segunda-feira, 11 de abril de 2011

Estórias em Maputo (40)

Que não reste mais nenhum espaço para dúvida : o transporte na Grande Town é um dos casos mais bicudos de que se tem memória ! Já não se distingue hora de ponta de hora morta ! Em muitas paragens e a todo o momento, meter o pé num meio de transporte, público ou privado, é um episódio para uma longa metragem cujos capítulos finais ainda não figuram no roteiro de quem de direito !



Como se não bastasse, é absurdamente notório o grau de degradação das viaturas que transportam a grande maioria de cidadãos de suas casas para os postos de trabalho e vice-versa. Ninguém se importa ou manifesta qualquer interesse até que a tragédia, que sempre anda a espreita, ocorra. Aquele ditado que diz "prevenir é remediar" foi substituído por "deixa andar" e a fila assim anda.



Ainda por cima, numa tentativa desesperada de agarrar a primeira tábua que passa(va), optou-se por admitir que os que não têm licença para transporte de passageiros passassem a fazê-lo em períodos pré-determinados. Penso rápido na ferida, se se levar em conta que alguns dos piratas já circulavam na praça, contudo, neste caso também não foram acautelados os critérios de segurança.



Verdade é que alguns desses "piratas" dispõe de viaturas em muito bom estado, tão bom, que até mete dó vê-las a circular só "em certas horas". Mas, por outro lado, há viaturas também em bom estado criadas para o transporte de carga e que hoje transportam pessoas lembrando tempos já idos. Porém, ao contrário de suas ancestrais, as carrinhas de hoje não dispõe de lona nem de ferragem alguma que permita que os transportados se segurem a algo na viatura que não os demais passageiros, companheiros de viagem.