalista Emilio Manhique (no café da manhã da RM)hoje, contava uma estoria de um jovem que quando novo, fora raptado pelo proprio pai. depois, o jovem se escapuliu mas de seguida foi raptado por guerrilheiro durante a última guerra, com sorte se escapuliu mas ninguem reabilitou o jovem dos traumas, é dai que quando quiz se casar, raptou uma jovem que virou sua esposa. Ciclo vicioso!

creio que seria interessante, analisar a estória do jovem suicida de Kumbeza, nem que isso não o absorva da condenação mas seria útil para a comprensão do caso.

Ximbitane disse...

Sem duvidas, Saiete, estudos deveriam ser feitos e acima de tudo, soluçoes deveriam ser oncontradas. Esta mais do que provado que ha materia para tal.

Infelizmente os psicologos estao mais preocupados com o seu proprio bolso do que com o bem-estar da sociedade. Se aparecer uma ONG a propor um estudo a troco de uns milhares de dolares, o estudo sera realizado.

Outro caso é justamente esse, os psicologos nao dao assistencia a quem dela realmente precisa e os que dão, francamente, sao extremamente onerosos. Outro senao é que o papel destes profissionais nao é reconhecido na praça, mas por culpa deles mesmos que estao encafifados em escritorios que muitas vezes nem sequer tem relaçao com a sua formaçao.

Alguns psicologos vao me sacrificar, mas a esses mesmos perguntarei, tendo em conta a minha area de trabalho: onde andam os psicologos vocacionais? Talvez eles mesmos (os actuais psicologos) tivessem tido necessidade de consultar ou ser orientados por um!

Mas a situaçao é realmente preocupante. Estes, sao apenas casos mediatizados e os que nao foram? Ou os que nao entraram para a estatistica oficial?

Infelizmente nao estou a par desse caso de Kumbeza. Que tristeza!