sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Biznis" no machibombo

Sempre que tenho oportunidade, ao invés de me deslocar de um local para o outro do meu percurso diario, tenho especial preferência pelo autocarro vulgarmente apelidado machibombo, por garantir maior segurança apesar das contrariedades no que concerne aos horários.

Diz um ditado, “cabrito come onde está amarrado” e, tal como em muitas situacoes do nosso quotidano, no machibombo não se foge à regra. Numa dessas idas e vindas, entrei num autocarro apenas porque estava carregada pois estava a três paragens da minha, por sinal a terminal.

O autocarro estava praticamente vazio e ciente de que o percurso não seria longo, o cobrador, ao fazer a venda do bilhete perguntou-se se estava a fazer ligações, por ser hora de ponta, ou se apenas ia até a terminal. Prontamente respondi que ia até a terminal.

O cobrador recebeu o meu dinheiro e até fez os trocos mas não me entregou o bilhete. Já nos aproximavamos da paragem seguinte quando entra uma moça e reparei que também recebeu o mesmo questionamento. Sorte ou azar, esta pretendia fazer ligações.

Chamei o cobrador, pois queria o meu bilhete, comprovativo de que o tinha comprado e que em caso de entrada do revisor custar-me-ia cinquenta vezes um único bilhete. Contrariado o cobrador me passa o bilhete e pede-me que o devolva(?) na minha descida.

Devolver? Questionei surpreendida. Para que efeitos? Apesar de nunca ter trabalhado na transportadora pública de Maputo, sou esclarecida e atenta o suficiente para perceber que quando se chega a uma terminal deve-se assinalar o número de bilhetes vendidos à partir da terminal anterior.

Sem vergonha na cara, o cobrador me responde que “assim poderei revender o bilhete para comprar cigarros!”. Ainda por cima cigarros? Ignorei-o completamente e na minha descida anotei o número telefónico que vem na parte traseira dos machibombos para avaliar se estes são bem ou mal conduzidos e a respectiva matricula.

Qual não foi o meu espanto? Disseram-me que esse tipo de denúncia não era assunto daquela linha e que nem sequer podiam me remeter a uma outra linha pois não existe. Se eu quissesse, deveria ir sede da transportadora para fazer essa denúncia preenchedo o livro de reclamações! Tardiamente descobri que os TPM tem página web...

2 comentários:

Shirangano disse...

Kekekeke...kakakaka...Sorry mana!
É preciso ser forte para não soltar gargalhadas quando estamos diante destas poucas vergonhas que já são habituais e caracterizam uma boa parte dos moçambicanos.
Acho melhor é rir mesmo que comentar...

OFICINA PONTO E VIRGULA disse...

A final aconteceu issoparati tambem. "Parece que se trata uma burla formal, corrupcao, falta de vergonha e acima de tudo trata-se de uma rede de pessoas com ideias fragmentadas." (Fim da citacao).

Mas,eu uma vez fui denunciar, porque nao quiseram parar onde eu queria...mas como e uma rede de incomptentes e fragmentados.

ate ja