Tempo de espera? Tipo de atendimento? Terapia satisfatória? Desfecho esperado? Alguns destes e outros motivos podem justificar porque ir a clínica, é muito mais salutar do que ir ao centro de saúde ou outra unidade hospitalar, bom, isto pelo menos na cidade de Maputo e na sua periferia. Será isso sintomático da desgraça hospitalar pública?
Nas clínicas, é possível ter acesso a um variado leque de médicos especialistas, atendimento personalizado, um laboratório que não condiciona o horário de recepção de amostras e de entrega dos resultados, equipamentos e materiais aos chutos e pontapés [pelo menos é o que parece se bem que para cada paracetamol se paga o preço duma embalagem] e ainda oferecem Planos de Saúde que podem ser assegurados pelo local de trabalho [quanta sorte!] ou por si próprio. Mas, essas clínicas, não são acessíveis A profundidade dos bolsos de todos!
O pessoal da periferia, também se vê na obrigação de recorrer às clínicas privadas [ou a lugares com essa etiqueta] sobretudo no período nocturno ou na hora do Diabo, momento em que, estranhamente, as doenças mais atacam [os cientistas por certo têm uma explicação para o fenómeno].
As maclínica da periferia, ao contrário das que bem conhecemos [mesmo que seja do lado de fora] resumem-se em quartos minúsculos ou garagens, se bem que ultimamente estão em franca expansão [parecem até os móteis que proliferam nessas bandas], tal é a procura [já até há internamento!].
O prefixo ma-, em línguas do grupo Bantu, indica o plural de substâncias ou coisas incontáveis (Ngunga, 2004: 109), logo, maclínica designada clínicas em Ronga.
Compostos por uma mesa de atendimento, duas ou três cadeiras, um armário onde se guardam os medicamentos e uma cama para observação, as maclínica são asseguradas por enfermeiros, que desempenham o papel de médicos, nos períodos de folga ou de descanso, e por serventes, que fazem o papel de enfermeiros [no caso, será a esposa do enfermeiro a servente?].
Na maior parte das vezes, nenhuma análise laboratorial é efectuada, bastando o testemunho do doente e/ou do seu acompanhante para se fazer o diagnóstico da doença, para a qual é sempre fornecida uma terapia. Engane-se quem pensa que logo a primeira é passada uma receita: os medicamentos são vendidos mesmo ali, e não em farmácias, como nas clínicas licenciadas [não é esse, para além dos mercados informais, o real mercado dos medicamentos roubados?].
No caso da não existência da terapia adequada, nas maclínica, recomenda-se que se volte no dia seguinte [o tempo suficiente para se “procurar” nos armazéns e ou em farmácias do hospital, não é? Basta uma chamada a alguém da rede e...] ou é passada uma receita, mas com o carimbo duma unidade sanitária de referência e assinada por alguém com poderes para tal.
Nas clínicas, é possível ter acesso a um variado leque de médicos especialistas, atendimento personalizado, um laboratório que não condiciona o horário de recepção de amostras e de entrega dos resultados, equipamentos e materiais aos chutos e pontapés [pelo menos é o que parece se bem que para cada paracetamol se paga o preço duma embalagem] e ainda oferecem Planos de Saúde que podem ser assegurados pelo local de trabalho [quanta sorte!] ou por si próprio. Mas, essas clínicas, não são acessíveis A profundidade dos bolsos de todos!
O pessoal da periferia, também se vê na obrigação de recorrer às clínicas privadas [ou a lugares com essa etiqueta] sobretudo no período nocturno ou na hora do Diabo, momento em que, estranhamente, as doenças mais atacam [os cientistas por certo têm uma explicação para o fenómeno].
As maclínica da periferia, ao contrário das que bem conhecemos [mesmo que seja do lado de fora] resumem-se em quartos minúsculos ou garagens, se bem que ultimamente estão em franca expansão [parecem até os móteis que proliferam nessas bandas], tal é a procura [já até há internamento!].
O prefixo ma-, em línguas do grupo Bantu, indica o plural de substâncias ou coisas incontáveis (Ngunga, 2004: 109), logo, maclínica designada clínicas em Ronga.
Compostos por uma mesa de atendimento, duas ou três cadeiras, um armário onde se guardam os medicamentos e uma cama para observação, as maclínica são asseguradas por enfermeiros, que desempenham o papel de médicos, nos períodos de folga ou de descanso, e por serventes, que fazem o papel de enfermeiros [no caso, será a esposa do enfermeiro a servente?].
Na maior parte das vezes, nenhuma análise laboratorial é efectuada, bastando o testemunho do doente e/ou do seu acompanhante para se fazer o diagnóstico da doença, para a qual é sempre fornecida uma terapia. Engane-se quem pensa que logo a primeira é passada uma receita: os medicamentos são vendidos mesmo ali, e não em farmácias, como nas clínicas licenciadas [não é esse, para além dos mercados informais, o real mercado dos medicamentos roubados?].
No caso da não existência da terapia adequada, nas maclínica, recomenda-se que se volte no dia seguinte [o tempo suficiente para se “procurar” nos armazéns e ou em farmácias do hospital, não é? Basta uma chamada a alguém da rede e...] ou é passada uma receita, mas com o carimbo duma unidade sanitária de referência e assinada por alguém com poderes para tal.
Outro atractivo das maclínica, é a tabela de preços que a todos satisfaz, sendo que para adultos e crianças o valor é diferenciado. Nas maclínica, como noutras unidades sanitárias tudo se trata desde malária, diarreia, infecções, etc. e se fazem abortos (havendo até maclínica ginecológicas exclusivas para tal) e de lá muitos saem satisfeitos, se olharmos para o movimento desusado do vai e vem.
Como se pode depreender, o sucesso das maclinica é tal que raramente alguma é denunciada. Acredito que se o ginecologista mecânico (o Nelson Bata) não tivesse sido muito ambicioso, no sentido de se inserir no seio da classe médica, na periferia ele teria uma clientela fiel.
Que o enfermeiro em muito têm contribuído para a minimização dos problemas de saúde no país, isso é sabido, pois é esta classe que tem segurado as seringas, nas zonas rurais, devido a falta de médicos. Mas, ... há sempre um mas!
2 comentários:
Há sempre um mas... mas vale do que não ter onde recorrer.
As vezes fico a pedir um desses maclinicas em Nkobe porque quando a maldita malária nos pega na hora do diabo, é so gemer..
Amigo Saiete, vou entender essa como uma ironia! Quereres maclinica em Nkobe? Nao falas serio!!! E de certeza ja deve haver alguma garagem a prestar esses serviços, apenas tu nao tens conhecimento
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