domingo, 29 de março de 2009

Capim para cabrito

Paulatinamente, assiste-se a modernização e a embelezamento de algumas instituições como agências bancárias, centros comerciais, lojas e boutiques tudo com o intuito de atrair maior clientela. Por exemplo, alguns estabelecimentos oferecem serviços de baby sitting ou parques de lazer para que as compras sejam feitas com tranqüilidade enquanto as crianças se divertem.

Instituições públicas, como os aeroportos, Águas de Moçambique e Eletricidade de Moçambique, não fogem a essa regra, apesar da obrigatoriedade de ter que se fazer presente nos dois últimos. Diz um velho ditado “cabrito come onde está amarrado” e cá entre nós essa máxima espelha uma triste realidade: o cabrito realmente come onde é amarrado.

A agência-mãe da EDM em Maputo, modernizou-se recentemente e, acredito, que já houve mais do que tempo para nos habituarmos às “modernices” que nos são apresentadas por esta empresa nacional como é o caso da máquina de distribuição de senhas que visa evitar, entre outros, os antigos conflitos nas “bichas”, ou melhor filas.

A manipulação da distribuição de senhas é simples se se tiver um mínimo de escolaridade ou indicação prévia. Por exemplo, a tecla A é para as senhas da caixa de pagamento, a B para os contratos, a C para atender os clientes do Credelec, D e E para clientes de baixa e alta tensão respectivamente pelo que um simples aperto no botão da opção escolhida habilita-o a estar na fila do serviço que pretende.

No entanto, este simples “click” revela-se um exercício complicado por duas razões: não é o utente quem o executa (são, como em algumas Atm’s os seguranças) e quando o faz acaba ficando num número muito aquém do que se espera, pois alguns “cabritos madrugadores” (seguranças incluídos) açambarcam as senhas que depois são revendidas ao preço de 10Mt nos períodos de cobrança normal e 15 ou 20Mt quando o período de cobranças está próximo do período final.

Resumindo: retirando a sua senha pela própria mão, você incorre ao risco de ficar num número da casa das centenas (131) e ser surpreendido por estarem a chamar (e não a aparecer no painel, como deveria ser) os números das dezenas (78). Como se não bastasse, a lógica, de ser o 79 a ser chamado a seguir, não é seguido e, de repente, um número das unidades (3), o tal da cabritagem, é chamado.

Sem comentários: