2ª feira, número de crianças presentes na sala de aulas: 5! 3ª feira, número de crianças presentes na mesma sala de aulas: 9! Bom, este é apenas um exemplo do que se viveu na primeira semana de aulas, após as férias intercalares, numa escola primária pública da Polana Cimento, onde estuda a minha filha. Os motivos da ausência de alunos, numa turma com 48 crianças inscritas não é outro que a falta de um transporte especifico: o chapa escolar.
É por todos sabido que o transporte urbano, e não só, é o calcanhar de Aquiles de muitas famílias. Mas sendo honestos, grande parte da culpa desta situação, sobretudo para com crianças no ensino primário do primeiro e segundo ciclo/grau, é dos próprios pais que preferem enviar seus filhos para escolhas longínquas em detrimento das que existem nas próprias zonas de residência. O exemplo claro disso, está descrito acima.
Na perspectiva de querer minimizar essa preocupação, muitas famílias optaram por entrar na onda do chapa escolar. Chapa escolar sim, porque muitas vezes trata-se de um mini bus licenciado para o transporte semi-colectivo de passageiros e que por conseguinte é desviado de sua rota para o beneficio das crianças e adolescentes estudantes longe de casa e do próprio transportador.
A verdade manda dizer que algumas escolas privadas dispõem de uma rede de transporte para os seus alunos. No entanto, nas escolas públicas, que acolhem grande universo da população escolar, isso nem em sonhos ocorre.
Os pais, cientes de suas responsabilidades de levarem os filhos à escola, entregam-nos a pessoas, algumas vezes sem escrúpulos e que não olham meios para atingir os fins: o mais importante é ganhar dinheiro fácil descurando da segurança das crianças.
Poucos são os transportadores que celebram contratos por escrito, basta apenas a palavra e o que se assiste é que crianças que saem da sala de aula e vão directo a casa-de-banho, por exemplo, são literalmente “esquecidas” pelos transportadores. As vezes a carrinha não aparece ou aparece atrasada com as consequências que disso advém.
Reconheça-se aqui também a culpa dos pais que não exigem a celebração de contratos e logo não podem questionar as atitudes e/ou não cumprimento do acordado com os transportadores! Alias, o facto de não terem celebrado contratos escritos levou a que muitos chapas não se apresentassem à porta das crianças nos primeiros dias de aula e a consequência é o que se viu: salas vazias!
O mais grave, são as deploráveis condições nas quais as crianças são transportadas: sem acompanhamento de uma figura com autoridade dentro do próprio carro (o cobrador, esse, está com o braço na janela no papo com o motorista) e estão empilhadas umas por cima das outras. Felizmente a variada oferta de rotas satisfaz a procura e os preços, esses oscilam entre os 700 a 1000 Mts/mês consoante a zona e/ou o estado do carro: luxo ou reles. Se formos a fazer as contas do mês, os chapas escolares só saem a ganhar pois trabalham menos tempo e tudo é quase lucro.
Se levarmos em conta que cada carro de 15 lugares leva 20 crianças e que existem 3 turnos no fim do mês o transportador tem entre 42.000 e 60.000 Mt. Se, por ventura, incluirmos o curso nocturno o que significará 18 pessoas, a cifra aumentará mais um pouco sabido que a tarifa varia entre 1000 e 1200 Mts/mês, resultará numa renda entre 18.000 e 21.600. Portanto, em cálculos aproximados, estaríamos a falar de qualquer coisa como 42.000 a 75.000Mts, combustível contabilizado, isto só e apenas para os carros de 15 lugares!
É por todos sabido que o transporte urbano, e não só, é o calcanhar de Aquiles de muitas famílias. Mas sendo honestos, grande parte da culpa desta situação, sobretudo para com crianças no ensino primário do primeiro e segundo ciclo/grau, é dos próprios pais que preferem enviar seus filhos para escolhas longínquas em detrimento das que existem nas próprias zonas de residência. O exemplo claro disso, está descrito acima.
Na perspectiva de querer minimizar essa preocupação, muitas famílias optaram por entrar na onda do chapa escolar. Chapa escolar sim, porque muitas vezes trata-se de um mini bus licenciado para o transporte semi-colectivo de passageiros e que por conseguinte é desviado de sua rota para o beneficio das crianças e adolescentes estudantes longe de casa e do próprio transportador.
A verdade manda dizer que algumas escolas privadas dispõem de uma rede de transporte para os seus alunos. No entanto, nas escolas públicas, que acolhem grande universo da população escolar, isso nem em sonhos ocorre.
Os pais, cientes de suas responsabilidades de levarem os filhos à escola, entregam-nos a pessoas, algumas vezes sem escrúpulos e que não olham meios para atingir os fins: o mais importante é ganhar dinheiro fácil descurando da segurança das crianças.
Poucos são os transportadores que celebram contratos por escrito, basta apenas a palavra e o que se assiste é que crianças que saem da sala de aula e vão directo a casa-de-banho, por exemplo, são literalmente “esquecidas” pelos transportadores. As vezes a carrinha não aparece ou aparece atrasada com as consequências que disso advém.
Reconheça-se aqui também a culpa dos pais que não exigem a celebração de contratos e logo não podem questionar as atitudes e/ou não cumprimento do acordado com os transportadores! Alias, o facto de não terem celebrado contratos escritos levou a que muitos chapas não se apresentassem à porta das crianças nos primeiros dias de aula e a consequência é o que se viu: salas vazias!
O mais grave, são as deploráveis condições nas quais as crianças são transportadas: sem acompanhamento de uma figura com autoridade dentro do próprio carro (o cobrador, esse, está com o braço na janela no papo com o motorista) e estão empilhadas umas por cima das outras. Felizmente a variada oferta de rotas satisfaz a procura e os preços, esses oscilam entre os 700 a 1000 Mts/mês consoante a zona e/ou o estado do carro: luxo ou reles. Se formos a fazer as contas do mês, os chapas escolares só saem a ganhar pois trabalham menos tempo e tudo é quase lucro.
Se levarmos em conta que cada carro de 15 lugares leva 20 crianças e que existem 3 turnos no fim do mês o transportador tem entre 42.000 e 60.000 Mt. Se, por ventura, incluirmos o curso nocturno o que significará 18 pessoas, a cifra aumentará mais um pouco sabido que a tarifa varia entre 1000 e 1200 Mts/mês, resultará numa renda entre 18.000 e 21.600. Portanto, em cálculos aproximados, estaríamos a falar de qualquer coisa como 42.000 a 75.000Mts, combustível contabilizado, isto só e apenas para os carros de 15 lugares!
6 comentários:
Primosa
O transporte de alunos é um assunto cheio de perguntas e de culpas repartidas entre governo e os pais e/ou encarregados de educação
Ao governo
Quem os licencia? Quem os fiscaliza?
No meu entender tanto o transportador bem como veículo devem ter uma licença especial, por exemplo num autocarro de transporte de alunos o número de cintos de segurança deve ser igual ao número de crianças a transportar.
Deve ter boas condições de higiene e mecânicas entre outras
Aos pais
Quais os cuidados que tomam para garantir o bem estar e segurança dos seus filhos?
Como pode um pai salvaguardar os seus direitos se não celebrou contrato, não tem a morada nem o contacto do referido motorista?
Será que os pais(comissão/associação dos pais) em coordenação com a escola não podem enontrar formas de ter um transporte exclusivo para os alunos com condições aceitáveis
Pois é primosa, faço das tuas as minhas questoes.
Cara Ximbitane,
Sem dúvidas este é um dos temas que devia merecer uma grande reflexão por parte dos pais, dos políticos (para desenharem uma boa política de transportes), Ministério de Educacão para encontrar a razão de escolha de escolas distantes, da Polícia para exigir regras específicas no transporte de criancas, e os professores podem ajudar na garantia que as criancas são levadas pelos transportadores. Isto tudo precisa de uma boa comunicacão de todos os envolvidos.
Desejo-te um bom fim de semana
Pois é Reflectindo, mas por que "eles" se vao chatear se os seus filhos ou têm carro com motorista ou têm o seu proprio carro para ir a escola?
Cara Ximbitane
Voluntáriamente é que eles não vão se preocupar por isto que até chamam de exclusivamente da responsabilidade das criancas e quanto muito, também dos seus pais e encarregados de educacão. Contudo, a culpa destes é de não ter meios próprios por falta de condicões financeiras. Tenho a certeza que é de algo como o que fazes que a atencão da sociedade se desperta, tomando a sua responsabilidade de cidadania. Vamos politizar a cada cidadão à sociedade mocambicana como o Jorge Saiete disse.
A situacão que contas aqui está aliada ao aproveitamentamento pedagógico, portanto bem vista, tira alguns porcento dos 100 % que o Ministério de Educacão exige.
Sem dúvida, Reflectindo! A minha linha de artigos é justamente nesse sentido: alertar as pessoas.
Mas, verdade seja dita, as vezes sinto-me frustrada pois quem devia ser acordado nao tem acesso a esta forma de alerta.
Mas se nós, os bloggers/bloguistas, fizermos o nosso papel, não so na blogsfera como também na vida do dia-a-dia, acredito que o eco das nossas vozes sera ouvido.
Acredito que politizando ou informando as pessoas, muito do que hoje ocorre poderia tomar outro rumo!
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