quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Estórias em Maputo (37)

A chuva que tem caído miudinha ou estrondosamente em Maputo revela as inúmeras fragilidades dos sistemas de drenagem de águas pluviais e não só. Dentro da town, o seu centro, a Baixa, do nada transforma-se num rio com ondas vinteecincosetembral. A fonte desse rio, segundo quem de direito, que muito recentemente investiram em drenos, é de que os plásticos do comércio informal entopem-nos !

Mais para cima, a meio da cidade, a água escorre solta, arrastando detritos vários no seu percurso em direcção às zonas mais baixas. Visto que, grande parte dos esgotos estão obsoletos, e na hora do dilúvio as coisas agravam-se, as suas águas negras misturam-se com as cristalinas encobrindo os habituais buracos, na via e no pavimento, que se alargam e os novos, que surgem sem nenhuma surpresa para os citadinos.

Nessa corrida desenfreada, para lado nenhum, as águas da chuva não encontram espaço no verde e denso matagal em que se transformaram as valas de drenagem. Se os cabritos aí fossem amarrados… !!! O dilúvio em Maputo não poupa mesmo nada: nem mesmo o récem inaugurado modern aeroporto internacional de Mavalane escapou a uma inundação! Talvez não palharam convenientemente e à moda chinesa…

Na periferia, a porca já nem tem rabo! É um "salve-se quem puder" pois lugares há em que o dilúvio aí desemboca e se instala : dentro ou fora das residências. Diante de nenhuma atitude máscula, de quem de direito, novas crateras tipo Julius Nyerere engalanam a nova face da Grande Town, com todos os riscos que isso acarreta. Bom, Maputo quando chuva ?!

2 comentários:

Anónimo disse...

Onde está a Camara Municipal? Para onde vai o dinheiro dos impostos dos contribuintes? E os donativos oferecidos a Moçambique?
Este problema já deveria de ter sido solucionado há décadas.
Maria Helena

Ximbitane disse...

Para quê? Na fila ha ainda muitos a espera do dinheiro do financiamento de obras para guardarem-nos em seus proprios bolsos. So depois disso!