Lazer versus tarefas domésticas
No passado, era comum que as crianças ajudassem pai e mãe, sobretudo esta última, nas tarefas domésticas. No campo, eram funções dos meninos e meninas cartar agua, procurar lenha na mata, pastorear o gado, cuidar das capoeiras, apanhar, assar e partir castanhas varrer o quintal, pilar amendoim, moer milho, cuidar dos mais novos e outros pequenos serviços.
Nas cidades, meninos e meninas lavavam a loiça, limpavam o mosaico da cozinha, arrumavam os quartos, compravam pão e o jornal ao domingo, levavam o lixo a rua, cuidavam dos mais novos, ajudavam a mexer a panela para hungular o caril de amendoim e outras pequenas actividades domésticas que em tempos de crise incluiam idas aos jardins a procura de água!
Hoje, muitos meninos têm muito tempo de lazer com o agravante de não ser supervisionado: os pais apenas pagam pelos serviços e pouquissimas vezes dão o ar da sua graça para ver como as coisas estão a andar, se o dinheiro está a ser empregue e acima de tudo se a actividade é fundamental para a educação da criança.
Por outro lado, porque têm empregados domésticos em casa, os meninos de hoje não fazem nenhuma das actividades acima descritas e se as fazem é porque a familia não tem possibilidades de pagar um empregado ou porque pai ou mãe exigem, mas fazem-no de forma insignificante e, geralmente, sob protesto e a contragosto.
O mundo comercial, onde tempo é dinheiro, não perde a oportunidade de lucrar mais algum a custa da ingenuidade dos pais: preenche esse tempo com uma infinidade de escolhas a começar por algumas escolas que oferecem actividades extra-currilares para “ocupar o tempo livre das crianças” que muitas vezes não tem resultados palpavéis.
Outras actividades são promovidas pelas próprias crianças, com a anuência dos pais: jogos infindáveis, actividades desportivas, arte e simples brincadeiras, que devem sem dúvida complementar a sua educação. O resultado disso, é visivel: os miúdos desenvacilam-se muito bem, por exemplo, em informática, mas muitos jovens de hoje não sabem sequer lavar um copo quanto mais fazer um ovo estrelado!
Quanto mais pequenas foram as crianças, nós, no nosso novo papel de pais, somos muito permissivos. Não iniciamos os nossos filhos em tarefas tão simples quanto arrumar os seus próprios brinquedos numa caixa, e, olhem que não estamos a exigir a excelência! Esse trabalho, como nós mesmos fazemos questão de incutir nas nossas crianças “são tarefas para o empregado que nós pagamos”.
Diz o ditado “é de pequeno que se torce o pepino”mas é evidente que devemos ter o necessário cuidado com o tipo de actividade a desenvolver pelos petizes como a idade e a estrutura fisica. Outro cuidado que devemos ter, é fugirmos daquela ideia machista de que “isto é trabalho de meninas e aquilo, que exige força e inteligência, é para os rapazes”.
Criar hábitos simples como tirar e pôr a mesa, lavar a loiça, arrumar o seu próprio espaço privado, o quarto, serão exercicios tão dificieis que as nossas crianças não o podem fazer? Estamos tão revoltados com as “ardúas tarefas” impingidas, no passado, pelos nossos progenitores que não queremos que os nossos filhinhos passem por isso? Que crianças estamos a formar? O Homem do amanhã, forma-se hoje e não amanhã!
No passado, era comum que as crianças ajudassem pai e mãe, sobretudo esta última, nas tarefas domésticas. No campo, eram funções dos meninos e meninas cartar agua, procurar lenha na mata, pastorear o gado, cuidar das capoeiras, apanhar, assar e partir castanhas varrer o quintal, pilar amendoim, moer milho, cuidar dos mais novos e outros pequenos serviços.
Nas cidades, meninos e meninas lavavam a loiça, limpavam o mosaico da cozinha, arrumavam os quartos, compravam pão e o jornal ao domingo, levavam o lixo a rua, cuidavam dos mais novos, ajudavam a mexer a panela para hungular o caril de amendoim e outras pequenas actividades domésticas que em tempos de crise incluiam idas aos jardins a procura de água!
Hoje, muitos meninos têm muito tempo de lazer com o agravante de não ser supervisionado: os pais apenas pagam pelos serviços e pouquissimas vezes dão o ar da sua graça para ver como as coisas estão a andar, se o dinheiro está a ser empregue e acima de tudo se a actividade é fundamental para a educação da criança.
Por outro lado, porque têm empregados domésticos em casa, os meninos de hoje não fazem nenhuma das actividades acima descritas e se as fazem é porque a familia não tem possibilidades de pagar um empregado ou porque pai ou mãe exigem, mas fazem-no de forma insignificante e, geralmente, sob protesto e a contragosto.
O mundo comercial, onde tempo é dinheiro, não perde a oportunidade de lucrar mais algum a custa da ingenuidade dos pais: preenche esse tempo com uma infinidade de escolhas a começar por algumas escolas que oferecem actividades extra-currilares para “ocupar o tempo livre das crianças” que muitas vezes não tem resultados palpavéis.
Outras actividades são promovidas pelas próprias crianças, com a anuência dos pais: jogos infindáveis, actividades desportivas, arte e simples brincadeiras, que devem sem dúvida complementar a sua educação. O resultado disso, é visivel: os miúdos desenvacilam-se muito bem, por exemplo, em informática, mas muitos jovens de hoje não sabem sequer lavar um copo quanto mais fazer um ovo estrelado!
Quanto mais pequenas foram as crianças, nós, no nosso novo papel de pais, somos muito permissivos. Não iniciamos os nossos filhos em tarefas tão simples quanto arrumar os seus próprios brinquedos numa caixa, e, olhem que não estamos a exigir a excelência! Esse trabalho, como nós mesmos fazemos questão de incutir nas nossas crianças “são tarefas para o empregado que nós pagamos”.
Diz o ditado “é de pequeno que se torce o pepino”mas é evidente que devemos ter o necessário cuidado com o tipo de actividade a desenvolver pelos petizes como a idade e a estrutura fisica. Outro cuidado que devemos ter, é fugirmos daquela ideia machista de que “isto é trabalho de meninas e aquilo, que exige força e inteligência, é para os rapazes”.
Criar hábitos simples como tirar e pôr a mesa, lavar a loiça, arrumar o seu próprio espaço privado, o quarto, serão exercicios tão dificieis que as nossas crianças não o podem fazer? Estamos tão revoltados com as “ardúas tarefas” impingidas, no passado, pelos nossos progenitores que não queremos que os nossos filhinhos passem por isso? Que crianças estamos a formar? O Homem do amanhã, forma-se hoje e não amanhã!
7 comentários:
Deixe me só recordar um velho ditado que diz:"educar a criança, para não castigar o homem."
Ximbitane, estamos a viver novos tempos, tempos difíceis que se diga.
Criticamos e duramente os nossos filhos, mas não percebemos, que eles se tornaram o que são, pela nossa falta de rigor na sua educação.
Educamos os nossos filhos sob alicerces falsos de “novelismos”, “americanices” e quejandos, e quando nos apercebemos que tudo deu torto é quando em um dia, tentamos incutir toda a doutrina da vida como se fosse possível.
Não digo que não se capitalize o bom das novelas, não, defendo sim a vil tentativa de nos tornarmos novelas…o super proteccionismo que damos aos nossos filhos, nos impede de ver o óbvio, sinceramente, nem que a criança tenha um exército de empregados domésticos, como acontece hoje, não justifica, que esta não aprenda ao menos a arrumar o seu próprio quarto….mas claro, ele tem exemplos claros de quem prescindiu por completo do governo do lar: os seus pais, que até num domingo, não prescindem da presença da empregada, porque acredito, que seria no fim de semana, que os pais, iriam por mãos a obra, envolvendo-se em, tarefas domesticas e consequentemente ensinando os filhos a ganharem o gosto….estou a falar muito…isto me revolta sabes Ximbitane….
Mana tens muita razao, as coisa reaalmente mudaram. Hoje em dia os puto nao quere saber dessas, tudo por culpa de nos os papas. Conheço alguem que tem um filho de oito anos, não imaginas como o miudo eh maltratado com essas actividades extra-curriculares. De tanto aprender linguas, o miudo mal fala portugues, se fala eh atropelando, mistura portugues, ingles, frances e tudo mais.
Os miudos da cidade, so ficam em frente do computador a navegar ou jogar game. Quando estao com fome chamam pela empregada: "oh Maria traga-me pao e sumo, mistura doce com com manteiga"-( exemplo disso meu priminhos) so levantam para casa de banho, nem o copo que usaram com seguem levar para cozinha.
Xim, leve um abraço.
Nao sei para onde em que vamos?
Amamos bastante os nossos filhos e nao queremos que eles passem pelas mesmas dificuldades que passamos, por isso procuramos fazer deles aquilo que gostariamos de ser ou ter quando crianças. O resultado disso assistimos no nosso dia-a-dia, crianças que não sabem fazer cama, levar o copo qu sujou a cozinha, etc...Nos orgulhamos quando o nosso filho nao fala a lingua materna - Xim, eu tou aprender - nos alegramos quando ele passa o tempo na internet e a ver televisao.
Também muito me revolta, Amosse, o que se vive hoje, pior quando tu mandas a uma criança e diz "faz tu mesma" ou "manda a empregada". Eu que vivi a minha infancia sem empregada, eix
Tens toda a razao, Shir, os pais sao também os grandes culpados. Sinceramente, nao sei o que se espera dessas crianças no futuro. eu barafusto com os meus la em casa. Ha empregada sim, mas eles tem as suas empregadas nas maos
Nini, querida, esse amor é uma escravidao. Levar um copo para a cozinha nao é nenhum trabalho titanico. Esses sao so que depois, de tanta preguiça, acabam armazenando pilhas de pratos debaixo da cama so para nao os levarem para a cozinha. Imagina o resto!
XIMBITANE, ACHO QUE COLOCASTE O DEDO NA FERIDA NA EDUCAÇÃO DAS NOSSAS CRIANÇAS. MAS COMO MUDAR A SITUAÇÃO SE A MODA AGORA É ESSA?
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