sexta-feira, 30 de maio de 2008

Feliz 1 de Junho!

“Hoje é dia 1 de Junho
Dia da Criança em todo Mundo
Criança que tem direitos
De viver sem restrições


(Refrão duma antiga canção da revolução alusiva ao 1 de Junho)

Para todas as crianças deste Mundo
As amparadas e aconchegadas pelas suas famílias
Crianças que ao amanhecer tem um pedaço de pão
Crianças a quem o calor dum carinho é gratuito e não tem hora
Crianças de riso cristalino, sincero e inocente
Crianças sem malícia, apenas crianças

Para todas as crianças deste Planeta
As desamparadas, perdidas e exploradas pelo Globo fora
Crianças violadas nos seus direitos e nos seus corpos franzinos
Crianças presas indefesas de pedófilos sem escrúpulos
Crianças como Madeline e outras Marias desconhecidas
Crianças vitimas de cartéis sem alma

Para todas as crianças deste Universo
Pela memória das crianças perecidas neste mundo de injustiça
Crianças que nunca viram a luz do sol
Crianças como Isabella Nardoni e tantas outras anónimas
Crianças vitimas da má gestão da desgraça familiar e social
Crianças lindas, mas mal-amadas e por isso odiadas

Para todas as crianças desta Terra
Por todos nós, adultos-crianças
Crianças enclausuradas em corpos de pessoas grandes
Crianças-heróis de nossos filhos, sobrinhos, netos e vizinhos
Crianças-bólides na estrada da vida
Crianças-campeãs, derrotadas pela magreza do salário


Feliz 1 de Junho!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Passe e repasse!

Quantos e-mails engrossaram, na sua inbox, a lista dos não lidos ou ignorados e que lhe foram passados e repassados em correntes contínuas e você apenas se esqueceu deles?

Quando mandaram aquele e-mail com a imagem de uma criança toda entubada dizendo que o seu repasse significaria 5 cêntimos para o tratamento daquela doença desconhecida o que foi que você fez? Encaminhou para a extensa lista de seus amigos e conhecidos e sentiu-se aliviado por ter feito o seu papel, não foi?

Recorda-se como foi que teve acesso às fotos escandalosas de jovens moçambicanas em poses eróticas ou em fotos de teor pornográfico quando “meio mundo” começou a ter contas na Internet (2005/06)? Não foi porque alguém enviou para si? E você, o que foi que você fez logo de seguida?

Lembra-se de como soube do escândalo que envolveu recentemente o músico Ziqo? Ouviu dizer? Muito bem! Mas como foi que viu? Foi pelo passe e repasse ou (r)encaminhamento, se assim achar melhor. Verdade ou mentira?

Já viu ou ouviu falar do escândalo na USTM envolvendo um professor e uma aluna que por lapso caiu em inboxes erradas e foi difundida à velocidade de um click? E como foi que soube? Se não soube, como acha que vai saber? Pelo passe e repasse!

Algum dos aspectos acima focados é positivo? Talvez sim, talvez não. A mente humana é sórdida e o passe e repasse (ou o encaminhe ou reencaminhe) por vezes tem contornos de malvadez e requintes de crueldade.

Custa alguma coisa ver, alertar, suprimir ou ignorar? Alguma vez pomos a mão na consciência e pensamos nas consequências dos nossos actos na vida dessas pessoas? Já nos imaginamos na lama que passando e repassando jogamos às pessoas envolvidas e a todos com elas relacionados?

Passe e repasse!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

SMS mania

O telemóvel instalou-se em nossas vidas como se duma segunda pele se tratasse e disso já não há a mínima dúvida. Desse processo, fomos contaminados pela febre de sms, que se for grátis, melhor, que por sua vez atacaram tudo quanto é media audiovisual no país!

É só vê-los passar, muitas vezes porcamente e mal escritos (sobre este facto espero um dia poder aprimorar a questão), no rodapé dos nossos ecrãs em programas de entretenimento, em discussões ou debates, em intervalos de e entre programas, etc.

É verdade que, se bem combinado, tem sido útil na prestação de alguns serviços, mas também em muito tem sido um serviço de má fé, sobretudo se como contra-partida há um prémio valioso (telemóveis, geleiras, televisores, por ai). Nesses casos, o sms é caro e é escrito em letras tão pequenas que poucos conseguem se dar conta da armadilha para a qual estão a ser arrastados.

Algumas pessoas, os esclarecidos e as operadoras, em particular, dirão que se trata de marketing. Certo, mas de alguma forma dever-se-ia advertir aos ingénuos usuários, muitas vezes com menos posses e sobretudo iludidos e/ou com esperanças de ganhar algo gastando o pouco que tem, sobre o real preçário.

Desembolsando tarifas que variam de 2 à 30Mt/sms:

- Pode publicitar os seus produtos, fazer amigos, saudar familiares ou conhecer o seu parceiro tudo isto e muito mais pelo chat;

- No item astrologia, através do termómetro dos signos ou do amor, pode saber o que os astros dizem de si, pode testar a compatibilidade do seu signo com o do seu amado e o mesmo teste pode também ser feito através dos vossos nomes;

- Pode também participar em inúmeros concursos (votando em top’s de música sem conteúdo) para ganhar prémios que vão de telemóveis, laptops, geleiras, fogões à viagens paradisíacas;

- É possível também conhecer o que o tempo lhe reserva a sua cidade, pela opção tempo ou meteorologia;

- Se não joga ao loto ou totobola, não se preocupe, pelo sms pode ganhar prémios relacionados com jogos e ainda conhecer os resultados dos jogos, ter o toque do clube favorito, o calendário de jogos, etc, etc;

- Também se pode divertir ou cair na gargalhada com piadas, anedotas picantes incluidas;

- Tire suas dúvidas, cuide da beleza ficando bela ou da saúde emagrecendo, e tem até a formula mágica para aumentar o tamanho do pénis, não sei até que medida, mas até uns 12cms pode ser, segundo a publicidade. Tantas opções, tudo pela via de um sms!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cumulo do charlatanismo

Audaz, destemido e cara-de-pau, é assim que se pode caracterizar o jovem Nelson Bata, mecânico de profissão (com passado criminal, no seu próprio local de trabalho, na Beira, onde é acusado de ter roubado o motor de um autocarro que deveria “tratar”) que até à ultima 2ª feira exercia a função de médico ginecologista no Hospital Geral José Macamo e no hospital Central, por sinal o de maior referência em Moçambique.

Denunciado por uma presumível paciente, Nelson Bata, protagoniza assim uma façanha de arrepiar os cabelos de qualquer um que recorre aos serviços públicos de saúde e não só. Bata, que confessa o exercício ilegal de Medicina ginecológica, disse que para as suas actividades contou com a ajuda de funcionários das unidades sanitárias que lhe facultaram, entre outros, a bata, o carimbo e a prerrogativa de constar na escala de médicos, nas unidades sanitárias acima referidas.

Desconhecido pela direcção do hospital, que pede tempo para investigar o caso mas que estranhamente enviou-lhe uma nota de culpa por excesso de faltas; repudiado pela classe médica, pela voz da sua presidente, pelo acto abominável e pelo ministro da Saúde, que apenas reconhece a existência de redes de venda de material cirúrgico e de medicamentos, o caso do jovem Nelson é a demonstração clara da vulnerabilidade do nosso sistema publico de saúde.

Recentemente, foi denunciado um enfermeiro por tentativa de violação de pacientes no centro de saúde do Porto. O caso ainda não esfriou, como se costuma dizer, e somos brindandos com mais esta "bomba".
Nesta altura dos acontecimentos, apenas nos interrogamos:
  1. Quantos mais médicos serao falsarios?
  2. Por onde anda a inspecçao médica?
  3. O que sera feito as pacientes atendidas pelo mecanico?
  4. Quem as ressarcira pelos possiveis danos e sequelas causados pela mão do mecanico?
  5. ...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Homicidio: o extremo da violência doméstica

De forma alguma pretendia fazer do presente espaço um "fait divers", mas não consigo ficar imune as barbaridades que ocorrem com a mulher, no seu todo, e com as moçambicanas, em particular. Diz um velho ditado, sobre a explosiva reacção amor e violência: “quanto mais me bates, mais te amo”. Não se sabe se por amor ou por ódio, mas a verdade manda dizer que um cidadão, não identificado publicamente, espancou até à morte, na madrugada último domingo, a sua amante, que visitava nos finais de semana.

A jovem rapariga, de 21 anos, que vivia num quarto alugado pelo seu assassino, na zona de Cumbeza, e sem o consentimento dos pais, encontrou a morte após uma rixa aquando do retorno do casal duma barraca onde estivera na noite de sábado.

Desconhece-se o motivo da briga, mas a esposa do homicida, Isabel Afonso, reconhece que “sabia da existência da tal amante” e que no regresso a casa (após consumar o acto) o seu marido lhe pedira uma corda para se enforcar.

Fonte: Jornal da noite STV

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Politicofeminização

A mulher desempenha, na sociedade moçambicana, um papel inquestionável: é educadora de crianças, é produtora do sustento familiar, em suma, uma guerreira incansável em todas as frentes de combate à pobreza absoluta na qual morre sobrevivente, com raras excepções.

Esta certo que em sociedades ditas democráticas todo o mundo deve ter sangue infectado por algum Partido (que seja filiado ou pela via da simpatia) pois só desta forma poderá exercer o seu direito à escolha pela via do voto, mas politicalizar a questão da mulher virou moda no nosso país tal como todos os pequenos problemas que existem. Um exemplo concreto de politicolização, no lugar de problematização, para se achar a solução, pode-se ver aqui em Debates e Devaneios.

Este sentimento vem pela forma exagerada como é caracterizada a mulher moçambicana na nota introdutória da Politica do Género publicada no site do Ministério da Mulher e Acção Social, liderado por Virgilia Matabele, ao qual se pode ter acesso no proprio site.

Onde são incluídas as mulheres que não participaram da luta de libertação nacional? E nos, as mulheres nascidas pos-independencia? E as que por muitas razões não estão filiadas à ala feminina do Partido no poder? Não são mulheres moçambicanas?

Enfermeiro abusador

Na ultima 2ª-feira, um grupo de três mulheres, não identificadas, mas que ousou dar a cara, denunciou publicamente um enfermeiro do Posto de Saúde do Porto, em Maputo, de molestação sexual.

Segundo as próprias, quando atendidas para consulta, o mesmo terá pedido que se despissem, e que isso incluía a roupa interior, para avaliação do seu estado de saúde e posterior diagnóstico. As vitimas ter-se-ão dado conta das intenções desonestas do enfermeiro quando este as perguntou se não se estavam a excitar pelo que ele lhes estava a fazer (acariciar os seios e introduzir os dedos nos órgãos genitais, com o agravante de o fazer sem luvas).

Posto isto, as vitimas denunciaram-no ao responsável do Posto, e como não quiseram que o assunto caísse em saco roto, fizeram-no também diante das câmaras da STV.

O Director da Saúde da Cidade de Maputo, António Paulino, terá dito, sobre este assunto, que afinal trata-se de quatro mulheres e sobre o enfermeiro em causa corre um processo disciplinar, que este já sofreu uma repreensão e que poderá ser expulso do Aparelho de Estado.

A Associação de Enfermeiros de Moçambique, pela voz da presidente Matilde Basílio, condena, e com muita razão, a atitude do colega. A Presidente avança como hipótese o facto de o referido individuo "poder estar doente".

A dado passo da sua alocução, a M. Basílio diz que averiguo que "afinal não se trata de um enfermeiro (?) mas de um qualquer(?)"! De seguida, a representante dos enfermeiros no pais, critica as senhoras por terem aceite efectuar “exames internos” sem que o profissional (?) estivesse dotado de luvas(?).

Francamente, não sei porque as pessoas quando estão no poleiro fingem que não estão a par das carências de seus sectores quanto a falta de material de trabalho. Acredito que as vitimas submeteram-se a esse risco por acharem que se encontravam perante um profissional tendo este o dever de acautelar-se de qualquer risco para ambos. Ademais, num exame ginecológico existe sim a possibilidade de se introduzirem os dedos nos órgãos genitais femininos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Violador macabro

Cornélio Sitoi, encontra-se de detido e com o processo a caminho da PIC (Polica de Investigaçao Criminal) por ter violado duas idosas no bairro Nkobe, arredores da cidade de Maputo.
Segundo a primeira vitima, o jovem te-la-a violado por duas vezes e nao satisfeito com a sua performance, ter-se-a deslocado à casa da segunda vitima, a 50m da primeira onde partiu o vidro da janela para lograr os seus feitos. Apos o acto, como que com o consentimento da segunda vitima, C. Sitoi pegou num sono profundo do qual foi acordado pela Policia que de imediato levou-o aos calabouços.
Chamado a falar sobre este assunto, em particular, no Telejornal da TVM, o causidico José Caldeira disse que se tratava dum " crime grave que incorre à pena de 2 à 8 anos de prisao e que pode ser agravada devido ao risco de contaminaçao por doenças sexualmente transmissiveis".
O jovem pegue em flagrante delito, disse que nao sabia porque razao teria feito tais actos, refugiando-se no alcool como motivaçao visto que, como ele mesmo falou "tem uma namorada que vive no bairro de Maxaquene". De referir que as idosas estao a ser assitidas por uma associaçao local.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Carta d'alforria

Por mero acaso, veio parar-me às mãos a brochura Samora Machel e a Mulher Moçambicana (Abril - 2008), cujo prefácio é assinado pelo punho da Secretária-Geral da OMM, Paulina Mateus N’Kunda. Da referida brochura, na pagina 46 do capitulo 5, sob o titulo Samora Machel sobre a emancipação da mulher, na qual pode-se ter a seguinte visão:

“Há camaradas que decoram grandes palavras sobre a emancipação da mulher, mas na prática recusam-se a promover a mulher e criam toda uma série de obstáculos para impedir que a mulher ocupe um posto de responsabilidade. Há ainda ideias confusas no seio. Há quem fale de emancipação e simultaneamente defende a poligamia, uma das manifestações mais arcaicas da dominação feudal. Os capitalistas têm o hábito de dizer que a mulher é um animal de cabelos compridos e ideias curtas, alimentando e reforçando assim os complexos que herdamos do feudalismo.”

Emancipação, emancipação! Nós queremos ser emancipadas! Há décadas que se usa essa palavra. Está certo que hoje em dia aparentemente a palavra emancipação está caindo em desuso, pelo menos no seio das mulheres mais novas ou da era pós-independência pois sobre esta pouco se ouve dizer. Mas duma ou de outra forma, talvez até com uma outra designação, a palavra emancipação volta sempre à baila, sobretudo na época das festividades de qualquer ocasião em que a Mulher é objecto fulcral.

Mas, uma questão pertinente se impõe: saberemos nós, mulheres moçambicanas, o que é ser emancipada? Saberão os homens moçambicanos o que é uma mulher emancipada? Será a emancipação a nossa carta d’alforria do jugo masculino?

Pouco importa...

Não sou muito de participar em correntes que a partida sei que não levam a lado nenhum, nesse aspecto, confesso que sou arrisca. No entanto, pelo facto de ter sido incluida na linha de fogo pelo autor do blog Reflexão e desvaneios, por quem tenho respeito, e por perceber que esta é uma forma de dar a conhecer e de conhecer outros recantos escondidos da blogsfera, alinho nesta empreitada. Assim, à chaude posso dizer que:

1. Não me importo que me julguem pelo que aparento ser, pois sou cheia de defeitos (que reconheço), não me enquadro em nenhum padrão de beleza (disso estou ciente), mas sou eu mesma, única e exclusiva, e isso já de si muito me satisfaz.


2. Não me importo de ser verdadeira e sincera, pois aprendi que nenhuma mentira 1000 vezes dita se transformou em verdade, e toda a mentira sempre vem ao de cima.


3. Não me importo que as pessoas não me considerem suas amigas pois eu sou amiga delas até prova em contrário.


4. Não me importo de ser a única a gritar, porque os outros têm receio em fazer barulho, pois a mensagem por mim transmitida é pela intenção de todos.


5. Não me importo de ser uma ilha pois a todo o momento o mar vem ao meu encontro, logo, sou uma privilegiada.


6. Não me importo de cumprir as minhas promessas, pois cumprindo-as nada perco e tudo ganho.

Os blogs por mim eleitos, pelas mais variadas razões, sem menosprezar outros blogs, pelos quais tenho um carinho especial e apesar de não terem sido citados, são:

- Reflectindo sobre Moçambique


- Debates e devaneios


- Meu mundo


- Ekuru yo Ophenta


- Oficina Ponto e Virgula


- Nullius in verba



Regras:
- Colocar o link da pessoa que nos "mimou"


- Colocar as regras no blog

- Partilhar 6 coisas que não nos importamos de fazer

- Mimar 6 pessoas para fazer o mesmo

- Avisar essas pessoas,deixando um comentário nos seus blogs.